Meu amor Vagabundo

Capítulo 21

   Após comer, fomos para o gramado. Rafa e Bryan ficaram o tempo todo juntos. Eles se entre-olhavam e sorriam um para o outro. Em alguns momentos ele a encarava no fundo dos seus olhos e ela baixava a cabeça. Talvez com vergonha.

   Pessoas apaixonadas... — pensei comigo mesma.

   Será que algum dia serei capaz de amar intensamente ? Capaz de ser completa com outra pessoa ?

   Sempre me vem na cabeça essas perguntas. E como todas as outras, eu não tenho respostas para elas.

- Em toda a minha vida e em todos os anos da nossa amizade, nunca vi ele com essa cara de demente apaixonado. — John confessa apontando com o queixo, na direção de Bryan.

   Eles estavam em pé de mãos dadas, a poucos metros da gente. Conversavam de um assunto muito engraçado, por que não paravam de rir.

- E você ? Ainda com aquele cara ? — ele pergunta se virando, ficando de frente para mim.

- E-eu — dou uma pausa para escolher bem as palavras — Não. Não estava dando mais certo. — solto todo o ar que prendi nos pulmões.

   A verdade era que eu estava tentando dizer pra mim mesma que eu e ele não dava "mais" certo.

   A verdade mesmo, era que nem insisti e nem senti vontade nenhuma de fazer isso.

   Então é mais fácil para mim, dizer que não estava dando certo, do que dizer que não gostava o suficiente dele.

- Agora ta explicado. — sussurra. Acho que não teve a intenção que eu escutasse.

- Oi ? — o encaro sem entender nada.

- Mas cedo quando estava perambulando por ai, ele parou na minha frente e disse algo do tipo: " Parabéns. Você conseguiu. o caminho está livre pra você agora". — contou.

   Nunca pensei que Rian fosse do tipo que faz essas frases debochads.

- Não entendo. —  confesso.

- Pois eu entendi. — declarou — Sabemos que somos afim um do outro. E agora não tem por que você fugir de mim mais. — se aproxima com um olhar de conquistador barato.

   Ele já é convencido assim, imagina se eu elogiar esse sorriso maravilhoso que ele tem...

   Foco Alice, ele é lindo mas é cafajeste. — diz meu inconsciente.

- Nunca disse que queria algo com você. — falo seca.

- Mas também nunca disse que não queria. — alfinetou me puxando pela cintura deixando-me colada ao seu corpo e sinto o sangue ferver em minhas veias.

   Um sorriso malicioso revela seus dentes brancos e perfeitos. Sinto minhas pernas bambas.

- Você é sempre tão convencido assim ? — sussurro olhando para aqueles lábios sendo mordiscado.

- Confessa que eu sou irresistível, baixinha. — pediu me apertando ainda mais contra si. E eu gelo quanto escuto ele me chamando assim.

   Agora com as nossas bocas a poucos centímetros, eu posso sentir seu hálito quente. Aquele cabelo desarrumado — mas ainda assim, não deixa de ser sexy —, aquele par de olhos castanhos me penetrando e esses lábios provocantes.

- Não me chama assim. — murmuro quase enlouquecendo com tanta seducão.

   Sim, ele é irresistível. Ele sabe disso, e ainda provoca. Já nos pegamos, mas dessa vez é diferente. Esse negócio todo de beija mas não beija, corpos colados, essa voz excitante. Chega a me dar arrepios.