Primeiro dia

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 Nunca vi ninguém entrar no USS TRINITY e não ficar surpreso,e com eles não foi diferente. Suas expressões variavam entre admiração,choque e alívio,no caso de Mutano,ao constatar que o Navio estava realmente em terra firme.

-Bom amanhã vou mostrar todas as instalações para vocês,mas agora acho melhor todos irmos para a cama pois esta tarde e não sei vocês,mas eu me levanto as cinco da manhã. Se me acompanharem,vou levar vocês até seus quartos.

Nenhum deles fez nenhuma objeção então os guiei até onde ficava os quartos,os deles pelo menos.

-Espero que gostem dos quartos,são todos iguais por enquanto pois pensei que seria melhor cada um decorar a sua própria maneira. Na realidade são pequenos apartamentos e não apenas quartos,pois cada um tem uma pequena cozinha,banheiro,sala, closet e logicamente o quarto em si.

Fui dando a eles estas informações enquanto os guiava pelos corredores.

-Ah um aviso,procurem decorar os corredores,pois eles não tem nenhum tipo de identificação e ficará fácil de se perderem. Hoje em dia posso andar por este navio de olhos vendados,mas no início eu me perdia toda hora. Bem aqui estamos -Disse quando chegamos aos quartos -Seus nomes estão nas portas.  Ártemis esta primeira é a sua,Mutano a sua é a seguinte,assim por diante. Por favor fiquem a vontade. Qualquer coisa podem me chamar,no painel próximo a porta dos quartos tem um botão que os coloca em contato direto comigo. Agora boa noite que vou me retirar. Como disse acordo cedo amanhã. Vejo vocês amanhã.

Me despedi deles e segui para meu quarto,estava realmente muito cansada,tomei um banho e cai na cama,estava quase no mundo de Sandman,quando meu celular vibra,me avisando da chegada de um vídeo-chamada,me sento na cama e atendo.

-Olá Mestre a que devo sua ligação tão tarde da noite?

-Olá querida,sei que é tarde,mas preciso saber se você tem certeza que quer levar elas para aí? Fazem muitos anos desde que elas viveram com outras pessoas,ou melhor moravam com outras pessoas.

-Eu sei disso Mestre,mas elas são minha amigas,acho que podem sim se adaptar aqui.Elas estarão entre pessoas que as entenderão e que sofrem ou já sofrerão as mesmas coisas que ela,o mesmo dilema. Sei que ela ficarão melhores aqui,do que vivendo em cabanas no meio do nada evitando todo tipo de contato com outros seres humanos.

-Se você tem tanta certeza assim que elas irão se adaptar,então eu confio em você.      Poderia ir buscá-las amanhã no aeroporto?  Não sabia exatamente o endereço para onde devia mandá-las.

-Claro que posso buscar elas. Que horas elas chegam?

-Creio que no final da tarde estejam aí.

-Esta bem Mestre,agora se não tiver mais nada para me dizer,eu vou dormir.

-Nossa tinha me esquecido de como você fica mau humorada quando não dorme. Tá vai lá,durma,mas não se esqueça de....

-Não vou esquecer. Boa noite. Não esperei ele responder e logo desliguei a chamada,me virei na cama e finalmente pude dormir. O relógio marcava duas da manhã.

Tendo ido dormir tão tarde na noite anterior,não era de se estranhar que eu tenha amanhecido de mau humor no dia seguinte. A primeira prova disso foi o fato de eu ter esmigalhado o meu pobre celular quando o alarme tocou,tadinho dele,era tão jovem.

Sai da cama e fui para o banho,meus olhos mal se mantinham abertos,e meu corpo pedia pra que eu voltasse para a cama,mas em vez disso eu tomei um banho,gelado em pleno inverno,coloquei uma roupa e saí para correr.  Não haviam muitos trabalhadores andando pelo porto naquela hora,nem mesmo eles eram loucos de enfrentar o frio do inverno assim tão cedo,e os que ali haviam não tinham coragem de fazer mais do que olharem para mim e acenarem timidamente.

Oito horas em ponto eu estava mais uma vez no interior do Navio,tomei outro banho,quente dessa vez,e fui fazer o café da manhã. Sinceramente essa era uma novidade para mim,já que quando eu morava sozinha eu apenas pegava uma xícara de café e algumas barras de cereais e ia para a sala de comando.

