Depois de galoparem por um tempo, ambos chegam à um estábulo. Estava um pouco abandonado.
Victoriano ajuda Inês a descer do cavalo.- Por que viemos aqui, Victoriano?
- Como eu disse, mi morenita, precisamos conversar. - disse ele um pouco sério.
- O que você tem? - pergunta Inês, já conhecendo seu amado e sabendo que algo o incomodava.
- Inês, eu vou viajar amanhã. - disse ele.
O semblante de Inês mudou. Parecia triste. Ela se afastou de Victoriano.
- Como assim? Você disse que não iria mais pra Londres? O que foi que aconteceu? - pergunta Inês.
- E eu não vou, meu amor. - disse Victoriano segurando a mão de sua amada. - Eu vou pra capital. Vou arrumar um trabalho por lá.
- Pra capital? Mas por quê? - pergunta Inês sem entender.
- Briguei de vez com meu pai! E agora é definitivo! - disse Victoriano.
- Mas que briga foi essa, Victoriano? - pergunta Inês.
Victoriano pensou em não contar. Conhecia Inês, sabia que se lhe dissesse, sua amada poderia se sentir culpada.
- Não se preocupe, Inês. Minha convivência com meu pai estava ficando insuportável mesmo. - disse ele.
- Que você e seu pai não se dão bem, isso eu já sei. Mas uma briga dessas tem que ter um motivo. - disse Inês. - Foi por minha causa, não foi?
- Não. Foi por causa dele! Ele e sua mania de se achar "dono e senhor da verdade", o "Oniciente" e "Onipotente" Don Evandro Santos! - disse Victoriano.
- Ele não concorda com o nosso casamento, não é?
- Não me importa se ele concorda ou não! Não preciso do apoio dele pra nada! - disse Victoriano.
- Ele ameaçou em não mais te apoiar? - disse Inês.
- Sim. Ele disse que se eu insistir em me casar com você, eu posso esquecer que tenho pai. - disse Inês.
Inês se sentiu mal. A última coisa que queria era prejudicar Victoriano.
- O que foi, Inês? - perguntou Victoriano.
- Eu não queria te prejudicar, meu amor. Me perdoa. Por minha causa você perdeu tudo. - disse ela com uma pontinha de lágrima em seu olho.
- O que é isso, mi morenita! - disse Victoriano. - Está enganada. Eu tenho você, e quem tem você, tem tudo. - disse ele abraçando sua amada.
- Eu te amo demais, Victoriano. - disse Inês.
- E eu a você, Inês. - disse Victoriano. - E é por isso que quero que venha comigo.
Inês ficou surpresa.
- Quer que eu vá com você?
- Sim, meu amor. Quero que fiquemos juntos pra sempre. - disse Victoriano.
Inês amava Victoriano com todo o seu coração. O que ela mais queria era estar ao seu lado. Mas ela não podia simplesmente ir embora, fugir. Haviam seu pai, sua irmã. Como eles ficariam?
- Victoriano, eu não posso. Eu queria, Deus sabe o quanto eu queria deixar tudo pra trás e ir com você, eu te amo. Mas tem a minha família, eu... Eu não posso deixá-los. - disse Inês com um aperto em seu coração.
Victoriano não pôde esconder sua tristeza. Mas sabia que Inês estava certa. Seu Emiliano não era como o seu pai. Ele era um homem bom, assim como a irmã de Inês era uma boa irmã. Seria muito egoísmo de Victoriano se ele pedisse a ela que abandonasse sua família.
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Fuiste Mía
FanfictionInês e Victoriano se conheceram na juventude. Ele, era filho dos patrões; Inês era filha dos empregados da fazenda, mas isso nunca foi empecilho para que uma linda amizade surgisse entre os dois e também o amor. Porém, o destino conspira para que...