Capítulo XXXIII

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* Sem revisão*

Nayara.

À medida que as palavras de Zaid vão caindo sobre mim,sinto um estremecimento subir pelo meu corpo. Aperto meu robe contra meu corpo,na tentativa de manter meu corpo aquecido. Estou à um passo da porta,totalmente paralisada. Posso sentir meu sangue pulsar em meu ouvidos.

— Você está me ouvindo? - ele murmura do outro lado da porta — Eu amo você.

Ofego. Meu mundo oscila e todo o ar dos meus pulmões se esvai.
Inspiro o ar com a boca e o solto lentamente pelo nariz,na esperança de acalmar meu coração que está acelerado. Por um momento,sou incapaz de me mover e de falar. Encaro a porta à minha frente sem piscar.

—Zaid... - tento falar, mas falho miseravelmente.

— Eu tentei, eu juro que tentei demonstrar para você o quanto você se tornou importante para mim ,habibi. Eu não sei como tudo isso começou. Eu só sei que quando você está perto de mim,eu me sinto uma pessoa melhor. Eu me sinto mais perto do homem que eu sou. Você afasta os meus demônios. Você é a minha calmaria.

Não consigo respirar direito. Dou um passo em direção a porta,coloco a mão na maçaneta da porta e a seguro com firmeza.
" É ela?! Essa é a sua noiva, pretendente ,sei lá... Que você queria terminar tudo para ficar comigo? É ela,não é? " As palavras da Eva,invade a neblina que se tornou os meus pensamentos e fico paralisada. Fecho os olhos e luto para espantar a voz daquela mulher dos meus pensamentos. Saber que ele falou de mim para ela, que ele até mesmo pensou em desfazer nosso compromisso me corrói por dentro. Encaro a minha mão na maçaneta e solto meus dedos lentamente.

— Lembra quando nos conhecemos? - sua voz é grave — Você era uma menina franzina e me olhava como se eu fosse devorá-la a qualquer momento - Por um momento acho que vou chorar. Respiro fundo e mordo meus lábios. — Eu tinha acabado de ganhar a minha tão sonhada liberdade. Pela primeira vez,eu tinha minha vida em minhas mãos. Estava começando os meus negócios. Vivendo do jeito que eu queria, e então... Você apareceu na minha vida. Minha obrigação. Meu dever.

Minha expressão fica sombria. A ideia de ser a obrigação de alguém é deprimente. Apoio minha testa na porta e engulo em seco, na tentativa de empurrar a bile que insiste em subir pela minha garganta.

— Zaid, por favor - minha voz é baixa e rouca.

— Eu fui criado para sempre pensar como um Sheik. Meus desejos,minhas vontades deveriam sempre estar em segundo plano. Os desejos e vontades do meu povo deveriam sempre vir em primeiro lugar. Me casar com você era o melhor a se fazer,então aceitei de bom grado a minha obrigação. - ele murmura.

Sinto um tremor nas minhas pernas e lentamente,escorrego meu corpo para o chão. Puxo minhas pernas de encontro ao meu peito e abraço meu joelho.

" Querido, eu estava com saudades. Além do mais,eu já te esperei em aeroportos tantas vezes,por quê mudar um hábito que nós dois gostamos? "  Novamente, a voz da Eva invade minha mente. Será que ele a amou? Esse pensamento faz meu estômago embrulhar.

Eu queria gritar. Eu queria esbravejar. Eu queria dizer a ele que ele não podia me quebrar e depois tentar me consertar,mas a única coisa que saiu da minha garganta foi um gemido estrangulado.

— Eu passei tanto tempo sendo -ele faz uma pausa — Sendo um grande empresário, sendo um bom filho, sendo o melhor sheik para o meu povo,que eu acabei esquecendo-me de ser. Mas com você ...eu simplesmente sou. - ele murmura. O mundo parece estar em suspenso. Inclino minha cabeça para trás e fecho os olhos. Mas uma lágrima teimosa,desce pela lateral do meu rosto de depois outra e outra. Quando dou por mim,estou em lágrimas. — Com você sou um homem melhor, sou mais leve. Você  deixa minhas emoções em frangalhos e caramba mulher, eu nunca soube lidar com as minhas emoções.

Atraída pelo SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora