- Grávida? - repetiu paralisado.
- É, Pedro, grávida, mais um bebê. - o estado assustado do homem durou longos minutos, ele repetia a palavra uma vez ou outra, e Karina sentiu medo da reação dele, entenderia caso ele não gostasse, Ângela já deu tanto trabalho quando era menor, teriam que passar por tudo aquilo outra vez.
- Isso... É incrível! - disse finalmente a assustando, a tomou em seus braços e passou a rodopia-la pelo ar, sorrindo alegre. - Vamos ter um bebê! - beijou os lábios da mulher para depois se abaixar e beijar o ventre.
- Espera, você gostou?
- Se eu gostei? Que pergunta é essa? Eu adorei! Esse é o melhor presente que eu poderia receber... Precisamos contar para os meus pais, isso... Vou ligar para eles agora. - pegou o celular e depois o guardou de volta no bolso. - Melhor não, eles vão surtar, vamos ligar para o João... Isso, ele precisa saber... Não! Amanhã eu conto pra ele, ÂNGELA, FILHA ACORDA!
Foi correndo na direção do quarto, com Karina logo atrás, assustada.
Chegou no local gritando alegre e ligou a luz, a bebê custou a acordar e quando aconteceu não entendeu nada.
- Papai?
- Filha, meu anjo, a mamãe tá grávida! - tirou ela do berço quase iniciando outra sessão de pulos.
- O que é... Glavida?
- Ela vai ter um bebê, filha! Você vai ter um irmãozinho!
- Outro bebê? Onde?
-Aqui. - pegou a mão da bebê e colocou sobre a barriga de Karina, que assistia tudo calada e emocionada.
- E como foi que ele entrou aí?
- Ah, um dia eu explico. - tratou logo de se livrar dessa parte da conversa fazendo Karina rir pela primeira vez.
- Ele vai dormir comigo?
- Ângela, filha, ainda não sabemos se é menina ou menino, e ainda vai demorar um pouquinho para nascer, até lá a barriga da mamãe já vai estar enorme. - pegou a filha para colocá-la de volta no berço. - Agora você já pode voltar a dormir. - deu um beijinho leve na testa da menina, arrastando Pedro para fora.
- Ela gostou.
- Eu sei, mas ela ainda não entende, Pedro, vamos tentar explicar alguma coisa amanhã.
- Será que vai demorar muito para aparecer a barriga?
- Uns dois, ou três meses, calma Pê, você está muito afobado.
- Dessa vez eu quero participar de tudo, acompanhar todos os momentos, posso até dar um tempo na gravadora para passar mais tempo com você.
- O que? Não, não mesmo, não quero atrapalhar o seu trabalho.
- Mas...
- Vamos dormir, depois a gente conversa com mais calma. - ele assentiu depois de suspirar, ainda sorrindo bobo.
Esperou que ela fosse na frente, e discretamente retirou o celular do bolso, digitando uma mensagem para João.
"João acorda cara. Eu vou ser pai!!! Outra vez!!!! "
- É pra isso que servem os amigos, se eu não vou conseguir dormir, ele também não.
- Para com isso, Pê, ele ainda está pequeno. - Karina falou não conseguindo evitar o sorriso. Os dois estavam deitados na cama e de uma hora para outra, ele decidiu tentar conversar com o novo bebê, até aproximou o rosto com cuidado para perto da barriga, na esperança de escutar algo.
- Isso é tão incrível, eu quase não consigo acreditar. - beijou os lábios dela pela milésima vez desde que recebeu a notícia, os olhos dele brilhavam, ganharam um brilho intenso desde os últimos dias, mas agora tem um brilho diferente dos outros, felicidade, alegria e amor.
- Eu sei, mas acredite, dentro de nove meses vamos voltar a levantar pela madrugada, ficar cansados a todo tempo, passar horas balançando um bebê enquanto ele chora...
- Eu não me importo em fazer isso tudo, eu gosto.
Ela sorri outra vez, mas não diz nada.
- Isso é um pouco estranho.
- Estranho em que sentido?
- No sentido bom, é claro, mas K, tem um pedacinho nosso aqui dentro, um pedacinho meu e seu, isso é... Diferente.
Karina nunca tinha visto Pedro assim tão feliz, exceto no dia em que trouxeram Ângela para casa, dias após o seu nascimento, mesmo preocupado, o mesmo brilho vagava pelos olhos dele naquela época.
- Temos que pensar em um nome.
- Pedro! Vamos esperar pelo menos um mês, ou dois, quando ficar um pouquinho maior.
Eles iriam iniciar uma pequena discussão, se é que se pode chamar assim, não discutem muito.
- Mamãe! - olharam rapidamente na direção da porta e sorriram, Ângela segurava um urso usando uma das mãos, se fosse para comparar o tamanho, aquele urso era um pouquinho maior que ela.
Em passinhos pequenos, porém rápidos, ela conseguiu subir na cama, e ficar no meio dos dois.
- Você desceu do berço sozinha? - Pedro perguntou e beijou a bochecha da bebê.
- Eu tô grande agora, papai!
- Claro que está, eu estava aqui conversando com a mamãe sobre o nome do seu irmãozinho.
- Ou irmãzinha. - Karina se intrometeu olhando a filha.
- Você quer uma irmã ou um irmão?
- Não sei, podia ser dois pra brincar comigo.
- Pedro! - Karina repreendeu o homem com um olhar, quando este começou a rir do comentário da filha, e até concordou. - Filha daqui a um tempinho a barriga da mamãe vai ficar bem grande, e dois bebês é muito, um só já está de bom tamanho.
- Porque vai ficar grande?
- Porque o bebê vai crescer aqui dentro. - Karina gostou de ver Pedro assim tão feliz, e gostou também de ser a causa de tanta felicidade, mas mesmo assim aquela pontinha de dúvida continuava vagando sem parar, a última coisa que quer é acabar com a felicidade dele ou machucá-lo, antigamente se apaixonar por ele estava sendo tão fácil, esta é mais uma prova de que as coisas mudaram muito.
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Eu vou tenta conserta você
Romantizm" - Eu levo ela pra cama e ainda ganho uma bolada? Moleza" " - Cuidado, Pedro, para não se apaixonar" Ele deveria ter dado ouvidos a João, mas não deu... Sim ele se apaixonou e a perdeu da pior forma possível. E ela? Ela seguiu sua vida ao seu lad...