21. CALMARIA ANTES DA TEMPESTADE

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Charlotte WalshFazenda Greene

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Charlotte Walsh
Fazenda Greene

Rick discursava sobre o como honraríamos Dale, preservando a nossa humanidade. E eu tentava não desmoronar. A forma como ele partiu abalou tudo mundo. Era devastador ver o grupo ficar menor...

Ainda assim, a noite passada não saía da minha mente, eu não conseguia pensar em muita coisa não ser nela, ou na tristeza profunda ao meu redor. Então decidi viver um dia de cada vez, talvez eu pudesse superar aquela coisa que queria me consumir... Um dia de cada vez teria que bastar. E naquele dia em especifico eu manteria a minha cabeça erguida, tentaria colocar os pedaços de mim mesma a partir dali.

Senti os olhos de Shane sobre mim e ergui o olhar, ele estava péssimo, a cara toda esfolada, e por mais que eu soubesse que ele tinha merecido, eu ainda sentia dó.

Era a primeira vez que eu o via desde ele tentara me machucar, eu devia sentir raiva, mas olhando pra ele naquele momento eu não sabia o que sentir.

Eu estava anestesiada, o beijo de Daryl e as palavras dele ainda muito presentes na minha memória. Como um sonho bom, do qual não se quer acordar.

E talvez eu pudesse mesmo acreditar que era um sonho, porque, sinceramente parecia, dormir encostada no colo dele, com as mãos dele entre os fios do meu cabelo, ainda parecia um sonho. Mas era como se o gosto dele ainda estivesse em mim, eu ainda podia sentir aquele beijo, então eu sabia que era real.

Rick terminou o funeral improvisado e deu as primeiras ordens da manhã, fortificar as cercas, ter certeza de que não havia brechas e nem errantes na fazenda.

Eu estava um pouco afastada do grupo e Daryl se aproximou de mim.

— Eu tenho que ir. Você vai ficar bem? — Ele perguntou, parando a alguns passos de mim, como se não quisesse que nos vissem juntos.

— Eu não vou fugir, se é isso que quer saber. — Tentei sorrir e aquilo foi o suficiente pra ele.

— Charlie? — A voz de Shane me fez prender a respiração e Daryl se colocou imediatamente a minha frente. — Qual é, cara? Virou cão de guarda agora? Eu só quero conversar com ela.

— Agora não. — Respondi decidida, dando um passo para o lado e encarando-o de frente. — Vocês têm serviço a fazer. — Desviei meus olhos de Shane sem esperar por uma resposta dele e encarei Daryl tocando seu braço de leve. — Cuidado lá. Te vejo mais tarde.

Saí andando para o lado oposto, o tornozelo incomodando como o diabo, mas eu pouco estava ligando para a dor.

Carol me alcançou no caminho.

— Você parece melhor. — Ela sorriu carinhosa e eu assenti. — E o tornozelo?

— Dói, mas vou sobreviver. Já passei por isso... — Dei de ombros tentando soar leve, mas percebi que não era mais tão boa naquilo.

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