41. QUANTO TEMPO DURA UM SEGUNDO?

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Charlotte WalshAlexandria

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Charlotte Walsh
Alexandria

Aquele que disse: "uma simples faísca é capaz de provocar uma explosão", estava errado. A faísca por si só não causa nada. Na verdade, a explosão é causada por pequenas partículas todas em um espaço confinado e todas se expandindo ao mesmo tempo. A faísca só inicia todo o processo de combustão.

Cada um do nosso grupo era uma partícula e Alexandria era o nosso lugar confinado. Eu podia sentir as partículas se expandindo. Eu podia ver cada um de nós se envolvendo em um problema que só acabaria causando mais problemas. Só faltava uma faísca pra tudo ir para os ares...

Rick estava estranho, havia algo que ele não estava compartilhando conosco. E eu sabia que era algo mais que aquela ideia idiota com as armas.

Glenn estava preocupado, a morte do Noah tinha abalado o coreano, mas havia outra coisa. E essa coisa tinha nome: Nicholas.

Maggie estava no mesmo estado, queria pensar que era coisa da minha cabeça, mas ela parecia estar escondendo algo também.

Sasha estava surtando. E Carol, bom... Eu olhava pra ela e apenas não a reconhecia mais. Era ótimo que ela tivesse se transformado em uma força da natureza, mas o problema com esse tipo de fenômeno é que eles costumam deixar destruição por onde passam.

E quando a mim... Eu estava preocupada com Daryl, ele devia ter voltado na noite anterior, mas tive que confiar que, fosse o que fosse, ele daria conta. Eu tinha que vencer a vontade de sair atrás dele e ficar dentro dos muros, pois eu sentia que se saísse naquele momento não haveria mais um lugar pra voltar.

Chamei Michonne e Alex, acabei usando a casa do "não-encontro" com Daryl para a nossa reunião.

Em uma conversa rápida eu os deixei a par das minhas preocupações e eles concordaram em me ajudar.

— Alex fala com a Maggie. Mich fica responsável pelo Rick e eu lido com a Carol. Sinto que se não fizermos algo agora, os danos podem se tornar irreversíveis.

Eles não viam as coisas como eu, talvez não entendessem a situação como eu entendia. Mas estavam dispostos a ajudar e eram as pessoas em que eu mais confiava no momento.

Nos separamos depois disso. Eu voltei pra casa, sabia que Carol estaria lá e não me enganei quanto a isso.

Ela estava na cozinha, mexendo uma panela no fogo, enquanto uma música qualquer tocava. Desliguei o toca CD's sem me preocupar com educação. Não era hora para sutilezas e eu sabia que essa coisa de ser sutil não funcionaria com a Carol...

— O que está fazendo? — Perguntei, parando ao lado dela no fogão.

— Almoço. — Carol respondeu como se fosse obvio.

— Não, Carol. — Apaguei a chama do fogão e a encarei com mais convicção. — O que você está fazendo de verdade?

Ela me encarou por um momento e colocou a colher na pia.

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