Capítulo XLI (Parte 2)

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*Sem revisão*

Zaid para à centímetros de mim,com as mãos estendidas. Ele franze o cenho quando seus olhos mergulham nos meus. Seu olhar tem uma intensidade tão grande,que todo o meu corpo se arrepia. Meu couro cabeludo pinica novamente, à medida que um frio se instala em meu estômago. Eu posso sentir o meu sangue pulsar em minhas veias.

O tempo parece parar ao nosso redor. Ele pisca rapidamente e inclina a cabeça para o lado,enquanto me encara. Fico olhando para Zaid minuciosamente. Sua expressão de cansaço é substituída, por uma expressão de perplexidade. Eu sinto vontade de rir,quando o vejo abrir e fechar a boca. Talvez, se eu não tivesse tão.. Tão... Respiro fundo e abaixo os ombros. Eu não sei como me sentir. O mar de raiva a qual eu me encontrava a poucos instantes atrás, foi dando lugar a calmaria da mágoa.

Abro a boca para dizer alguma coisa,mas o único som que sai dos meus lábios é um soluço baixo e rouco. Sinto meus olhos lacrimejarem e meu queixo tremer. Inspiro profundamente e fecho os olhos. De repente,olhar para aquele rosto tão querido,se tornou uma tarefa árdua.

— Você não pode deixar as palavras daquela mulher te envenenar. - ele diz com uma voz baixa e ríspida. Um meio sorriso surge em meu rosto,enquanto uma lágrima escorre pelo meu rosto e pescoço. Isso é ridículo! Penso. Eu não sei o por quê, de eu estar com essa vontade incontrolável de chorar. Sinto meu queixo tremer mais uma vez,respiro fundo e tento controlar minhas lágrimas. — Habibi,não chore. - ele murmura.

Abro os olhos e olho para baixo. Abro as mãos e vejo como as pontas dos meus dedos estão avermelhadas. Minhas mão ainda arde,devido ao tapa que eu dei na Eva. Lembro-me de sua expressão de surpresa quando a palma da minha mão foi encontro ao meu rosto e sinto uma sensação perversa e de pura satisfação feminina tomar conta de mim.

— Eu...- minha voz falha. Respiro fundo e solto o ar lentamente pelo nariz.

— Você está brava comigo? - ele pergunta cauteloso.

Ergo os olhos para ele e o encaro. Suas braços, antes entendidos, estão agora abaixados. Sua expressão é indecifrável. O clima ao nosso redor é pesado,talvez se eu esticar o braço eu possa pegar a tensão que paira sobre nós.

— Eu não estou brava - minha voz é baixa.

— Então...

— Estou magoada- o interrompo —  Você sabe que eu não gosto daquela mulher, ela é ...ela é uma víbora e você ainda a convida para vim até seu escritório? Estava com saudades dos velhos tempos? - outra lágrima escorre pelo meu rosto e rapidamente limpo o seu rastro com a palma das mãos.

— O quê?  - ele pergunta com perplexidade. — Claro que não!- ele passa as mãos pelo rosto e me encara como se eu fosse um ser de outro mundo — Você só pode estar brincando!

Ele pisca várias vezes e posso ver um brilho de mágoa passar por seus olhos. Ele me encara em choque. Tento manter seu olhar e minha altivez,contudo meu lado racional me encara com igual incredulidade. Seguro a alça da minha bolsa com tanta força, que sinto meus dedos protestarem. Meus joelhos fraquejam  e meu coração perde o compasso. De repente,encarar a força que emana de seus olhos é demais para mim. Desvio o olhar e observo as pontas dos meus sapatos. Suspiro.

— O que ela estava fazendo aqui,Zaid? - Pergunto colocando a dose certa de desdém em cada uma das palavras.

— Eu precisava saber se ela estava por trás das ameaças. - ele diz com hostilidade — Eu não vou me desculpar por isso. Preciso acabar de uma vez por todas com essa ameaça que paira sobre nós. Eu preciso protegê-la e se para isso eu precise encarar a jaula do leão, eu o farei.

Atraída pelo SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora