42. O FIM DE UMA JORNADA

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Daryl DixonAlexandria

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Daryl Dixon
Alexandria

Então eu já estava há quase três anos na merda do apocalipse e pensava que nada mais poderia me pegar de surpresa, que nada mais me deixaria em choque, que eu estava preparado pra tudo. Que não existia desespero que eu já não tivesse vivido. Eu achava que podia lidar com qualquer coisa...

Mas eu não podia lidar com aquilo.

Percebi toda a visão que eu tinha da vida mudar enquanto carregava o corpo inerte de Charlotte nos braços. O sangue dela escorria pela minha roupa e eu podia sentir a vida esvaindo dela em uma velocidade assustadora.

A única mulher que eu já tinha amado na vida estava morrendo nos meus braços e eu não podia fazer nada além de correr.

Eu não sabia o que tinha acontecido, eu não tinha ideia do que ainda estava acontecendo. Eu não me importava. Eu sequer ouvia as vozes ao redor ou me preocupava em saber se mais alguém estava vindo atrás de mim.

Tudo que eu sabia é que eu tinha que seguir o Alex, pois assim que vi Rick matar o médico da cidade, eu sabia que Alexander Pierce era minha única esperança.

Era como se estivéssemos correndo contra o tempo, como se cada segundo se esvaísse como areia por entre os meus dedos.

Alex abriu as portas da casa onde a enfermaria ficava sem nenhuma sutileza. Ele também estava fora do controle, exatamente como eu.

— Coloca ela aqui. — Puxou uma das macas.

Aquela foi a cena mais assustadora de toda a minha vida, o corpo de Charlotte estava totalmente mole, o rosto estava pálido e ela estava muito mais gelada que o normal.

Por favor não me deixe. Você não pode fazer isso. Eu te amo tanto. Fica comigo. Era tudo que eu conseguia pensar, repetidas vezes como um mantra.

Alex ia de um lado para o outro pegando suprimentos médicos, me mandando fazer pressão sobre o ferimento, dizendo coisas desconexas que eu não me preocupei em tentar entender.

Tinha tanto sangue que não dava pra saber o tamanho do corte, não dava pra saber se ela ficaria bem... E eu podia sentir a respiração dela cada vez mais rarefeito sob minhas palmas.

— Ela vai ficar bem, não vai? — Perguntei em desespero.

— Ela tem que ficar, ela prometeu... — A resposta de Alex veio baixa, não era pra mim, era pra ele mesmo.

— O que houve? — Ouvi a voz de Rosita, mas não levantei a cabeça pra encará-la, meus olhos estavam fixos no rosto desacordado de Charlotte.

— Foi um acidente. Pete estava com a katana da Michonne, ele estava fora do controle. Reg e Charmy tentaram detê-lo. Reg está morto. — Alex explicou muito rápido.

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