05. VIDA QUE SEGUE

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Charlotte WalshJulho de 2010Acampamento na Pedreira

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Charlotte Walsh
Julho de 2010
Acampamento na Pedreira

— Manteremos contato pelo rádio. Não se arrisquem mais que o necessário. — Foram as últimas recomendações de Shane para o grupo que partiria rumo a Atlanta.

Jacqui, Andrea, Morales, Merle e T-Dog iriam em busca de suprimentos liderados por Glenn. O Coreano costumava fazer isso sozinho desde que estabelecemos o acampamento semanas atrás. Contudo, dessa vez, ele iria acompanhando. A ideia era que em um grupo maior poderiam trazer mais coisas e, portanto, passar mais tempo sem ter que deixar o acampamento.

Eu me voluntariei para ir também, mas meu irmão, como sempre, cortou meu barato. Certas coisas não mudavam, mesmo com o fim do mundo.

Eles deixaram o acampamento depois de se despedir de suas respectivas famílias e amigos, acho que passar tanto tempo enfrentando o fim do mundo unia as pessoas. O único que não tinha de quem se despedir era o Merle. Daryl saíra pouco antes para uma de suas, já usuais, caçadas. E já que praticamente ninguém gostava do Dixon mais velho, ele estava esperando dentro do carro.

— Vê se não morre lá. — Falei me aproximando do vidro.

— Não se preocupa, docinho, eu volto pra você. — Respondeu no seu habitual tom malicioso.

Eu era a única no acampamento que conseguia manter algumas palavras com Merle, em partes porque eu não ligava a mínima para o que ele dizia pra me irritar e um pouco porque achava graça na verdade.

— Acho bom mesmo, não estou a fim de aturar seu irmão chato sozinha. — Ironizei.

Algo que eu e o Dixon mais velho tínhamos em comum era nosso desejo de importunar Daryl. Eu não perdia uma oportunidade de irritá-lo e Merle sempre me acompanhava nisso.

Admito que no começo era birra por conta de nosso primeiro encontro na mata, mas depois acabou virando um ótimo passatempo. Daryl era um caipira bronco e antissocial, importuná-lo era como cutucar onça com vara curta. Eu podia pressentir que ele preferia a morte a ouvir as besteiras que eu e Merle dizíamos para ele. E isso só tornava tudo ainda mais engraçado. Talvez fosse uma infantilidade, mas já que todo mundo me tratava como criança mesmo...

O grupo partiu e cada qual dos restantes retornou as suas tarefas. Nos esforçávamos para manter o acampamento em ordem, alguns homens ajudavam na vigia e nas rondas, e as mulheres cuidavam das roupas, comidas e organização. O machismo parecia persistir mesmo no fim do mundo.

No começo a grande maioria tinha esperanças que o exército chegasse e resolvesse as coisas, mas conforme o tempo passava parecia cada vez mais improvável ter alguém em algum lugar. A esperança foi morrendo aos poucos, principalmente após os relatos de Glenn sobre o estado de Atlanta.

— Vou sair para a minha ronda. — Shane avisou e então trocou um olhar discreto com Lori.

Reprimi o desejo de fazer uma careta. Eu tinha certeza absoluta que aquelas dois estavam tendo algo, se esgueirando pela floresta um após o outro e depois voltando com carinhas felizes. Eca!

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