Prólogo

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Quem será?

Acordei de sobressalto, sentei na cama e esperei meus olhos se acostumarem com a luz da manhã. Olhei para o relógio que fica sobre a minha mesa de cabeceira, levei um susto.

05:45? O que querem comigo a essa hora?

Não poderia ser Juvenal, ele sabe que não leio o jornal de domingo e, ainda que fosse, ele teria deixado o jornal e saído, não tocaria a campanhia.

Me dirigi até a sala com o andar sonolento, quase um zumbi, me olhei no espelho que há sobre o bar da sala e notei que no susto esquecera de trocar de roupa.

Dane-se, são 05:45 não iriam esperar me ver bem vestido.

Limpei os olhos, passei a mão nos cabelos. Me aproximei do olho mágico, não vi ninguém. Toquei na maçaneta, respirei contrariado e abri a porta.

Como assim?

A minha frente havia apenas a rua vazia e deserta, como de costume. Caminhei até a calçada e olhei para os lados buscando ver se havia alguém por perto, afinal, eu havia demorado para abrir a porta, seria compreensível se não tivesse me esperado. Olhei para a esquerda, nada. Para a frente, nada. Olhei para a direita: foi quando vi no final da rua o que parecia ser um rapaz correndo. Estava quase virando a esquina e tudo o que pude notar foram a calça jeans e casaco preto que usava. Devido à velocidade que corria, o seu medo era evidente, aparentava fugir de algo.

- Malditos jovens! - reclamei imaginando que se tratasse de mais um desses criminosos juvenis que tocam as campanhias das casas e correm; como se perturbar a paz alheia fosse algo divertido.

Voltei para a casa, ansiava pelo aconchego da minha cama, pelo calor de meus lençóis. Estava quase fechando a porta quando notei algo no tapete: um papel e sobre ele um pen drive.

Era só o que me faltava.

Peguei-os. Era um bilhete. Nele havia escrito, numa caligrafia caótica - como se feito às pressas -, os seguintes dizeres:

"Só você pode nos ajudar. Divulgue essas informações. Seja rápido. Salve-nos!"

Meu sangue gelou. Voltei para a calçada, vasculhei a rua na esperança de encontrar o tal rapaz de preto mas foi em vão, deveria estar longe daqui.

Salve-nos? Só você pode nos ajudar? Que raios significaria aquilo?

Aquelas palavras me acertaram com a força de um raio. Àquela altura meu sono havia sucumbido tamanha a minha curiosidade, o meu medo. Me dirigi a mesa do computador e dei inicio a minha busca por respostas. Assim que a tela inicial fez a gentileza de aparecer pluguei o pen drive. Havia apenas uma pasta intitulada: A VERDADE.

Abrindo-a me deparei com uma série de arquivos de áudio, vídeos e anotações.

É este material que eu lhes apresento neste livro: transcrições dos arquivos de áudio e vídeo, além das anotações, que me foram entregues, possivelmente, por aquele rapaz de roupa preta.

Por que ele me escolheu para contar essa história? O que o levou a fugir e não a  conversar comigo? Estas são questões que ficarão em aberto, pois, dificilmente irei obter as respostas.

Jamais me esquecerei do medo que tive ao longo desse tempo que transcrevi os momentos de angústia deste rapaz - Lândyson -, e de seus amigos Rafael, Alycia, Igor, Wesley e Maicon.

E se tudo o que eles relatam nestes áudios, mostram nos vídeos, fotos e anotações forem verídicos? E se depois de ontem algo muito ruim os tenha acontecido? Estarão eles vivos? Se estiverem, peço que entrem em contato.

Não me estenderei por mais tempo, deixarei que vocês tirem suas próprias conclusões. A minha missão foi cumprida: tornar público o material que me foi entregue.

O que você lerá pode ser impactante e perturbador. Em alguns momentos você irá se questionar se os relatos aqui presentes são verídicos, não posso lhes garantir a veracidade do material. Caberá a você, caro leitor, decidir se acreditará ou não.

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