Em você eu encontrei meu lar

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O choro esganiçado de Luna acordou Karina, que nem se dera conta de ter dormido. Levantou-se com dificuldade, estava no chão, na mesma posição em que passara parte da noite chorando.

Caminhou até a filha menor e pôde ver Ângela dormindo na cama dos pais, deixou um mínimo sorriso brotar dos lábios ao olhar para seu anjo.

Trouxe Luna para os braços, ajeitando-a com delicadeza, sentou-se ao lado do corpo adormecido de Ângela, e passou a acariciar os cabelos da mais velha enquanto a mais nova cessava o choro com seu leite.

Tudo o que Karina conseguia pensar no momento era em uma forma de trazer Pedro de volta. De volta para as filhas, para si. Não seriam nada sem ele.

Quando a bebê voltou a pegar no sono, ela procurou as horas, era madrugada. Onde será que ele estava? Provavelmente na casa de João, iria descobrir assim que o sol nascesse. Entretanto não resistiu, fechou os olhos segurando o celular, que usara para ver as horas, com mais força. Discou o primeiro número nas chamadas. Um toque. Dois. Três. Caixa de mensagens.

Pedro não iria lhe atender.

Acabou deitando-se ao lado da filha, abraçou o pequeno corpo tentando voltar ao sono, mas não conseguiu. Por fim, o dia clareou e Karina não voltara a pregar um olho.

Ângela foi a primeira a acordar, estranhou estar na cama dos pais sem os dois ali, perguntou por Pedro algumas vezes e Karina conseguiu convencê-la de que ele estava trabalhando. Não tardou para Luna também acordar. A mulher decidiu encher um pouco a cabeça com as filhas antes de pensar no que fazer em relação ao namorado.

A loira segurava a bebê sentada na banheira enquanto Ângela ria jogando água nas costas da irmã, sempre recebendo reclamações de cuidado da mãe. Os olhos castanhos de Luna brilhavam, ela batia as mãozinhas na água molhando todo o banheiro.

- Ângela, vai tirando a roupa que já é sua vez, eu só vou secar a Luna e já venho te ajudar.

Falou saindo do banheiro e deixando a outra resmungando algo sobre querer vestir a irmã. Ângela tratava Luna como uma de suas bonecas, Karina achava graça disso, lembrava muito Bianca.

Quando as três desceram as escadas, depois de banhos tomados, para o café da manhã, deram de cara com Bianca e João sentados no sofá.

Ângela correu para os braços do padrinho que já a esperava com um sorriso no rosto.

- Já de pé? - Bianca perguntou meio incerta, mordendo o lábio.

- Nem dormi. - deu de ombros - E você tão cedo por aqui, João? Aconteceu alguma coisa? E o Pedro? Você sabe onde ele está, não sabe?

Bianca logo levantou tomando Luna dos braços da mãe ao perceber que a mulher estava nervosa.

- Ele está em minha casa, K.

- Eu vou até lá. - disse de imediato já em direção à porta.

- Karina, eu acho melhor você esperar. - o amigo tentou argumentar.

- Não vou fazer como ele, João. Ele vai me ouvir.

- K, espera, eu concordo que vocês precisam conversar, mas calma. - Bianca disse lançando um olhar para as duas sobrinhas.

Karina relaxou minimamente os ombros ao olhar as filhas.

- Tudo bem.

- Olha, come alguma coisa com a Ângela. Depois eu e o João podemos ficar com elas e você vai até o Pedro. Não é, João?

Eu vou tenta conserta vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora