Cap. 27 - Destino

1K 94 53
                                    



Com os olhos fechados, meus outros sentidos se aguçaram, tentando entender o que havia acontecido e onde estava. Ouvi as batidas de um coração e senti o cheiro maravilhoso da pele de Alex. Abri os olhos no mesmo segundo e o encontrei debruçado sobre a cama. Eu não estava morta.

− É bom ter você de volta − disse.

Ele me observava mais feliz do que nunca. Os sublimes olhos azuis brilhavam e seu sorriso me cativava.

Tentei me sentar, mas meu corpo não estava pronto para isso. A dor me fez gemer. A sensação era de que havia sido pisoteada. Meus ossos pareciam quebrados e qualquer movimento era penoso. Eu sentia desconforto até em respirar.

− Não! − Alex protestou. − Você tem que ficar deitada. Descansar − determinou, cuidadoso.

− Você está vivo − sorri, lembrando-me de que quase o havia perdido.

Você está viva... − sorriu de volta, mas logo ficou sério. − Vicky, você tem que me prometer que nunca mais arriscará sua vida por mim.

− Não posso prometer isso − achei graça. − Eu faria tudo de novo. Mil vezes se fosse preciso. Espero que não seja... − brinquei.

Ele me olhou, contrariado.

− Você não faria o mesmo por mim? − perguntei, certa da resposta.

− Sim − respondeu sem pensar. − Mas é diferente!

− Por quê? − perguntei, convencida de que ele não teria argumentos.

− Porque eu não conseguiria viver sem você. Nem um só dia − falou, emocionado.

− E eu sinto o mesmo! − falei, extremamente feliz. − Alex...você é tudo para mim...e eu amo você. Eu amo você... − declarei-me, apaixonada.

Ele me fitou, admirado e radiante. Ele não podia me pedir para viver sem ele, porque isso seria impossível para mim, assim como para ele seria impossível viver sem mim.

− Eu amo você − ele disse, beijando minha mão como um perfeito cavalheiro. Ele continuou a segurá-la, acariciando-a com os dedos.

Alex estava lindo e parecia um príncipe. Não havia nele resquícios da terrível luta com Lipônidas. Ele estava sereno e feliz. Eu também me sentia bem, em paz. Nós estávamos vivos e juntos.

− Conte-me o que aconteceu − pedi. − Como você me achou? − perguntei, confusa sobre o desenrolar dos fatos naquela noite.

− Eu sabia que havia algo errado. Eu sentia...que as suas palavras não eram verdadeiras − contou com o olhar distante.

− Elas não eram. Eu só disse aquilo para que você não me seguisse − falei.

− Eu sei − sorriu.

− Na minha premonição, eu estava com você e Lipônidas. Achei que se enfrentasse seu tio sozinha, poderia impedir que ele o apunhalasse − expliquei.

− Depois de poucos minutos que você saiu, fui atrás de você. Procurei-a no salão, perguntei aos professores e alunos, mas ninguém sabia onde você estava – disse. − Então, voltei para o dormitório e encontrei sua carta...senti tanto medo de que fosse tarde demais...− confessou, relembrando os momentos de aflição. − Fui para Zauron o mais rápido que pude. Os professores mobilizaram a Antiga Guarda e vieram também.

Golfinhos e Tubarões - O outro mundo (Tais Cortez)Onde histórias criam vida. Descubra agora