Casa cheia

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- Bi, posso falar com você? - Karina entrou no quarto que a irmã ocupara, ela estava segurando Luna nos braços, a recém nascida dormia tranquilamente. 

- Claro. Aconteceu alguma coisa? - questionou ao notar a expressão apreensiva da mais nova. 

- Não. - Bianca a olhou duro - Talvez. - tentou de novo, e a morena indicou a cama para que ambas sentassem - Ok, sim! Acho que aconteceu algo. 

- Tem a ver com a Luna?  

- Não está tudo bem com ela. - sorriu para filha acomodando-a mais em seu colo. 

- E Ângela? 

- Está com a Joana. Pedi que ela tomasse conta de Angel, senão Luna nunca dormiria. - as mulheres riram. Ângela estava animada além da conta com a irmã, a queria disponível todas as horas do dia, não entendia que a pequena ainda não tinha condições para brincar. 

- Ela está tão feliz com a irmãzinha. 

- Acho que nunca a vi assim, isso é tão bom.  

- Eu imagino, ver os filhos felizes é tudo que uma mãe quer... Mas então, o que houve? Se não são as meninas, é o Pedro. Acertei? 

- Sim. - Karina resolveu aceitar a ideia de Bianca, sempre conversar quando estivesse precisando, aquele parecia ser um bom motivo para se ter uma conversa. 

Luna estava em casa há uma semana, uma semana onde ninguém fez nada além de paparicá-la. Pedro e Ângela sendo os mais empenhados nisso. Mas Karina finalmente conseguira convencer o homem a voltar para o trabalho. Agora tinha a oportunidade perfeita para falar com a irmã. 

- Então fala.  

- Bom, eu acho... É que... Eu meio que falei pro Pedroqueamoele. 

- Fala devagar, K. Não entendi nada. - Bianca riu com o desconforto da loira, e tentou tranquiliza-la pondo uma mão na sua perna e acariciando. 

- Eu acho que falei pro Pedro que amo ele. - fechou os olhos para concentrar em dizer as palavras. 

- Você acha? 

- Eu respondi quando ele me disse, e depois acabei dormindo. 

- Mas isso é maravilhoso, irmã! 

- Eu não sei... 

- Espera, como não sabe? Você mentiu? 

- Não! - se repreendeu por ter gritado, Luna se remexeu, mas não acordou - Foi sincero. - completou com a voz baixa. 

- Eu não estou entendendo. 

- Ele agiu como se nada tivesse acontecido, quer dizer... Ele não disse nada. Você acha que ele não acreditou?  

- Não sei. Por que ele não acreditaria?  

- Pelas circunstâncias? - perguntou quase gritando o óbvio. 

- Pra mim as circunstâncias diz que vocês são um casal maravilhoso, com duas filhas maravilhosas, empregos maravilhosos, uma casa maravilhosa. Quer mais maravilhosidade? - Karina riu de Bianca e aceitou aquelas palavras - K, ele sabe que você foi sincera, talvez só não queira forçar a conversa, sei lá. Você disse que ele sempre foi tranquilo com seus sentimentos. 

- Sim, ele sempre foi. Eu nunca achei que aquele Pedro que conheci na universidade pudesse ser assim. Pra falar a verdade, acho que só agora estou conhecendo ele, sabe? É como se aquele fosse uma máscara. Ele vivia um personagem que não era real. 

Eu vou tenta conserta vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora