Capítulo VII

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Logo pela manhã Mariana seguiu viagem para a capital, ela ja arquitetava algo maléfico contra Eleonor, mas precisaria de álibi a seu favor.
Quando Eleonor desceu para o café, seu marido a aguardava sentado no sofá da anti sala próxima a sala de jantar, lendo jornal.

- Alvaro? Não tomou seu café ainda? - Pergunta Eleonor se aproximando.

- Estava aguardando você querida - responde levantando-se e a acompanhou até a mesa, puxando a cadeira para que ela sentasse, como um legitimo cavalheiro.

- Que bom que me fará companhia, pensei que já estava na lavoura, hoje é o dia da colheita, não é? - Perguntou Eleonor.

- Sim, mas aproveitei que Mariana saiu cedo, para curtir um pouco mais minha mulher - respondeu Alvaro beijando com ternura a mão da esposa.

- E a colheita? Pode deixar para amanhã? - Indagou Eleonor com curiosidade.

- Não se preocupe, Guilherme estará cuidando de tudo em minha ausência. Amanhã fiscalizo o trabalho dele - explicou Alvaro.

Quando terminaram de tomar café, Eleonor trocou de roupa e ordenou a Diná que preparasse uma cesta cheia de guloseimas para o pique nique que faria com o marido.

- Senhora, não vão almoçar? - Pergunta Diná.

- Não Diná, vamos fazer um programa diferente hoje, aproveitar que estamos sozinhos.Não se preocupe conosco, está bem? Pelo jeito vamos demorar a voltar. Prepare apenas o jantar - explicou Eleonor.

- Dona Eleonor, posso fazer um comentário? - Perguntou Diná sem graça.

- Claro Diná, você sabe que para mim, não é só uma ajudante, mas uma amiga a quem tenho respeito e muito carinho - respondeu Eleonor.

- Senhora não deveria confiar na senhora Mariana. Não acho que ela seja uma boa pessoa, está sempre olhando os senhores com raiva e quando vocês percebem ela dá um sorriso forçado. Não permita que ela volte senhora. Sinto que ela é má.

- Também não confio nela Diná, mas é prima de meu esposo. Não posso expulsá-la, ainda mais sabendo que ela e Alvaro, são como irmãos. Ele adora a prima - disse Eleonor tentando disfarçar suas suspeitas.

- O sinhosinho está mais amável com a senhora. Tente conversar com ele, sobre seu desagrado com a presença da prima - alertou Diná.

- Prometo que vou tentar. Agora vou indo, Alvaro me aguarda na sala. Cuide de tudo, está bem?

Eleonor saiu e ficou pensando em como conversar com seu marido sobre a prima, mas não sabia qual seria a reação de Alvaro, que por mais que tenha se tornado gentil, ela sabia do que era capaz e jamais se esqueceria de tudo que passou.

Quando chegou a sala, Alvaro que a observou franzindo a testa - Aconteceu algo errado?

- Não querido, só estou pensando. Bobagens - Eleonor tentou disfarçar.

- Senhora aqui está a cesta - disse Diná com a cesta nas mãos.

- Obrigada querida - agradeceu sorrindo.

- Diná, mande Felipe levar a cesta para a carruagem. Estamos de saída- Ordenou Alvaro.

- Sim senhor - respondeu a serviçal, saindo em seguida.

-Felipe vai conosco? - Perguntou Eleonor ao marido.

- Não querida, desta vez Felipe não precisará guiar os cavalos, eu mesmo o farei - respondeu deixando- a feliz.

Ambos saíram e Felipe ajudou sua patroa a subir na carruagem, enquanto Alvaro subia do outro lado, se despediram e sumiram na imensidão da fazenda.

Quase uma hora depois, avistaram um rio na divisa da fazenda e pararam. Alvaro ajudou sua esposa descer e ela por sua vez, arrumou tudo na grama, forrando a toalha e colocando delicadamente os quitutes que Diná preparou com esmero para eles.

Alvaro a abraçou por trás e a beijou - Não sabe o quanto esperei para tê-la sozinha comigo. Não temos tido privacidade em nossa casa, sempre tem convidados ou empregados. Nunca estamos sozinhos - confidenciou Alvaro em seu ouvido.

- É verdade querido, sinto falta de momentos assim, quando só existem nós dois e mais ninguém. Agora então é pior, sinto que sua prima não gosta de mim, parece ter ciumes de você comigo. Eu entendo, afinal, foram criados como irmãos, mas não sei mais o que fazer para conquistar seu afeto - Eleonor disse triste, fazendo com que Alvaro desejasse matar Mariana.

- Não fale mais de minha prima, logo ela não nos incomodará mais, vou falar com ela e assim que o bebê nascer ela vai embora - explicou Alvaro tentando deixar Eleonor aliviada, mas tudo que ela sentia era pavor, por algum motivo desconhecido, Eleonor ficava apavorada quando pensava no nascimento de seu filho.

Ele deitou encostando a cabeça na arvore e recebendo Eleonor deitada em seu colo de frente para ele. A olhava nos olhos alisando seu rosto carinhosamente, como se guardasse em seu tato e lembrança todas as formas do rosto dela. Os olhos dela brilhavam e pareciam gritar de amor por ele.

- Sua barriga está bem pontuda - disse ao passar a mão na barriga dela.

- Está mesmo, sinta isso - disse levando a mão dele mais próxima do umbigo.

- Que isso! - Disse surpreso ao sentir seu filho se mexer.

- É nosso filho reconhecendo a mão do pai. De vez em quando ele mexe a noite quando você se vira e coloca a mão, mas como está dormindo você não senti - explicou Eleonor, vendo seu marido emocionar-se.

Ele aproximou se rosto da barriga e beijou - Filho, logo logo você estará aqui com o papai e a mamãe. Não se preocupe, eu protegerei você até de mim mesmo - disse deixando a tristeza o abater.

- Por que diz isso Alvaro? Seu filho não precisará ser protegido de você. Ele já tem orgulho e amor por você. Nunca o abandonará. Eu sei que se algo acontecer comigo, você estará com ele, o ajudando e ensinando tudo.

- Não diga isso. Vamos criá-lo juntos, nunca vou abandonar nenhum de vocês dois - Alvaro disse fazendo Eleonor chorar de emoção.

Ambos ficaram ali se curtindo, tomaram banho no rio e quando viram que o sol estava se pondo, vestiram- se e voltaram para casa, cheios de amor e ternura um pelo outro.

Assim que Eleonor entrou pela porta da sala, gritou. Alvaro correu assustado para ver o que tinha acontecido. Eleonor segurava a barriga com dor e susto, ao ver o corpo de Felipe desfalecido na sala principal e Diná chorando ao seu lado.

- Diná o que aconteceu? - Perguntou Alvaro.

- Senhor, o Felipe reclamou de dor de cabeça, então peguei um vidro do remédio de dona Eleonor novo e dei um pouco para ele, de repente ele tonteou e caiu, ja tentei acordá-lo mas não consigo - dizia Diná chorando em meio ao desespero.

Na hora Alvaro lembrou se do frasco de remédio que Mariana fez questão de comprar para Eleonor, ainda bem que Eleonor nunca precisou tomar.

- Diná peça para Acácia ir a casa do doutro e trazê-lo aqui. Felipe pode ter desmaiado apenas - disse Alvaro tentando acalmá-la.

Enquanto Acácia buscava o médico, Alvaro ajudou Eleonor a subir para o quarto e desceu para resolver o que precisava.

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