Capítulo XLVI (Parte 2)

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*Sem revisão*

Minha respiração fica presa na garganta e posso sentir minha testa enrugar-se à medida que as palavras da Nayara,ecoam na minha mente. Numa olhada de relance,vejo o rosto pálido e o olhar confuso que ela me lança.

Uma corrente de adrenalina passa por todo o meu corpo e faz com que minha respiração sai em sôfrego dos meus lábios. Fico paralisado por um momento ou dois,enquanto o perseguidor ganha forma e rosto no emaranhado que está os meus pensamentos.

Meu olhar procura o ponto da minha ira e ao focaliza-la um resmungo irado sai dos meus lábios. Eva soluça assustada e dá um passo para trás automaticamente.

- Aquele idiota é seu irmão? - pergunto pausadamente,sentindo minha veia pulsar em minha garganta.

Eva morde o lábio inferior e balança a cabeça em uma afirmativa silenciosa. Ela coloca uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e engole em seco.

- Sim. - ela responde baixinho.

- Mas você uma vez me disse que não tinha nenhum familiar. - Pelo canto dos olhos vejo Nayara segurar com força a beirada da mesa.

- Ele é meu meio irmão - ela suspira e me encara - Quando meu pai conheceu a mãe dele,éramos pequenos e fomos criados como irmãos - ela pigarreia - Só que depois que nossos pais morreram, cada um seguiu a sua vida.

Fecho meus olhos rapidamente,enquanto tenciono meu maxilar. Ao abri-los lanço um olhar fulminante para Eva,que sabiamente dá mais um passo para trás. Fico de boca seca,ao lembrar-me que já mantive um relacionamento clandestino com a mulher parada à alguns passos de distância. Puxo o ar pelo nariz e solto-o pela boca,na tentativa de controlar a minha vontade de voar na garganta da Eva.

— Eu não quero uma biografia da sua vida.- resmungo. — Faça a gentileza de ir direto ao fato.

— Você sempre foi tão arrogante, Zaid - Eva diz e limpa o rosto com uma mão — Sempre agiu como se o mundo girasse ao seu redor — ela diz com uma voz sarcástica — Quando eu vi você, pela primeira vez,tinha certeza que tinha achado meu pote de ouro. Eu era...sou uma boa advogada,mas eu não queria só isso,eu queria o topo. Você era o meu topo. Quando eu soube dela - ela aponta para Nayara— Eu vi meu topo ruir e então depois de muito tempo eu...eu fui atrás do Andrew para pedir ajuda.

Uma expressão de nojo se forma em meu rosto. Olho para Nayara que apesar do rosto pálido e do queixo trêmula, mantém a cabeça erguida.

—  Ele sempre foi muito inteligente...muito inteligente. - volto minha atenção para Eva,que mantém os olhos fixos na janela ao meu lado — Meu pai costumava dizer que ele seria um perigo para a presidência se continuasse a mexer tanto no computador. Ele sempre foi bom com fotografias também.

E então, de repente, flashbacks invadem minha mente atordoada. Fotografias, a perseguição, o maldito dispositivo em meu carro...

— Que tipo de ajuda você pediu a ele,Eva? - meu tom de voz é alto suficiente para ser ouvido por todo prédio.

— Ela pediu para que fotografasse você com as outras e enviassem para mim. - Nayara murmura. Ela ergue a cabeça e me encara — Ela prometeu uma pequena fortuna a ele.

Mantenho-me paralisado enquanto absorvo as palavras murmuradas de Nayara. Meu peito sobe e desce rapidamente, enquando puxo o ar para meus pulmões. Nayara balança a cabeça enquanto busca o meu olhar. E por um instante o mundo parece suspenso no ar.

— Eu busquei informação sobre sua noiva,isso foi difícil,não há quase nada sobre ela nos jornais. Eu tentei com o Blake,mas ele não foi de fácil ajuda também. - eu podia ouvir, eu podia sentir um tom de satisfação na voz da Eva. Uma sensação incômoda passa por todo o meu corpo.

Atraída pelo SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora