Capítulo 6: A cidade Maravilhosa.

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Rio de Janeiro.

25 de setembro de 2002.

O táxi parou na porta do Hotel Linda do Rosário para a senhora dos olhos azuis descer sem saber que aquela corrida seria a sua última.

– Cheguei! – Foi o que falou ela ao entrar no mesmo quarto de sempre, o Nº. 102.

– Que saudade! – Falou o senhor enquanto abraçava a senhora. – Ela não veio com você?

– Hoje não. Ficou de vir amanhã.

– Tudo bem! Vamos aproveitar o dia então para ficarmos juntos.

Pouco tempo depois o Hotel Linda do Rosário, localizado na Rua do Rosário, próximo ao Centro cultural banco do Brasil, no centro do Rio de Janeiro, desabou. Autoridades acreditavam estar diante de um milagre, já que tudo indicava que não havia mortes no desastre, pois, minutos antes, funcionários do hotel perceberam a iminência do desastre, passaram de porta em porta avisando a necessidade de evacuação do local. O que não sabiam era que um segredo estava escondido sobre os escombros... Um casal de idosos hospedados no hotel não saiu, e foram encontrados pelos bombeiros horas depois. Morreram abraçados, escondidos no único lugar onde o amor de um para o outro poderia acontecer.

A história de ambos é cercada de hipóteses, mas, uma é a mais provável. Um romance proibido. Encontravam-se nesse mesmo hotel há anos ou décadas. Escondiam do mundo o que o mundo não entendia e revelavam um ao outro um sentimento maior. Naquele dia, cansaram de fugir e se entregaram. Os dois eram casados, mas, não um com o outro, tinham filhos... E o amor sem limite os unia.

No outro lado do país, no dia 25 de setembro de 2002, aos quarenta e seis anos, Roberto Falcão não imaginava que era agora o dono e proprietário por direito da loja que vendia materiais antigos, peças raras de colecionadores, grandes obras primas vindas de todas as partes do mundo. A loja "Paraíso".


Tempo é dinheiro - Uma herança de John DillingerOnde histórias criam vida. Descubra agora