São Paulo.
Entre os anos 80 e 90
A Avenida Dr. Bernardino de Campos, 113, localizada na Vila Belmiro em Santos, uma cidade famosa por ser a reveladora do maior futebolista da história do esporte, o Pelé, tinha em uma de suas saídas laterais a Rua Paissandu, 124, também na Vila Belmiro em Santos - São Paulo. Era uma pequena rua com uma curva em forma de ''U'', levando-a até um conhecido estádio do povo brasileiro, o Urbano Caldeira, ou, ''a vila mais famosa do mundo'', como é chamada carinhosamente por seus torcedores, A Vila Belmiro. Lá é o local onde o Santos Futebol Clube manda seus jogos desde o dia 22 de outubro de 1916, quando teve uma estréia vitoriosa sobre o Ypiranga por 2x1, com gols de Afonso Millon Jr. e Jarbas. A vila é um dos estádios mais antigos do Brasil e tem capacidade atual para 16.798 torcedores.Está localizado na Rua Princesa Isabel, próximo ao Estádio Ulrico Mursa, da Portuguesa Santista. Do ano 2009 em diante, o mesmo estádio que viu inúmeras façanhas do Rei do futebol, prestigiaria outra jóia do futebol brasileiro e mundial, o badalado Neymar da Silva Santos Jr., único jogador brasileiro e um dos poucos do país com direito a ganhar uma capa da revista Norte Americana, TIME, sendo batizado nela de '' The Next Pele'', ou, ''o Novo Pelé''.
Em 1982, numa simples casa de primeiro andar na Rua Paissandu, vivia a Família Anjos. O pai, Alfredo dos Anjos, que era operário em uma firma de transporte ferroviário local, conhecida como E.F. Santos-Jundiaí (EFSJ), antiga São Paulo Railway – SPR, ou, popularmente "Inglesa", que foi a primeira estrada de ferro construída em solo paulista, entre 1862 e 1867 por investidores ingleses que tinham inicialmente como um de seus maiores acionistas o Barão de Mauá, responsável por ligar Jundiaí a Santos. A mãe, Miguelita Severiana dos Anjos, costureira renomada da vizinhança local, e, o então recém nascido Gabriel dos Anjos.
Quase sempre aos domingos, e também em outros dias da semana o barulho era ensurdecedor na casa da família Anjos, um som estrondeante vinha do estádio do Peixe, outro nome que é conhecido o clube da baixada Santista, o Santos.
O menino que agora tinha seus sete anos de idade sentia a adrenalina correr entre suas veias levando seu coração a palpitar de tanta emoção. Isso o fez criar interesse em visitar aquela arena causadora de tantos ecos. Quando completou oito anos, pediu de aniversário ao seu pai, uma camisa do seu ídolo, o camisa nove, Sergio Bernardino, o Serginho Chulapa. No entanto, Afonso dos Anjos, pai de Gabriel, não tinha tamanha tanto poder aquisitivo para presentear o filho. Em vez disso, ele comprou dois ingressos para o jogo de domingo, um clássico no estádio Pacaembu, casa do seu maior rival, o poderoso Sport Club Corinthians Paulista, do craque Neto. O jogo aconteceu no dia 04 de novembro de 1990, válido pelo campeonato brasileiro daquele ano, sendo o segundo turno da competição.
O Corinthians venceu o Santos por 1 a 0. Dinei foi o autor do gol que deu o triunfo ao time da capital paulista. O Corinthians e o Santos tiveram um jogador expulso cada um: Ronaldo (Corinthians) e Edu Marangon (Santos). Com este placar, o Corinthians terminou a seqüência de 4 partidas sem vencer em confrontos contra o rival no Brasileiro Unificado. Naquele mesmo ano, no dia 16 de dezembro, para tristeza do pequenino Gabriel, o Timão, como era conhecido o Corinthians em São Paulo, sagrar-se-ia campeão brasileiro pela primeira vez, com gol marcante de Tupãzinho, aos oito minutos do segundo tempo em pleno território inimigo, no estádio Morumbi, sobre outro rival, o São Paulo Futebol Clube. Foi a primeira decepção do garoto de Santos.
Aos quinze, em 1997, por meio de uma amizade que adquirira por acaso em um dos jogos de seu clube de coração, chegou a conhecer o Rio de Janeiro. Estava numa aromatizada lanchonete com cheiro e cara de tarde de domingo esperando outros dois amigos chegarem. Era um local agradável que ele passaria a visitar periodicamente em um futuro próximo.
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Tempo é dinheiro - Uma herança de John Dillinger
ActionO Homo sapiens sempre levou a vida social mais complicada do reino animal, sempre em comunidades cheias de intrigas, fingimentos, traições. Saber o que se passava na cabeça do outro era questão de sobrevivência - e até certo ponto ainda é. A melhor...