Cap. 10 - Longe dele

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- Você...viu? – seu olhar mudou, revelando que ela entendia o que eu estava dizendo. Ao contrário do que esperava, ela demonstrava compaixão em vez de condenação.

- Sim...dias antes de acontecer. Eu já tinha tido premonições e sabia como eram e, mesmo assim, ignorei o que vi. Ben e Alice se machucaram por minha culpa. A escola foi destruída e muitos outros poderiam ter morrido. E tudo isso porque eu não quis alertar vocês...porque não dei importância ao sonho – lamentei.

- Não, não, não – Lisa esticou os braços bronzeados e compridos, alcançando meus ombros e me puxando para um abraço. – Você não poderia, nem que quisesse, impedir que aquilo acontecesse – seus dedos acariciaram meus cabelos. A voz terna me acalentava.

- Mas se eu tivesse contado... – procurei seu olhar para que ela compreendesse meu raciocínio.

- Ainda teria acontecido. Talvez não no mesmo dia, mas teria – ela sorriu amigavelmente, beliscando uma de minhas bochechas. – Uma premonição é praticamente impossível de ser evitada. Foram talvez dois casos que ouvi, há muitos anos atrás, mas não acredito que sejam confiáveis.

- Eu me sinto tão culpada... – confidenciei.

- Não se sinta – pediu. – Você acredita em mim? – perguntou, séria.

- É claro – respondi.

- Então acredite quando digo que você não poderia ter feito nada. Entretanto – ela raspou a garganta – é importante que você fale com Dina sobre isso, e se dedique mais às aulas dela.

- Eu... – não soube o que responder.

Estava surpresa por ela saber da minha descrença e impaciência durante as aulas de premonição. Lembrei-me de que contei que faltara à aula de premonições na noite em que ela foi ao meu quarto.

- Vai ser bom para você, para que não se sinta mal em uma próxima visão que tiver ­– sorriu maternalmente.

Era surpreendente constatar o quanto meu afeto por Lisa havia aumentado no curto tempo que eu a conhecia. Era um carinho que ultrapassava o que eu sentia por Ana e Greg em todos os nossos anos de convívio. É claro que ela escondia algumas informações de mim, como o porquê de Alex ter de se manter afastado dos demais e a verdade sobre a morte dos meus pais, mas isso não mudava o que eu sentia.

- Humm... – Lisa ronronou como uma gata, fechando os olhos, atentando para algo.

Meus sentidos detectavam o farfalhar das folhas pelo vento, sons de animais próximos e de vozes ao longe. Ela parecia perceber algo mais interessante do que eu era capaz de ouvir.

– Há um outro bom motivo para você se alegrar – ela disse, entusiasmada.

Seguimos a trilha de volta e Lisa não quis revelar qual seria o motivo. Eu esperava que fosse o que havia aguardado nos últimos dias. À medida que nos aproximávamos, as vozes se discerniam, e minha audição aguçada confirmou, antes dos meus olhos, o retorno do meu amigo ferido.

- Ben! – exclamei assim que o vi, correndo em minha velocidade inumana para perto dele.

Penny já se encontrava ao seu lado, feliz e saltitante. Analisei-o da cabeça aos pés. Ben estava muito melhor do que eu esperava. Com exceção de um superficial arranhão sobre o queixo, ele parecia ótimo.

Golfinhos e Tubarões - O outro mundo (Tais Cortez)Onde histórias criam vida. Descubra agora