Mas agora eu tinha outras pessoas que provavelmente estavam acostumadas a tomar um café da manhã decente,sendo assim preparei torradas,café,leite,pães que havia comprado na volta da corrida e coloquei sobre a mesa,estaria a disposição deles quando acordassem. Só depois de ter feito isso tudo é que peguei minha xícara de café e minhas barras de cereais e fui para a sala de comando.

Fiquei monitorando alguns crimes na cidade,roubos,brigas de gangues,nada muito sério,mas que precisava ser monitorado,pois poderia evoluir para problema sério em um pequeno lapso de tempo.

Eram quase onze horas quando o primeiro acordou,Dick,acho que ele tinha um ótimo senso de direção pois conseguiu chegar até o corredor principal,bem próximo de onde ficava a sala de comando,ele ia passando quando me viu.

-Bom dia. Disse ele sonolento - Achei que estivesse brincando sobre madrugar.

-Eu não estava brincando e agora são onze horas da manhã.

Ele me olhou sério esperando,talvez,encontrar algum traço de piada em minha voz,quando não encontrou nada disse:

-Nossa,acho que faz anos desde a última vez que dormi até tão tarde assim.

-Sério mesmo? Nossa,se bem que desde que vesti uma máscara e sai pela noite,também comecei a acordar muito cedo. Mas e você ta com fome? Disse querendo terminar aquele papo estranho.

-Morrendo na verdade,tava procurando a cozinha deste lugar.

-Entendo,mas a única cozinha completa que tem aqui fica no meu alojamento. Vem vou te levar até lá.

Me levantei então e fiz sinal para que ele me seguisse e o levei até o café da manhã,logo em seguida voltei para centro de controle.

Haviam várias coisas que me preocupavam em Paradise,mas o pior era o fato de que com a queda de Constantine vários outros,que antes eram comandados por ele,agora travavam uma guerra até agora silenciosa pelo controle da cidade, e eu não sabia até quando essa guerra continuaria dessa maneira.

Haviam três elementos que se sobressaiam: Everton Santine, Ford Cristheis e Nataly Troup,antigamente eles era os terceiros na linha de comando de Constantine,abaixo apenas de Novattely e do próprio Constantine. Mas com a queda da chefia e a descoberta de que Novattely sempre esteve a meu lado,eles se dividiram em gangues rivais que agora começavam a se tornar uma nova dor de cabeça para mim.

Saio de meu devaneios quando escuto meu estômago roncar,me lembrando que tenho que almoçar,olho para o relógio e percebo que já são quase três horas da tarde e a bagunça que ouço vindo do meu apartamento me diz que todos já estão acordados.

Deixo os computadores e minhas anotações de lado e decido que esta na hora de apresentar o Trinity para os demais,assim sendo subo para meu apartamento,encontro uma zona de bagunça mas a mesma para assim que me percebem parada na porta.

-Bom dia pessoal. Como estão?

-Estamos bem Trinna e você? Pergunta Ravenna educadamente.

-Estou bem. E então já tomaram café da manhã? Todos assentem. - Bom,pensei que gostariam de conhecer o navio antes de irmos para a cidade.

-Nós vamos sair? Pergunta Dick

-Sim temos mais duas pessoas que vão se juntar a equipe,e como tenho que buscá-las no aeroporto hoje ao entardecer,pensei que gostariam de aproveitar para conhecer a cidade.

-Isso vai ser ótimo,podemos passar em algum supermercado? Tenho que comprar tofu.

-Claro,vamos podemos passar no mercado e também no shopping se quiserem.

Todos,inclusive a irritadinha da Ártemis concordam e então eu os guiei pelo USS TRINITY,mostrei todos os cantos,inclusive a sala de comando e o centro de treinamento,mostrei a área externa,assim como os arredores,o cais.

Já estávamos dentro do navio outra vez quando Ártemis pára e pergunta.

-E então patricinha,quanto seu pai esta lhe pagando para você aceitar ser nossa babá?

-Desculpe não entendi.

-Além desse navio com o seu nome,cafona por sinal,quanto mais seu pai esta lhe pagando para que você abra mão da sua vida de patricinha?

A filha do Batman     Nova AliançaOnde histórias criam vida. Descubra agora