Capítulo 1

2.6K 98 10
                                    

Guadalupe é uma pequena cidade do interior do México, bem desenvolvida, de certa forma, e é nessa cidadezinha onde se passa a nossa história.
Temos primeiramente, a família Huerta, onde o senhor Emiliano capataz de uma das fazendas mais ricas da região, (Rancho Las Dianas), já viúvo, se esforça para criar suas duas filhas Isabel, a mais velha e Inês a mais nova.

*Casa da família Huerta *

- Inês!...Inês! - gritava Emiliano, chamando pela filha. - Mas onde foi que essa menina se enfiou?

- Oi Pai! - responde Isabel.

- Oi Isabel ! Sabe onde está sua irmã?

- Ela saiu. - respondeu Isabel.

- Isso eu já sei! - disse Emiliano. - Você sabe me dizer pra onde?

- Provavelmente ela deve estar na cachoeira. O senhor sabe que ela sempre gostou de ir pra lá. - disse Isabel.

- Essa menina!... Cheia de obrigações pra fazer na fazenda, e ela fica correndo por aí! - disse Emiliano aborrecido.

- Não se preocupe pai!... Inês já cuidou das obrigações dela. Deixa ela se divertir um pouco. - disse Isabel.

- Sabe muito bem que não gosto que ela ande por aí sozinha! - disse Emiliano.

- Relaxe, Sr. Huerta!... Ela também sabe que o senhor não gosta. Por isso, ela disse que seria rápido. Ela volta já, já. - disse Isabel.


No Rancho Las Dianas, temos a família Santos, onde o seu patriarca é Don Evandro, casado com Dona Constanza, os dois tem um filho chamado Victoriano.

*Casa da família Santos*

Victoriano está descendo as escadas, quando sua mãe o chama:


- Victoriano, meu filho.

- Sim, mãe. Eu estava de saída, mas o que a senhora deseja? - disse Victoriano.

- Seu pai quer falar com você no escritório. - disse Dona Constanza.

- Sobre o quê?

- É melhor que você mesmo vá falar com ele. - ela responde.


No escritório.


- Com licença pai, o senhor queria falar comigo? - pergunta o jevem ainda receoso com o assunto.

- Sim Victoriano, sente-se. - disse Evandro.


Victoriano se senta, mas fica muito intrigado com a expressão séria do seu pai.


- Victoriano, eu o chamei para essa conversa, pois sabemos que você já terminou seus estudos por aqui e chegou a hora de você se especializar pra tomar conta dessa fazenda quando eu me for.

- Pai, não diga isso. O senhor ainda vai viver muito tempo. - disse Victoriano.

- Mas eu tenho que pensar. Ninguém vive pra sempre. Foi por isso que eu resolvi prepará-lo pra assumir todas as responsabilidades que esse rancho têm. Resolvi matricula-lo numa das melhores faculdades de administração em Londres. Você viaja no final da semana.

- O quê?! Londres?! - exclama Victoriano.

- Sim, já está tudo acertado.

- Mas como assim, "tudo acertado" ?! Que eu saiba, o senhor não me perguntou nada! - disse Victoriano.

- E precisava perguntar? Você é meu filho, minha responsabilidade é cuidar do seu futuro. - disse Don Evandro.

- Eu sei o que é melhor para o meu futuro! E essa viagem pra Londres está fora de questão! - disse Victoriano "batendo o pé".

- Abaixe a voz garoto! Com quem pensa que está falando ?! - alterou-se Don Evandro.

- Com um tirano arrogante, que acha que pode controlar a vida das pessoas! - exclamou Victoriano.

- Não esqueça que esse tirano arrogante tem criado você por dezoito anos! Você me deve respeito! - esbravejou Don Evandro.

- Respeito?! Como o senhor pode cobrar uma coisa que não dá as pessoas?! Sempre decidindo tudo por todo mundo, como se fosse o dono da verdade!


Nesse momento, Dona Constanza entra no escritório.


- O que está acontecendo?! Dá para ouvir a discussão de vocês lá de fora!

- A senhora sabia, não sabia mãe?! - perguntou Victoriano.

- Do quê? Da viagem? Sabia! E desde o início disse ao seu pai que falasse com você primeiro! Mas ele não me escuta! Está aí o que aconteceu! - disse Dona Constanza.

- Me poupe de seus sermões Constanza! A decisão já está tomada. Victoriano viaja no final da semana!

- Veremos! - disse Victoriano saindo e batendo a porta do escritório.


***

Na cachoeira, a jovem Inês aproveitava para se refrescar, tomar banho de sol. Ela gostava daquele lugar para pensar na vida, se distrair.
Mas alguém a estava observando. Esse alguém, era um dos motivos do senhor Emiliano não gostar que ela andasse sozinha por aí.

- Será uma sereia tomando banho de sol?

- Loreto! - ela se assusta. - O que faz aí me espionando?!

- Nada demais. Estou só admirando você. Por quê? Não pode? - disse ele com um olhar que parecia devorar Inês de cima a baixo.

Inês se veste rapidamente. Queria ir embora. Mas quando ela passava por Loreto, este a segura.

- Ei, espera, onde vai?

- Me solta, Loreto! - exclamou Inês.

- Pra quê essa agressividade toda, Inês. Eu só quero conversar. - disse Loreto.

- Mas eu não tenho nada pra falar com você, agora me solta!

- Você tá sempre bancando a superior comigo, não é Inês?... Me tratando como se eu fosse um nada. - disse Loreto.

- Eu não trato você assim. Só não dou papo pra cafagestes como você! Já disse pra você me soltar! - disse Inês alterando-se.

- Eu vou te ensinar como uma mulher deve tratar um homem! - disse Loreto tentando beijar Inês à força.

- Não, Loreto! Me solta! - ela gritava.

De repente, Loreto sentiu uma mão o afastando de Inês. Ele nem viu de onde veio o soco.

- Tire as suas mãos sujas de cima dela, maldito infeliz!

- Victoriano! - exclamou Inês.

Loreto se levantou, quis revidar. Mas pensou duas vezes, afinal, Victoriano era filho do patrão. Então, ele resolveu deixar essa desavença para outra vez e foi embora.

Victoriano, olha para Inês que ainda estava assustada com tudo que acontecera.

- Você está bem, Inês? - disse ele segurando o rosto dela delicadamente. - Aquele patife não machucou você, machucou?

- Não, Victoriano. Está tudo bem. Eu estou bem. Graças à você. - disse Inês se recompondo do susto. - Mas como sabia que eu estava aqui?

- Fui te procurar na sua casa, pra gente conversar. E sua irmã me disse que estava aqui. - disse Victoriano.

Inês conhecia Victoriano desde criança. Sabia quando algo o incomodava.

- Victoriano, o que aconteceu? Parece tão chateado.

- E estou Inês. - ele responde.

- Por que você não me conta o que houve? - disse Inês.

- Vou tentar resumir pra você: meu pai quer que eu viaje pra Londres no final da semana.

- O quê?! Você vai embora?! - exclamou Inês.

############################

Oi gente, como o prometido. Tá aí o primeiro capítulo!

Um pouquinho curto, não é?

Espero que gostem!

Fuiste Mía Onde histórias criam vida. Descubra agora