Pequeno anjo

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Os olhos grandes e azuis pareciam tentar observar um só ponto de uma vez, mas em uma fração de segundos o olhar do pequeno bebê se voltava para as muitas pessoas em sua volta, suas mãos minúsculas apertavam-se ao mesmo tempo que seus pés, como se estivesse se espreguiçando, ela estava se espreguiçando.
Pedro sorria reparando em cada pedacinho do bebê, de seus curtos fios pretos até o último dedinho do pé, sem ter uma palavra que descrevesse a emoção do momento.
Karina segurava muito bem sua tensão, enquanto seus olhos lagrimejavam ela não teve tempo para segurar a filha, e reparar nela também, pois logo um dos médicos a pegou em seus braços saindo por um instante do local, com Pedro a tiracolo, a loira sentia como se seu corpo tivesse sido esmagado, mas de uma certa forma um alívio percorria por dentro de si.

Pedro encarou atentamente uma das enfermeiras banhar o bebê, ela explicava com detalhes como deve ser dado os banhos de um recém nascido, até a temperatura certa da água ele decorou. Poucos minutos depois a criança foi seca e vestida e entregada nas mãos do homem tenso e emocionado, muito emocionado. Ele a segurou em seus braços com cuidado, mesmo não muito pesada ela tem um cheiro diferente, cheira vida. Conseguiu analisar mais de perto seus traços, muito parecidos com os de Karina, as bochechas coradas, os olhos azuis atentos e curiosos, e extremamente pequena. Ele aproximou o rosto e seus lábios tocaram a bochecha delicada em um beijinho de leve, sentiu seu dedo indicador ser agarrado por uma das mãozinhas, ela apertou e o movimento foi ganhando força com o passar dos segundos.
-Você é bonita, como a sua mãe. -murmurou baixinho. -Acho que essa é a primeira vez que eu seguro um bebê, e é tão estranho...Posso te contar um segredo? Eu não sei absolutamente nada de como ser pai, nada mesmo, acho que vamos aprender isso juntos, você concorda? -Ela piscou os olhos várias vezes e apertou um pouco mais a mãozinha. -Venha, hora de conhecer a sua mamãe, ela é um pouco esquentada, muito na verdade, talvez você seja assim quando ficar um pouquinho mais velha. -Pedro caminhou na direção do quarto, em passos lentos temendo em talvez assustar o bebê que colocou seu pequeno dedo indicador na boca.
Karina ajeitou o travesseiro em suas costas se recostando com dificuldade, a porta foi aberta de repente, e Pedro entrou com um sorriso estampado em seus lábios, carregando nos braços um bolinho pequeno coberto por uma fina manta rosa.
Estendeu os braços tensa para segurar o bebê e ele a entregou com cuidado parecia ter pegado prática nisso.
Alisou uma de suas bochechas usando o polegar, enquanto encarava a filha.
-Ela tem os seus olhos. -Pedro disse pela primeira vez depois de vários minutos. -E o seu nariz também.
-Sim, tão pequena. -Beijou de leve a bochecha corada, se entristeceu um pouco por dentro conseguindo disfarçar, mas qualquer pessoa que lembrasse do rosto de Cobra e olhasse atentamente para o bebê, veria vários traços em comum dos dois, como os cabelos pretos, a boca e pequenos contornos em volta dos olhos.
-Ela é...Não há palavras. -Balbuciou com os olhos atentos no bebê se remexendo nos braços da mãe. -Qual o nome?
-Nome?
-Você não pensou num nome? -ergueu uma sobrancelha, nunca perguntou para Karina como o bebê se chamaria depois que nascesse pois acreditava que a loira não tinha a mínima vontade de lhe contar, mas nunca imaginou que na verdade ela apenas não havia pensado nisso.
-Eu não...Talvez o nome da minha mãe, Ana.
-Ela parece um anjinho. -sorriu tentando encaixar o rosto com o nome.
-Anjo, Ângela. -Karina murmurou baixo sorrindo pela primeira vez. -Vai se chamar Ângela.
-Ângela. -Pedro repetiu, com os olhos brilhando ao ver que este é o nome perfeito para o rosto do pequeno anjo da sua frente.

Eu vou tenta conserta vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora