18. VAZIO E EXPECTATIVAS

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Charlotte WalshFazenda Greene

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Charlotte Walsh
Fazenda Greene

Sentia os dias se arrastarem, não sabia quantos tinham se passado, pois já tinha parado de contar...

Eu estava definhando, vazia por dentro, chorando todos os dias as mesmas dores e me sentindo cada vez mais idiota por isso. As coisas pareciam estar mudando aos poucos, com Hershel nos aceitando e confiando muito mais em nós, pelo menos na maioria, quer dizer.

A ida dele a cidade há alguns dias, ou semanas, tinha feito com que Rick e Glenn fossem atrás dele, estreitando os laços dos três, quando foram atacados por um grupo hostil.

Não tinha me preocupado em descobrir muito da história, mas sabia que eles tinham salvado um garoto, Randall. Ele estava se recuperando, pois tinha ferido a perna... Não que eu me importasse.

Eu não me importava com mais nada. Nem com os dramas do acampamento, nem com os da casa grande. Como, por exemplo, o surto da Greene mais nova que tinha deixado todos preocupados.

Conforme os dias nasciam e morriam eu percebia que no fundo já estávamos todos mortos, mesmo que não soubéssemos disso. Mesmo que as coisas estivessem melhorando e o lugar tivesse se tornado um lar melhor que a pedreira, mesmo que o grupo estivesse tão imerso em suas novas tarefas que não percebesse a desgraça e o fim do mundo nos rodeando. Estávamos mortos, pois não vivíamos mais, apenas sobrevivíamos. E isso não era o bastante.

Eu não tinha mais esperanças, nem ilusões, eu não tinha mais nada. Me sentia vazia, sem vontade de nada. Na verdade, passava grande parte do dia dentro da barraca, a única coisa boa que tinha acontecido era que agora eu tinha a minha própria, e não tinha mais que dividir meu espaço com Shane. Ele mal falava comigo, era como se um abismo houvesse se aberto entre nós.

Pra ser honesta, era como se um abismo houvesse se aberto entre mim e todo o resto do acampamento. Eu não falava com praticamente ninguém. Eu estava cansada de pessoas, e elas pareciam muito atarefadas com seus próprios projetos de vida, pra gastarem seu tempo comigo.

A única com quem eu ainda falava, raramente, era com a Carol. Mas eu procurava me afastar, pois sabia que se ficasse distante ela e o Daryl se aproximariam e eu meio que sentia que devia isso a ele.

Nós não nos falamos mais, não trocamos olhares, nada. Na verdade, nas raras vezes em que nos encontrávamos pela fazenda ele dava meia volta.

E eu sabia que era culpa minha, eu o havia magoado, não tinha sido justo e nem certo, mas de algum modo eu ainda achava que foi o melhor. Aquela nossa coisa nunca daria em nada mesmo...

Mesmo tentando me convencer dessa ideia, eu ainda sentia que aquela insensatez de palavras ditas da forma errada me custara algumas feridas profundas. Cicatrizes em mim e, eu sabia, no Daryl também.

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