Capítulo 7: O Mistério da Gruta

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Igor Pinheiro, 29 de março de 2016.

[Lândyson: Sua vez Igor.]

[Igor: Certo.]

[Lândyson: Eu quero que você fale tudo o que viu ontem.]

***

Após a experiência de quase morte do Rafa, o Poço do Diabo ficou para trás. Assim que nosso amigo aventureiro se recuperou do susto partimos rumo ao munício de Iraquara para visitarmos a Gruta da Lapa Doce.

- A Gruta da Lapa Doce faz parte de um complexo de cavernas calcárias, diferenciando da maioria das cavernas da região por ser ampla, arejada e quase toda plana. - explicara Iago - Considerada a terceira maior do Brasil, a caverna possui 20 km mapeados, onde 850 metros são abertos à visitação. Sua dolina (depressão externa formada pela dissolução ou desmoronamento de material calcário) surpreende pela grandiosidade: 72 metros de altura. Seu maior salão não fica atrás: tem 60 metros de largura.

Descemos até a boca da caverna, que é gigante, uma espécie de túnel onde entramos de um lado e saímos de outro. Em toda a sua extensão o que impressiona é sua altura, em momento algum nos sentimos presos ou abafados, é muito ampla. As formações encontradas lá dentro são estalagmites, estalactites, colunas e travertinos, mas a mais famosa delas é o chamado “seio”, no qual foi gravada a abertura da novela Pedra sobre Pedra. Minha avó não perdia um capítulo.

No meio da caverna ainda fizemos um apagão, onde lanternas são desligadas e entramos num processo de meditação, escutando apenas nossa respiração e o som de gotas caindo do teto da caverna. O breu é total.

Foi quando o dia passou a ficar mais estranho. Em meio ao silêncio que nos rodeava ouvimos passos, lentos, de alguém que caminha com cautela. De início pensamos que se tratava de algum membro da excussão o qual não quisera fazer parte da meditação. Os passos pararam. Abri os olhos, forcei a visão para ver algo, em vão.

Deve ter se sentado, pensei.

Mas quem quer que fosse voltou a caminhar, dessa vez mais rapidamente. Os passos estavam ficando distantes, quem estava ali caminhava em direção à entrada da gruta.

Iago ascendeu a sua lanterna, todos fizemos o mesmo em seguida. O guia vasculhou as proximidades a procura de alguém mas nada encontrou.

- Estão todos aqui? - questionou.

- Sim. - respondeu Lândyson após contar o número de presentes.

- Alguém esteve aqui. - Rafa estava tenso, algo acontecera e ele sabia o que era.

- Deve ter sido algum outro visitante, nos viu meditando e não quis atrapalhar. - supôs Iago - Vamos dar sequência ao passeio.

No momento que avistamos a saída da caverna o sol refletia uma luz avermelhada dentro da caverna, sobre as rochas, muito lindo.

Depois de um farto almoço, pegamos a estrada novamente em direção a Fazenda Pratinha: um complexo com estrutura de restaurante, banheiros, tirolesa, flutuação, visitação à Gruta Azul, Gruta Pratinha e ao Lago da Pratinha - o qual fomos visitar primeiro.

Realmente deslumbrante.

Bem, já perto das 14:30h iniciamos nossa caminhada até a Gruta Azul, outro cenário perfeito! O sol custou a abrir entre as nuvens, mas quando abriu colocou muitos sorrisos e queixos caídos em quem estava ali. O feixe entra e bate na água refletindo um tom totalmente azulado, impressionante.

Fotos! Fotos! Fotos!

De volta a estrutura da fazenda, andamos mais alguns metros agora para ver a Gruta Pratinha que faz ligação com a Gruta Azul, porém não é permitido mergulhar entre uma abertura e outra. A Gruta Pratinha é muito especial, o tom azulado da água é o grande espetáculo. Nele foi permitida a flutuação, isso sem encostar no fundo, que é formado por micro conchas - do tamanho de um grão de arroz -, comprovando que aquele local já foi fundo de mar.

Na flutuação percorre-se cerca de 150 metros dentro da caverna em completa escuridão. Lá dentro não se vê nada, mas a sensação de mergulhar na escuridão de uma caverna é única, e quando saímos dela o espetáculo foi ainda maior, pois, a luz do sol entrando e refletindo na água um tom azulado, somado aos milhares de peixes que desfilam e dançam na sua frente, é demais!

A flutuação durou uns 40 min. mas ficamos ali na saída da caverna por muito tempo flutuando naquelas águas cristalinas, observando as espécies de peixes, enfim, curtindo.

Curtimos um pouco ali, mas não podíamos nos estender muito, pois nossa próxima atração era o pôr do sol no Pai Inácio, e o sol já estava baixando.

Na subida já se tem visual alucinante, lá em cima então é indescritível. É enorme, e se tem uma visão de 360° da Chapada. O sol reflete nos paredões, parece que tudo esta vivo, lindo, perfeito.

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Já era noite quando chegamos na pousada. Enquanto Maicon tomava banho eu fui ver as fotos e vídeos do passeio. Mais uma surpresa.

- O que é isso? - sussurrei ao me deparar com algo estranho num dos vídeos que fiz na visita a gruta da Lapa Doce.

Havia uma figura de preto parada próxima a uma das paredes da gruta a alguns metros da entrada tirando fotos das meninas: Bia e Lara. Ao notar que eu estava gravando, guardou a câmera no bolso da calça, colocou os óculos escuros e se afastou olhando para o chão até sumir do vídeo.

Como eu poderia não ter notado a presença daquele homem? Por que ele fotografava as meninas? Que estranho!

Depois do passeio ao centro da cidade certamente eu comentaria com a galera sobre o tal "paparazzi".

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