Foi assim que a encontraram, totalmente sem vida humana aparente, com mato rasteiro crescendo por toda a volta. Um local aparentemente abandonado já há muito tempo por seus moradores, ao menos essa era a impressão que a princípio os exploradores tiveram. Não que tivessem tido tempo suficiente para explorar muito.
Eles estavam em quatro pessoas. Ruajin comandava o grupo por ser o mais experiente deles e logo ao adentrarem na aldeia, ele apontou para a forma de um templo que estava localizado junto à parede lateral esquerda e sem troca de palavras o grupo rumou para lá.
Serem chamados de exploradores era um elogio e tanto para os quatro que seguiam arquejando com o peso exagerado de suas bagagens, amarradas com firmeza às suas costas. Eram na realidade verdadeiros saqueadores que se escondiam sob o citado título com o intuito final de lucrar muitas moedas com seus achados. Vinham de muito longe dali e quando praticamente se encontravam totalmente perdidos, acabaram por se deparar com o lugar. Ruajin dissera ter certeza que a aldeia jamais poderia existir naquele local específico, pois após uma verificação mais minuciosa nas redondezas e pesquisar em seus surrados mapas, chegou à conclusão que aquele lugar antes era o início de um gigantesco precipício, de onde era possível avistar uma montanha com o seu pico vermelho. Os outros zombaram da afirmação e procuraram simplesmente um local para levantar acampamento, deixando a "exploração" para a manhã do dia seguinte. Ruajin ficou perplexo e teria ficado bem mais perturbado se soubesse que não estava enganado em relação à aldeia.
Agora enquanto eles caminhavam para o templo, o líder já se acostumara com a ideia de realmente estar enganado, pois existiam muitos lugares similares espalhados mundo afora e muitos também ainda desconhecidos aos povos da região central de Seran. Em outras palavras, nessa época somente os territórios de Hati e Clad eram conhecidos amplamente, enquanto as regiões do norte e sul, bem como algumas áreas localizadas a leste e oeste ainda possuíam grandes mistérios, um deles a um passo de começar a ser revelado.
Só quando chegaram a alguns metros da construção e fizeram a volta em torno dela foi que perceberam que não existia uma porta de entrada, como se o templo fosse um grande cubo. Ruajin deduziu que a entrada deveria ser por alguma outra construção da aldeia e separaram-se para procurar tal acesso. Concluíram mais tarde, antes de dormirem, que a aldeia era um local com costumes estranhos. Em todas as portas que se depararam não havia trancas de nenhum tipo, somente uma peça de madeira que aparentemente fora fixada nas aberturas e eles tiveram que arrombá-las para acessar os seus interiores, ato este para o qual possuíam considerável prática.
Depois de quase uma hora, se encontraram novamente à frente do templo, sendo o último a retornar o líder deles, que havia até escalado uma grande árvore para olhar o cubo do alto, na esperança de ver uma entrada pelo teto. Ao retornar ele se deparou com seus homens com as faces voltadas para uma das paredes da construção.
"Encontramos algo!" – Adiantou um deles.
Ruajin examinou com calma o local, descobrindo que uma pequena mensagem fora esculpida na parede, onde se lia: Portal de Tuncsoe.
"Isso não vai nos adiantar nada!" – Afirmou ele – "A melhor ação agora é construir algo que se esqueceram de fazer nesse lugar que queremos acessar, pois, com certeza, algo de valioso está escondido aí dentro."
Os olhos dos outros brilharam e compreenderam imediatamente o raciocínio do líder e sem pestanejarem, começaram a desfazer suas bagagens, armando um acampamento na base do grande cubo. Levavam consigo pequenas e pontudas ferramentas, algumas de grande tamanho e começaram a trabalhar na parede à frente, bem ao lado da área esculpida com palavras. Após três dias que foram de muito trabalho, eles conseguiram fazer um buraco na grossa parede e o primeiro odor que sentiram vir lá de dentro não foi muito agradável e resolveram descansar até o próximo dia antes de entrar, depois de colocar uma grossa chapa de madeira vedando a abertura.
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A Saga de Kedl - No Caminho Escuro (Em Andamento)
FantasíaNum mundo medieval é comum existir soldados, guerreiros, reis, princesas, castelos, arenas de combate, povos inimigos e logicamente, uma eterna guerra entre eles. Mas o que aconteceria com esse mundo se o precioso equilíbrio fosse quebrado? E se o m...