20 - Rumo ao norte

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Após três dias de descanso, Gustavo, Cláudio e Sttor deixaram finalmente Cabidan. O loiro conseguiu um mapa antigo com um bom desconto, de um mercador que se tornou seu fã depois da luta final da arena.

De fato o mapa não mostrava nenhuma cidade ou aldeia após o castelo de Clad, o qual eles deveriam cortar, passando pela longa caverna Itdyse, sendo essa a única opção por terra. Para o norte só existiam montanhas, culminando no oceano Himezzu, ao menos assim demonstrava o mapa.

Gustavo conhecia o caminho até as divisas do castelo vermelho e na noite em que acamparam a quinhentos metros dele, sentiu-se verdadeiramente tentado a abandonar o grupo e invadir novamente o lugar, na busca de um olhar conhecido e que fora mantido em seu coração. Não compartilhou esse pensamento com o grupo, pois não queria demonstrar nenhuma dúvida quanto ao destino traçado, e na manhã seguinte mantiveram uma distância segura de Clad, seguindo para o extremo oeste, onde encontraram um desfiladeiro que os conduziu em dois dias até a entrada de Itdyse, vigiada por dois guardas vermelhos.

Já contavam com isso, pois todo o território ao norte ainda pertencia aos cladianos, por isso fizeram o possível para se vestir como exploradores que estavam somente de passagem, em busca de tesouros em terras ainda inexploradas.

Já passavam entre eles, quando foram interrompidos.

"Voltem pelo mesmo caminho que vieram!" – lhes disse o mais alto deles, que mesmo assim era mais baixo que Gustavo.

Os três imediatamente pararam ao som do guarda.

"Viemos de longe, meu senhor." – disse humildemente o loiro com uma reverência – "Passaremos rapidamente e logo sumiremos de sua vista, sem incomodar ninguém..."

O guarda desembainhou sua espada, gesto repetido automaticamente pelo guerreiro de Hati.

"Não precisamos disso!" – trovejou Gustavo enquanto o segundo soldado o observou atentamente e levantou a mão direita, numa ação característica de quem estava no comando.

"Podem seguir!" – disse ele – "Mas não vão encontrar nada após cruzarem essa caverna, que está repleta de animais selvagens. Mas o tempo perdido não é nosso, portanto sigam seu caminho."

Cláudio percebeu o olhar interessado que o chefe dos guardas colocou sobre a espada do guerreiro, enquanto este a guardava, mas achou que fosse somente uma curiosidade comum entre pessoas que lidavam diariamente com a arte da guerra, o que no futuro se demonstrou um erro.

Agradeceram e adentraram à caverna e quando a escuridão interna os cegava, obrigando-os a acender tochas, nem notaram que um dos guardas já deixava seu posto, designado agora para uma nova missão.

A Saga de Kedl - No Caminho Escuro (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora