Capítulo 10: Intempéries (Parte 2)

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Lândyson Lisboa, 29 de março de 2016.

- Alguém esteve aqui. - afirmou Igor.

- Sério? - ironizou Rafa.

- Vamos à recepção, eles devem ter visto algo. - sugeri

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Helen, a recepcionista, lixava as unhas enquanto via a sua novela favorita e sequer viu quando entramos.

- Quem entrou no meu quarto? - perguntei.

- Como? - indagou - Não entendi senhor.

- Entraram no meu quarto e quero saber quem foi. - a indignação era evidente em minha voz.

- Suíte 7, estou certa? - assenti - O único a entrar foi o moço que veio a pedido de vocês, verificar se a menina estava no quarto.

de sacanagem.

- Não mandamos ninguém.

A mulher corou, passou a gaguejar e a pedir desculpas desenfreadamente. A lixa de unhas agora estava abandonada no canto do balcão.

- As câmeras devem ter filmado quem entrou no quarto. - imaginou Rafael.

- Um minuto.

Helen digitou algumas coisas no computador e em seguida virou o monitor para vermos as gravações feitas pelo sistema de segurança que tinham registrado um homem de preto entrando no quarto e saindo após pouco mais de 30 min.

- Ele tinha as chaves? - questionei.

- Sim, por isso não barrei a entrada dele. - explicou a moça.

Passaram-se mais alguns minutos no "interrogatório" onde informações sobre o invasor foram coletadas. Sabíamos que ele era alto, branco, de cabelo e olhos pretos, tinha barba e usava uma camisa preta social.

É moda na Chapada usar preto?

- Galera, tenho algo a dizer... - A voz de Igor saía com dificuldade, parecia ter visto um fantasma. - Ontem, enquanto eu olhava os vídeos do passeio na gruta, eu vi um cara de preto com características parecidas com as deste homem.

Meu sangue gelou. Isso implicava que estávamos sendo vigiados desde a nossa chegada, pois, o meliante possuía a chave do quarto. Havia sido algo planejado.

- Você tem certeza do que está falando? - Alycia tremia.

- Sim, está tudo gravado.

Fomos ao quarto ocupado por Igor e Maicon para vermos o tal vídeo, e de fato era o mesmo cidadão.

- Temos que levar para a delegacia. - gritou Alycia - Esse homem pode ser o sequestrador de Bia.

- O delegado mandou voltarmos amanhã. - lembrou Rafa - Além do mais, cabe a nós rastrearmos os últimos passos dela.

- Eu preciso avisar a minha mãe.

- Calma Lycia, vamos esperar até amanhã. - sugeri.

- Ela vai me matar. - Alycia não conseguiu conter as lágrimas e desabou a chorar nos braços de Igor.

- O que vamos fazer? - inquiriu Wesley.

- Vamos todos pro meu quarto, o tal homem pode ter deixado algo por descuido. - propus.

Fomos todos para a zona do caos. Todas as nossas roupas estavam reviradas, objetos pessoais jogados no chão, porém, o dinheiro que eu havia deixado na cômoda ainda estava lá. Estranho.

- Galera olha só o que eu achei.

Wesley tinha em mãos um papel preto com uma série de símbolos impressos.

Wesley tinha em mãos um papel preto com uma série de símbolos impressos

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- Onde você encontrou isso? - questionou Rafa.

- Em baixo da cama de Lândyson.

- Será algum tipo de pista? - refleti. - Não faz sentido ele vir até aqui.

- Nada faz sentido para mim. - declarou Maicon.

- Tem muitas informações que estamos deixando passar. - observei - Se estudarmos os fatos desde a nossa chegada, pode ser que encontremos respostas. - prossegui.

- Concordo! - exclamou Rafa que se dirigiu ao centro do quarto. - Ao que parece, este homem esteve perto todo o tempo, nos sondando e esperando um momento oportuno para agir. A questão é: por quê?

- Talvez, se analisarmos cada momento desde a nossa saída de Serrinha, possamos descobrir em qual momento ele surge, e assim teremos mais informações para ajudar na investigação. - pensou Maicon.

- Façamos o seguinte: vamos gravar áudios relatando tudo desde a viagem até este exato momento. - sugeri - Assim, poderíamos lembrar o máximo de informações possíveis e entregamos tudo para o delegado amanhã. - E então, alguém se habilita a começar?

Alycia enxugou as lágrimas, ficou de pé e anunciou:

- Eu.⁠⁠

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