O dia foi estranhamente harmonioso, Eleonor e Mariana trabalhavam juntas, decorando a festa e enquanto a mãe de Helena mãe de Eleonor auxiliava na vozinha dizendo o que Diná e Acácia precisavam preparar.
Leonardo ajudava Álvaro, mas não tirava os olhos de sua pretendente, que se demonstrava radiante, como se realmente quisesse algo com ele.
As horas foram passando e com elas os afazeres diminuíam.
As seis e meia da tarde as mulheres da casa subiram para se banhar e ficarem prontas a tempo do baile de máscaras.
Diná terminava de arrumar os canapés nas bandejas, enquanto Acácia, colocava as taças de vinho e champanhe na mesa de entrada.
Assim que o relógio cuco da sala, anunciou oito da noite, os convidados começaram a chegar. Os primeiros foram o Duque e a Duquesa Voltér, um casal francês muito agradável, que passavam férias na fazenda dos Cavalcante e Lima, que moravam a duzentos quilometros de Belo Horizonte.
Álvaro conhecia Fabio Cavalcante e Lima desde a faculdade que ambos cursaram juntos.
- Boa noite amigo Fábio, seja bem vindo. - Cumprimentou Álvaro contente.
- Boa noite Álvaro. Muito obrigado pelo convite, espero que não se importe que eu tenha trazido o Duque e a Duquesa. - Fábio disse abraçando carinhosamente o amigo.
- Imagine. Sinto-me honrado com a presenças do Duque e da Duquesa. - Retrucou apertando a mão do Duque e beijando a mão da Duquesa.
Eleonor se curvou discretamente em sinal de respeito e cumprimento ao título nobre do casal. E recebeu um sorriso discreto da Duquesa Voltér, que tinha se simpatizado com ela.
- Eleonor, por favor, acompanhe a Duquesa até a mesa para que garantir que a servirão como se deve. - Pediu Álvaro carinhosamente a esposa, que concordou, acompanhando-na de bom grado.
As duas afastavam-se de seus maridos, quando a Duquesa começou a interrogar Eleonor de maneira curiosa.
- Eleonor, pelo jeito Álvaro a ama muito. - Afirmou a Duquesa.
Elonor abriu um largo sorriso e seu rosto iluminou-se. - Sim nos amamos. Tive muita sorte, casamos sem amor, mas construímos este sentimento com o passar do tempo.
- É mesmo? E quanto tempo faz que se casaram? - Retrucou a Duquesa.
- Ja vai fazer oito meses que nos casamos. No começo foi difícil a convivência, mas fomos nos apaixonando e a noticia de minha gravidez, veio abrilhantar ainda mais nosso matrimônio.
- Com quantos meses está de gravidez? - Perguntou, colocando a mão na barriga de Eleonor, que automaticamente imitava o bico da Duquesa ao falar com sutaque carregado.
- Completei ontem seis meses. Parece que foi ontem que casei-me e agora o tempo está voando. De pensar que em pouco tempo terei meu filho aqui em meus braços. - Dizia Eleonor acariciando a própria barriga, com um sorriso encantador.
- Prima, não me apresenta sua amiga? - Perguntou Mariana aproximando-se das duas.
- Claro Mariana. Está é a Duquesa Voltér.
Mariana olhou-a de cima a baixo levantando a sobrancelha, como costumava fazer quando demonstrava raiva, mas rapidamente forçou um discreto sorriso e curvou-se delicadamente. - Seja bem vinda Duquesa.
- Muito obrigada Mariana. - Cumprimentou a Duquesa, observando Mariana, como se não gostasse do que via.
Mariana olhou pelo salão tentando encontrar Álvaro com os olhos, mas Leonardo aproximou-se colocando-se em sua frente e desvecilhando-lhe o olhar.
- Mariana, vamos tomar algo? - Perguntou a sua pretendente, que sorriu concordando.
