Acordei no outro dia e percebi que não estava mais no chão do hospital e sim no meu quarto na casa de meu pai. Minhas roupas outrora sujas de sangue haviam sido trocadas e eu agora vestia um pijama que consistia em uma blusa masculina enorme e um short de ginástica. Levanto e vou para o banheiro,pegando minha mochila,que estava sobre uma cadeira,no caminho.
Tomo um longo banho,ainda não havia caído a ficha de que tudo era verdade que Tiago e Richard estavam no hospital lutando pela vida. Não eu não era insensível,apenas não queria ter que aceitar esse fato e sentir a mesma dor e o mesmo desespero que senti quando descobri sobre a doença de minha mãe.
Saí do quarto pouco depois pronta e desci para o café,e ali não havia como fingir que estava tudo bem,primeiramente porque os lugares deles estavam vazios e depois havia as expressões de dor nas faces de meu pai e Alfred.
Me aproximei de Alfred e o abracei forte,ouvi um leve soluço,mas quando me afastei dele não havia sinais de lágrimas,o abracei mais uma vez,meu pai que havia saído da sala por um momento,voltou e quando viu a cena,veio até nós e nos abraçou. Não sei dizer quanto tempo ficamos ali abraçados,um tentando dar suporte para os demais,mas ainda sim sofrendo.
Fui a primeira a desfazer o abraço e me sentar na mesa. Durante o banho havia decidido que seria forte,não desmoronaria como havia feito depois da morte da minha mãe. Eu iria ser forte,pelo menos era o que eu dizia a mim mesma.
O café transcorreu em silêncio,ninguém sabia o que fazer,parecíamos autômatos,nos movíamos como se fossemos programados,nada além disso.
Meu pai logo saiu dizendo que tinha que passar na empresa antes de ir para o hospital,Alfred foi fazer alguma coisa na cozinha,e eu,bem eu fiquei sentada na mesa,a xícara de café na minha mão a meio caminho da boca,olhando para fora. Fiquei tanto tempo assim que o café esfriou e não tive outra opção senão jogá-lo fora.
Voltei para o quarto,troquei de roupa,peguei as chaves do carro que Oliver havia me dado e que estavam na gaveta e segui rumo ao hospital.
Os três dias seguintes ocorreram da mesma forma. Eu acordava, tomava café e ia para o hospital,passava o dia lá e grande parte da noite também,depois voltava para casa e esperava o outro dia para repetir tudo outra vez.
Quando eu estava no hospital eu não saia do lado de Tiago e Richard que devido a minha insistência estavam agora no mesmo quarto. Eu me sentava entre as duas camas,pegava suas mãos e esperava,apenas isso. Eu não me movia,não comia,não falava nada,apenas esperava.
Mas o que exatamente eu esperava,bem eu não sabia. Talvez um milagre,talvez esperava que Minerva aparecesse na minha frente e os curasse. Pois é eu tava ficando maluca com aquela espera,eu queria que algo acontecesse. E quando aconteceu foi tudo tão rápido que se me pedirem para contar eu não saberia.
Em um minuto eu estava no quarto segurando suas mãos como qualquer outro dia,no seguinte os equipamentos começaram a apitar,os médicos entraram e fui levada para fora do quarto. Esperei sozinha no corredor,todos os demais estavam na capela,eu apenas fiquei parada. Não vi quando meu pai e Alfred chegaram,não senti os braços de Ares me envolvendo.Não senti nada.
A minha frieza naquele momento era tanta que eu não me reconheci,mas a verdade era que eu estava em choque pois sabia que era o fim,e quando a noticia finalmente veio,horas mais tarde eu saí correndo porta afora não querendo encarar a realidade.
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A filha do Batman Nova Aliança
FanfictionO maior inimigo foi derrotado,mas ainda não foi o fim. Dizem que quando finalizamos um desafio,um pior ainda está a nossa espera. Trinna é a prova disso,como se já não bastasse tudo o que ela passou,ela terá que enfrentar ainda mais desafios. Será q...