"Dmeyfou! Dmeyfou!"
Ao virar-se foi como se o mundo tivesse desaparecido, a paisagem do dia se transformou em escuridão.
Tornou a olhar para frente e a mesma escuridão existia agora em todos os lados, enquanto a voz de uma mulher continuava a ecoar em sua mente.
"Dmeyfou! Dmeyfou!"
Onde já ouvira este nome antes? Onde está a arena? Sr. Ninguém? Todos?
"Dmeyfou! Dmeyfou!"
Por que não conseguia sair do lugar? Para onde foi o arpão? Estou sonhando?
"Dmeyfou! Acalme-se! Acalme-se!"
"Está falando comigo?" – Disse o loiro enfim tentando se controlar – "Quem está falando comigo?"
"Dmeyfou! Acalme-se! Acalme-se!"
"Dmeyfou? Já fui chamado assim! Há muito tempo, agora me lembro..."
"Dmeyfou! Acorde! Acorde!"
Cláudio fechou os olhos e ao tornar a abri-los estava deitado dentro de um local desconhecido. O Sr. Ninguém roncava ao lado, numa cama repleta de peles. O local estava muito iluminado e o dia parecia já ter iniciado há algumas horas.
Ainda confuso com tudo que havia acontecido, o loiro pensou que provavelmente ainda era o dia do torneio e suas lembranças aconteceram somente num sonho com cara de pesadelo e que este fora muito realista. Se não fosse isso, então ele deveria ter levado uma boa pancada na cabeça e ficou desacordado desde então, mas essa ideia evaporou assim que não encontrou nenhum ponto dolorido sob os cabelos.
Com esse pensamento em mente a viu sobre uma bancada de madeira que os servia de mesa, brilhante, parecendo em chamas produzidas por energia própria. Devia ter aproximadamente mais de um metro só de lâmina, com mais meio metro de encosto e empunhadura.
Levantou-se num salto e teve que apoiar na parede, pois se sentia exausto e faminto. Mesmo assim foi cambaleando até a bancada e leu em voz baixa a inscrição que vinha na espada:
CH
Com toda a certeza esta era a espada que se encontrava com Sttor.
"Mas então vencemos!" - disse em voz alta e continuou num sussurro – "E eu não me lembro de nada! Apenas do nome que minha mãe me chamava quando era pequeno e somente quando estávamos sozinhos. Apenas um apelido..."
⫷⫸
No mesmo momento em que Cláudio se encontrava perdido, Sttor se levantava de uma cama não tão macia, numa estalagem longe dali, com a cabeça dolorida por dois grandes motivos: a derrota inesperada da véspera e uma ressaca impressionante.
Também ele acordara como de um sonho e teve a certeza da realidade do dia anterior quando observou o machado com o cabo quebrado.
Não estava mais irado, muito ao contrário. Somente se achava ainda surpreso, afinal foram anos sendo sempre o vencedor do torneio.
Levantou-se e se sentou num banco de pedra construído junto a uma grande mesa também de pedra, previamente preparada com um reforçado desjejum e enquanto comia pôs-se a lembrar dos últimos tempos passados em Cabidan.
Sua vida atual era baseada na diversão que consistia em saquear no deserto, lutar nos torneios e, pensando bem, no fundo chegou à conclusão que era uma vida muito sem graça, no que dizia respeito principalmente aos desafios. E a luta da véspera reacendera nele algo que julgara há muito perdido: o desejo de vencer!
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A Saga de Kedl - No Caminho Escuro (Em Andamento)
FantasyNum mundo medieval é comum existir soldados, guerreiros, reis, princesas, castelos, arenas de combate, povos inimigos e logicamente, uma eterna guerra entre eles. Mas o que aconteceria com esse mundo se o precioso equilíbrio fosse quebrado? E se o m...