Leonardo então estendeu-lhe o braço e virou-se para Eleonor e a Duquesa. - Senhoras. - Disse sorrindo e saiu acompanhado de Mariana.
Eleonor e a Duquesa, acenaram com a cabeça para o jovem galante e viraram-se uma para a outra.
- O que me diz sobre sua prima? - Perguntou a Duquesa.
- Ela é prima de meu marido. Não a conheço tão bem, para tecer comentários sobre seu caráter, mas o que quer reapmnete saber Duquesa? - Eleonor retruca.
- Veja bem querida. Não quero que pense que sou intrometida nem nada do tipo, mas os olhos dela, tem algo ruim. Conheço uma pessoa pelo olhar. E posso te dizer com certeza que está Mariana não é de confiança. Muito cuidado com ela. - A Duquesa falava, fazendo com que Eleonor tivesse ainda mais certeza do que pensava sobre a prima de seu marido.
- Fique tranquila, creio que logo ela se vá. Não terei que me preocupar com isso. - Eleonor respondeu sem entrar em detalhes sobre sua antipatia pela prima de Álvaro.
- Entendo que queira ser discreta por se tratar de uma parente de seu marido, mas reforço. Muito cuidado.
Eleonor pensava como alguém que só trocou suas palavras com Mariana sabia como ela devia ser. Ela sentia calafrios quando estava perto de Mariana, mas achava ser por causa da gravidez.
- Pode deixar. Ficarei de olhos abertos. - Respondeu baixando a cabeça.
Elas voltaram para perto de seus maridos que conversavam com mais alguns convidados animadamente.
Álvaro aproximou-se da esposa, após algum tempo. - Você está linda!
- Acha mesmo? - Perguntou sorrindo desconcertada coma timidez.
- Não precisa corar querida. Sou seu marido. O que acha de dançamos um pouco? - Perguntou bem perto de seu ouvido.
- Eu adoraria. - Disse sorrindo.
Uma música lenta era tocada por violinos e piano, embalando a dança de alguns casais presentes.
Logo Mariana e Leonardo começaram a dançar do lado de Eleonor e Álvaro. Algumas vezes Eleonor percebia olhares de ódio vindos de Mariana para seu marido, que tentava disfarçar ao máximo, focando sua atenção nela.
- Você está bem, querida? - Perguntou Álvaro reparando o rosto de sua mulher ficar sem cor.
- Não... - Desmaiou nos braços de Álvaro que a levou para seu escritório deitando-na no sofá, enquanto Acácia buscava um copo de água.
- Eleonor, fale comigo! - Álvaro falava preocupado, quase em desespero.
Dona Helena se aproximou tentando acalmá-lo. - Se acalme meu genro. Eleonor está gravida, está muito calor, é normal a pressão baixar e com isso ela desmaiar. Olhe só! Ela está despertando.
- Eleonor! Graças a Deus. Você está bem? - Álvaro perguntava num rompante ao abraçar sua esposa desesperamente.
- Álvaro dê espaço para que ela respire. - Aconselhou o pai de Eleonor.
Ele então se afastou e pegou o coo oferecido pela criada e ajudou Eleonor a sentar-se para tomar a água.
- Estou bem. Foi só uma tontura. Creio que seja o calor. Não se preocupe querido! - Eleonor acalmava Álvaro enquanto tomava a água aos goles.
- Que bom! - Disse acariciando k rosto de sua esposa.
- Vamos deixá-la descansar um pouco. Álvaro fará companhia a ela. - Disse Helena fazendo sinal para que todos os que acompanharam Álvaro ate o escritório saissem.
Eleonor e Álvaro ficaram ali abraçados enquanto ela se recuperava.
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O Diário de Eleonor
SpiritualEleonor é filha única de um casal da alta sociedade de São Paulo e casa-se com Alvaro, um homem que guarda vários segredos sobre sua vida, inclusive um caso tórrido com sua prima Mariana. Este casamento os levarão ao extremo. Eleonor no pior momento...