Uma timidez perfeitamente encantadora

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Pedro se jogou na cama sorrindo satisfeito, reflexos da noite passada vagavam por sua mente, reflexos tão bons, que ele sentiu vontade de pensar nisso por um bom tempo.

Tomou um banho rápido saindo do banheiro apenas de toalha sabia que a aposta ainda não tinha acabado, havia mais uma coisa a fazer antes disso. E nem era tão difícil assim.

Só precisou sentar na escrivaninha, e puxar de uma das gavetas o pequeno caderninho de capa vermelha, e então se permitiu pensar em todos os detalhes, todos os suspiros e gemidos. Ao terminar de preencher a última página fechou o caderno o guardando novamente no lugar de onde ele nunca deveria ter saído.

Após poucas horas de sono foi acordado pelos amigos, sabia bem o que eles queriam, e ficou com a consciência pesada em responder tantas perguntas relacionadas a Karina.

-Pode começar. -João disse se jogando na cama.

- Pedro, você não atendeu nossas ligações, eu tô curioso.

-O que querem saber exatamente? -Perguntou desinteressado.

-Bom...Tudo.

-Pule partes chatas, e comece pelas melhores.

-Defina melhores Lírio. -Teria que responder alguma hora, mas sem muitos detalhes.

-Ela é boa de cama? Rolou quantas vezes? -Duca questionou com expectativa.

-Ela é boa em tudo, e rolou só uma vez.

-Vocês passaram esse tempão sozinhos dormindo na mesma cama, e aconteceu só uma vez? Não acredito.

-Qual é João? A Ka é tímida, não vai se soltar assim tão rápido, ela não é dessas.

-É apertada Pedro? -Lírio fez sua tão sonhada pergunta, a curiosidade a respeito disso é grande desde o dia que bateu os olhos na loirinha.

O garoto deu um sorriso canalha, e nem precisou responder, eles tomaram isso como confirmação.

-Bom, já que você tá fazendo jogo duro, então pelo menos empresta o caderninho pra gente dar uma olhada. -Sugeriu se aproximando da escrivaninha, por anos de convivência, João sabe exatamente onde o amigo guarda aquela preciosidade, até já presenciou ele escrevendo várias vezes, mas nunca tocou o objeto sem autorização, Pedro se irrita rápido quando se trata de suas coisas pessoais, não que exista muitas coisas pessoais entre eles.

-Não! Isso é uma coisa minha, dessa vez eu prefiro guardar para reler um dia. -Passou na frente fechando a gaveta outra vez.

-Relaxa cara, estamos entre amigos, eu conheço esse seu caderninho como a palma da minha mão, já li todas as páginas, o que custa deixar a gente dar uma olhada nas últimas?

-Agora é diferente, não quero essa "exposição" toda.

-Tudo bem. -Revirou os olhos frustrado. -Eu esperava que você desse muitos detalhes, como sempre.

-Foi só a primeira, ainda tenho muitas pela frente, talvez eu dê mais detalhes da próxima mas essa é uma coisa só minha.

-Você está estranho hoje, aliás, esta estranho a semana toda, porque não atendeu as ligações mais cedo?

-Porque eu estava com a Karina, ela poderia ouvir nossa conversa. -Tentou parecer óbvio.

-Eu te conheço, não esqueça que sou o seu melhor amigo, e sei quando você se sente encurralado. -João deu um leve tapinha em seu ombro, saindo com os meninos, provavelmente até a cozinha atrás de comida, pela primeira vez Pedro sentiu que precisava ficar sozinho para pensar.

Eu vou tenta conserta vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora