Capítulo 31: A Casa de Pedra (Parte 1)

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31 de Março, 12h10

Matias e Maicon aproximaram-se da entrada da casa, arma em punho. A construção exuberante havia sido construída aos pés de um dos morros que cercam a cidade, possuía traços puros e precisos além de estar cerca de 3,5m de afastada do chão em seu ponto mais elevado a fim de evitar a permanente umidade do solo.

A construção arrojada erguia-se soberana na paisagem bucólica de seus arredores. Não haviam outras casas em suas proximidades, o que demonstrava um apreço pelo isolamento por parte de seu dono.

Tocaram a campanhia, esperaram alguns segundos e uma moça de baixa estatura os recebeu com um sorriso em seus lábios corados.

- Pois não?

- Gostaríamos de falar com o dono do imóvel, poderia chamá-lo? - inquiriu Matias.

- Qual seria o assunto?

- Somos da polícia e gostaríamos de fazer algumas perguntas a ele.

- Um minuto.

A moça logo desapareceu nos corredores da mansão e os deixou esperando na área externa de onde puderam notar a beleza do interior da residência. A decoração era de muito bom gosto e através das janelas podia-se vislumbrar a magnífica paisagem.

Passados alguns minutos, a mulher retornou e os convidou a entrar. Caminharam em direção à sala de estar atentos a todos os detalhes, estavam impressionados com a beleza do ambiente.

- Por aqui. - falou ela - O meu patrão os aguarda no escritório.

Seguiram-na por um longo corredor até pararem em frente à porta do escritório. A moça deu leves batidas para anunciar a nossa chegada e abriu-a.

- Aqui estão, senhor.

O médico estava sentado numa poltrona branca, observando o morro através de uma imponente janela, de costas para o grupo.

- Obrigado, Maria. - a voz do homem era grave, densa, capaz de provocar calafrios naqueles que a escutavam - Pode ir para a casa, está dispensada.

A mulher agradeceu, se despediu das visitas e deixou o cômodo.

- Dr. Felipe Lira, sou da polícia e gostaria...

- Eu já sei de tudo isso, Matias. - interrompeu o anfitrião - Sei quem vocês são e sei o que querem.

- Então o senhor deve saber que terei de levá-lo à delegacia para prestar esclarecimentos.

Maicon mantinha-se calado, lembrara de manter o gravador de seu smartphone ligado para documentar tudo o que fosse dito, mas, não tinha a habilidade de pronunciar sequer uma palavra. As lembranças dos últimos dias ainda o torturavam, torcia para que as coisas ocorressem de forma mais amena.

- Eu lhes darei algumas respostas mas sem sair do conforto da minha casa. - o médico tomou um gole do Whisky que tinha em mãos e retomou a sua fala - Além do mais, eu sei que essa investigação é ilegal, sei que vocês agem sem o conhecimento da lei.

Matias se manteve em silêncio, os argumentos o haviam abandonado. O médico estava bem informado o que demonstrava que a organização monitorava seus passos. Maicon estava trêmulo, havia algo de errado.

- Vamos conversar como cidadãos civilizados que somos. - o médico girou a cadeira e encarou a dupla - Sentem-se, a conversa pode ser longa.

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