Capítulo 5

1.2K 81 11
                                    

Depois de galoparem por um tempo, ambos chegam à um estábulo. Estava um pouco abandonado.
Victoriano ajuda Inês a descer do cavalo.

- Por que viemos aqui, Victoriano?

- Como eu disse, mi morenita, precisamos conversar. - disse ele um pouco sério.

- O que você tem? - pergunta Inês, já conhecendo seu amado e sabendo que algo o incomodava.

- Inês, eu vou viajar amanhã. - disse ele.

O semblante de Inês mudou. Parecia triste. Ela se afastou de Victoriano.

- Como assim? Você disse que não iria mais pra Londres? O que foi que aconteceu? - pergunta Inês.

- E eu não vou, meu amor. - disse Victoriano segurando a mão de sua amada. - Eu vou pra capital. Vou arrumar um trabalho por lá.

- Pra capital? Mas por quê? - pergunta Inês sem entender.

- Briguei de vez com meu pai! E agora é definitivo! - disse Victoriano.

- Mas que briga foi essa, Victoriano? - pergunta Inês.

Victoriano pensou em não contar. Conhecia Inês, sabia que se lhe dissesse, sua amada poderia se sentir culpada.

- Não se preocupe, Inês. Minha convivência com meu pai estava ficando insuportável mesmo. - disse ele.

- Que você e seu pai não se dão bem, isso eu já sei. Mas uma briga dessas tem que ter um motivo. - disse Inês. - Foi por minha causa, não foi?

- Não. Foi por causa dele! Ele e sua mania de se achar "dono e senhor da verdade", o "Oniciente" e "Onipotente" Don Evandro Santos! - disse Victoriano.

- Ele não concorda com o nosso casamento, não é?

- Não me importa se ele concorda ou não! Não preciso do apoio dele pra nada! - disse Victoriano.

- Ele ameaçou em não mais te apoiar? - disse Inês.

- Sim. Ele disse que se eu insistir em me casar com você, eu posso esquecer que tenho pai. - disse Inês.

Inês se sentiu mal. A última coisa que queria era prejudicar Victoriano.

- O que foi, Inês? - perguntou Victoriano.

- Eu não queria te prejudicar, meu amor. Me perdoa. Por minha causa você perdeu tudo. - disse ela com uma pontinha de lágrima em seu olho.

- O que é isso, mi morenita! - disse Victoriano. - Está enganada. Eu tenho você, e quem tem você, tem tudo. - disse ele abraçando sua amada.

- Eu te amo demais, Victoriano. - disse Inês.

- E eu a você, Inês. - disse Victoriano. - E é por isso que quero que venha comigo.

Inês ficou surpresa.

- Quer que eu vá com você?

- Sim, meu amor. Quero que fiquemos juntos pra sempre. - disse Victoriano.

Inês amava Victoriano com todo o seu coração. O que ela mais queria era estar ao seu lado. Mas ela não podia simplesmente ir embora, fugir. Haviam seu pai, sua irmã. Como eles ficariam?

- Victoriano, eu não posso. Eu queria, Deus sabe o quanto eu queria deixar tudo pra trás e ir com você, eu te amo. Mas tem a minha família, eu... Eu não posso deixá-los. - disse Inês com um aperto em seu coração.

Victoriano não pôde esconder sua tristeza. Mas sabia que Inês estava certa. Seu Emiliano não era como o seu pai. Ele era um homem bom, assim como a irmã de Inês era uma boa irmã. Seria muito egoísmo de Victoriano se ele pedisse a ela que abandonasse sua família.

Fuiste Mía Onde histórias criam vida. Descubra agora