Capítulo 26: Sob a Lua Cheia

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31 de Março, 03h41

Lândyson foi até a porta, olhou para os dois lados do corredor e deu graças por não avistar o médico.

- Caminho livre.

Matias é o primeiro a sair do quarto, Rafael o segundo, Lândyson foi o último sempre olhando para trás, pois, a qualquer momento o médico poderia sair da sala. O que felizmente não ocorreu.

Conseguiram sair sem problemas, pela primeira vez estavam gratos por estarem em um hospital super lotado, foi graças à isso que puderam sair sem serem notados.

- Livres!

Rafa respirava aliviado, escaparam. Estavam no carro viajando de volta a Lençóis.

Vou te achar Lara.

Voltara a chover, porém, não trovejava. Uma névoa densa cobria a estrada dificultando a visibilidade e o frio era de doer os ossos.

Viajaram em silêncio por metade do caminho, estavam perdidos em seus mundos particulares... alguns afogados na dor dos últimos dias, outros querendo fugir dela.

- Vamos fazer o quê agora?

Maicon rompe o silêncio e quem responde seu questionamento é Matias:

- Vocês vão tentar descansar. Mais tarde eu ligo para vocês e planejaremos os próximos passos, mas creio que o mais urgente é descobriremos quem foi a última vítima.

- O garoto ruivo... - completa Lândyson.

- Exato. - concorda o policial - Vou tentar descobrir onde esse tal Dr. Felipe mora e irei interrogá-lo, ele deve saber onde Lara e as outras crianças estão.

O grupo seguiu conversando sobre coisas aleatórias buscando se livrar da tensão que os dominava, falaram de política, do clima e voltaram a ficar em silêncio. Assim que a entrada da cidade de Lençóis foi avistada por Matias o áudio é cortado.

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Ao chegarem na pousada o grupo se reúne para expor os fatos do dia. Rafael, Maicon e Lândyson contaram detalhadamente tudo o que ocorrera em Ibicoara, desde à caçada a Mauro à fuga do hospital. Wesley, Alycia e Igor falaram sobre o sequestro de Lara, Rafa fez seu máximo para ser forte e não desabar novamente.

Estavam perdidos, possuíam várias perguntas e nenhuma resposta. Tudo o que tinham era o medo e a sede por justiça.

Planejaram o que fariam assim que o sol nascesse e passaram a madrugada inteira na beira da piscina observando a lua cheia e torcendo por dias melhores.

- Vamos conseguir vencer esses loucos. - fala Wesley.

Rafael olha seu reflexo na água da piscina e nota o quão havia mudado nesses últimos dias. Tinha olheiras profundas, seus olhos estavam vermelhos, seu cabelo bagunçado e suas roupas imundas. Riu sem graça, deitou-se no chão e disse:

- Tomara.

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