Arapiraca.
Sexta-feira, 13 de março de 2009.
Entre 16h00min e 16h20min.
Emanuel dos Santos ainda encontrava-se sentado em seu escritório olhando para a tela de seu computador. Estava imóvel não mais por algum tempo, e sim por muito. O programa bancário havia encerrado as transferências para as duas contas pedidas pelos terroristas. Uma coisa ele tinha certeza. Era questão de pouco tempo até que viessem buscar ele. Com certeza seria intimado a depor pelas transferências feitas.
Tudo parecia passar em câmera lenta. As folhas da árvore da casa vizinha invadiam o território de Emanuel. O vento começava a esfriar de acordo com o passar dos minutos. O sol começava a ameaçar sua descida rotineira quando Emanuel escutou o primeiro som forte vindo do lado de fora da sua casa.
"Irrrrrcccc..."
Seguido por mais dois, três e assim sucessivamente até que perdesse a conta dos sons escutados.
Preparou o psicológico respirando fundo e ouviu a campainha de sua residência ser acionada.
"Trimmmm..."
Ele permaneceu sentado e escutou a porta ser invadida por algumas passadas fortes. Girou sua cadeira lentamente e enfim ergueu-se para receber os visitantes.
- Emanuel, por favor, nos acompanhe. – Falou com voz séria aquele homem armado.
Ele abotoou a camisa e não abriu a boca enquanto seguiu adiante.
- Não precisa apontar essa arma para mim. Vou cooperar com tudo amigo.
Ao passar pela porta principal da casa, ele avista a sirene vermelha iluminar o teto do carro que o aguardava do lado de fora. O banco empoeirado daquela viatura era o que menos importava agora para ele. A sensação de ter salvado sua família era de longe seu único pensamento.
Algumas horas mais tarde, alguém se aproximava do local onde Emanuel era mantido preso com os olhos longínquos, na pequena sala do batalhão de polícia militar da cidade. Um homem de paletó segurando uma maleta com rodinhas cruzava a porta da sala e se aproximava dele. O mesmo homem encostou sua mala no canto da mesa e sentou em frente a Emanuel.
O melhor detetive de todos os tempos agora finalmente se encontrava em Arapiraca para resolver o caso denominado como "A revolta dos Dândis".
– Então... Sr. Emanuel dos Santos... Quer dizer que o Senhor fez um depósito de $1.000.000,00 sem saber quem era o beneficiado?
– Isso mesmo. – Foi a resposta de Emanuel para darseqüência a longa conversa que teriam naquele inicio de noite.
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Tempo é dinheiro - Uma herança de John Dillinger
ActionO Homo sapiens sempre levou a vida social mais complicada do reino animal, sempre em comunidades cheias de intrigas, fingimentos, traições. Saber o que se passava na cabeça do outro era questão de sobrevivência - e até certo ponto ainda é. A melhor...