O Diário de Eleonor

Capítulo IV

Mariana sabia exatamente o que faria para conquistar seus objetivos, mas para isso, precisaria se livrar dessa gravidez inoportuna da esposa de seu primo, mas não seria fácil, afinal, ela via a esperança nos olhos de Álvaro.
Ela precisaria se aproximar de Eleonor e conquistar seu afeto, a ponto de ir jogando Álvaro e ela um contra o outro, pensou em despertar ciúmes na prima, mas isso seria facilmente contornado por Álvaro.

Ela precisava pensar, mas enquanto não tivesse uma ideia genial, ela não podia agir. O mais importante no momento era envolver o primo, a ponto dele fazer qualquer coisa por ela, como sempre foi. Não seria difícil acabar com Eleonor, já tinha acabado com seu marido sem levantar suspeitas, mas Álvaro descobriria, pois esteve ao seu lado em todo o processo.

Desde que ele resolveu casar-se com Eleonor por vingança, eles tinham combinado fazer o mesmo com ela, mas agora percebia que a situação era outra, Álvaro estava apaixonado pela ideia de ter seu herdeiro e pelo jeito estava se envolvendo emocionalmente com Eleonor.

Depois de descansar da viagem, Mariana desceu para o jantar e ao entrar na sala de jantar, surpreendeu o casal conversando muito próximo, mesmo sem graça e com o ódio queimando dentro de si, esboçou um sorriso e juntou-se a eles.

- Boa noite prima - Disse Álvaro sorrindo, com a mão na barriga da esposa.

- Boa noite, creio ter dormido um pouco além da conta. - Respondeu sorrindo e se sentando no sofá.

- A aguardávamos para o jantar. - Disse Eleonor, aconchegada ao lado de seu esposo carinhoso.

- Perdoem-me, não foi minha intenção atrasar a refeição dos pombinhos. - Respondeu Mariana de um jeito irônico, que só Álvaro conseguia perceber.

- Sem problemas cara prima - Disse Álvaro levantando-se.

- Não se incomode meu marido, pode deixar que aviso Diná, que estamos prontos para o jantar, aproveite para prosear com sua prima. - Disse Eleonor levantando-se e indo em direção à cozinha. Álvaro não retrucou, pois sabia que uma hora ou outra teria que enfrentar sua prima argilosa.

Assim que Eleonor saiu, Mariana cruzou as longas pernas esguias e olhou nos olhos de Álvaro, com certo mistério no olhar.

- Pelo jeito está envolvido? - Perguntou acendendo um cigarro.

- Mariana, por favor, não fume dentro de casa. Eleonor não está acostumada a tais vícios. - Respondeu Álvaro deixando a pergunta da prima sem resposta.
Ele não podia alimentar o ódio de Mariana, sabia do que ela era capaz de fazer para obter o que achava ser dela e tinha consciência da obsessão da prima por ele, era muito mais que sentimento de posse.

- Já está querendo me tirar a tranquilidade de distrair-me. - Ela disse enquanto apagava o cigarro no cinzeiro. - Vai me dizer que parou de fumar seu charuto?

- Não fumo aqui, só no escritório. - Falou desviando o olhar para a mesa de jantar, que estava sendo posta por Acácia.

- Pensei em dar uma volta a cavalo amanhã de manhã, você me acompanha, querido primo? - Perguntou sorrindo.

- Será uma honra prima, aproveito para mostra-lhe os arredores da fazenda. - Respondeu Álvaro. Mariana já conhecia a fazenda como a palma de sua mão, até porque Álvaro e ela costumavam usar essa mesma fazenda para seus encontros tórridos. O pai de Álvaro havia comprado a fazenda de Mariana, para presentear o filho.
Quando o pai de Álvaro faliu e seu amigo Venceslau, pai de Eleonor recusou ajudá-lo, o marido de Mariana, o ajudou a se recuperar incentivado por sua esposa.

Em menos de dois anos, a família de Álvaro se recuperou e ficou ainda mais poderosa do que já era. Quando Eleonor debutou, Álvaro se encantou com a belíssima herdeira do inimigo não declarado de seu pai e foi impulsionado a cortejá-la, para que pudesse ter a herança da única filha de Venceslau. Com o tempo Álvaro que estava apaixonado por Eleonor, se tornou vingativo e começou a ver seu amor como apenas um objeto da vingança de seu pai, que alimentava o ódio do filho dia após dia.

- Podemos jantar - Disse Eleonor, interrompendo a conversa de seu esposo com a prima.

- Sim, querida! - Respondeu Álvaro tomando para si o braço de sua esposa e beijando docemente sua mão. Após o jantar, Mariana subiu para o quarto e esperou que o casal fosse se deitar, ela então tomou um banho e vestiu uma camisola rendada que tinha comprado na França em sua última viagem e desceu para ver se o primo estava no escritório.

Ela sabia de seus problemas para dormir. Quando entrou no escritório, viu seu primo sentado fumando charuto e olhando para a janela, observando o jardim na frente da casa. Ela se aproximou e passou suas mãos pelo peito forte de Álvaro, que não recuou. Ela aproximou os lábios de sua orelha e sussurrou.

- Sinto falta de seu toque, primo querido.

- Por isso veio? - Perguntou sem se virar.

- Você sabe por que vim. Combinamos tudo isso, lembra? - Ela perguntou o fazendo estremecer por dentro.

- Os planos foram modificados querida... - Respondeu esperando a reação dela.

- Percebi, mas espero que não me deixe de escanteio por causa dessa mosca morta. - Disse com raiva.

- Não disse isso, até porque, ela é apenas a mulher que carrega meu filho, mas a mulher que sempre desejei foi você. - Mentiu se virando para beijá-la.

Mariana se deixou levar pelas mentiras do primo e foi sendo ainda mais sensual, lambendo o rosto do primo que a levantou, a encaixando em seu quadril e baixando as calças, tentando penetrá-la. Ela se entregava aos desejos que seu primo despertava cada vez que ela se aproximava dele.

Ele se aproximou da mesa e a sentou, ela então curvou o corpo para trás e ele colocou a mão em seu pescoço e foi deslizando para seus pequenos seios, ele apertava os bicos, enquanto a penetrava intensamente, ela se contorcia descontrolada e louca de tesão. Só seu primo era capaz de fazê-la se sentir tão entregue ao sexo. Todos os homens com quem ela teve relações, ela imaginava estar com Álvaro.

Quando terminou, ele a beijou nos lábios e sussurro. - Como sempre, deliciosa cara prima. Amanhã repetiremos essa traquinagem no meio do mato. - Ela o olhou com os olhos brilhando de excitação e mordeu o lábio, imaginando as cenas que fizera tantas vezes com seu primo. Ele então saiu do escritório e subiu para se juntar a esposa que dormia.

Mariana se recompôs e subiu para seu quarto, mesmo depois de suprir suas necessidades sexuais, ela sentiu que tinha sido diferente, Álvaro não estava tão entregue como antes. Ela precisava agir e deixá-lo tão apaixonado como tinha sido desde a adolescência.

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