(eu achei que devia a vocês o primeiro encontro de Theodore Newman e Jessica Sandford a vocês. Obrigada por fazerem de Wings um sucesso, obrigada por fazerem de mim a autora mais feliz do mundo. Obrigada por amarem esses personagens tanto quanto eu. Obrigada de coração)
Engoli uma aspirina sem precisar da ajuda de água para fazer com que ela descesse pela minha garganta. Encarando meu rosto no espelho, desejei com todas as minhas forças que aquele dia acabasse. A toalha do meu banheiro do meu escritório não era lá muito macia, mas funcionou para secar meu rosto, já que eu tinha lavado a cara numa tentativa de fazer minha cabeça parar de doer um pouco.
Caralho! Quantas coisas podiam dar erradas num dia só? Mas que inferno! Eu mesmo havia feito os pedidos para o sex shop, algo que não era tão difícil. Setenta vibradores médios rosa choque e trinta estimuladores de clitóris roxos, os preferidos das nossas clientes. E o que eu tinha ganhado? Uma caixa com vibradores gigantescos na bizarra cor de catarro. Pra quem eu venderia aquelas coisas?
Ligar para os fornecedores pedindo para que a mercadoria fosse trocada tinha sido ainda mais difícil, segundo os filhos da mãe, eu realmente tinha pedido aqueles consolos enormes verdes. E tentaram me fazer acreditar que eu realmente tinha feito aquilo. Como se eu fosse estúpido, eu tinha cópias do pedido e mesmo assim os filhos da puta estavam se recusando a fazerem uma coisa tão simples quanto buscar a caixa de pintos de borracha catarrentos e trocarem por mercadorias decentes que minhas clientes realmente teriam prazer em comprar e ainda mais em usar.
Como se já não me bastasse, o movimento naquela época do ano no bar era grande e exigia a minha presença ali também. Para completar tudo, eu tinha que fazer o balanço mensal naquela noite, sabe-se lá a que horas quando eu conseguisse esvaziar o local e finalmente fechá-lo.
Infelizmente, meu expediente não estava nem perto do seu fim.
Uma batida seca na porta do banheiro me fez deixar quieta qualquer esperança de terminar o dia o mais rápido possível e ir atender algumas pessoas no balcão, certo de que era por isso que Rodge, o gerente, queria batendo na porta.
- Ei, chefe, desculpa incomodar - disse ele quando eu finalmente saí do banheiro - é que tem uma dona lá fora que quer falar com o Nate.
- Nate está viajando.
- Certo, vou lá falar pra ela.
Encarei o espelho de dupla face que permitia que eu visse o balcão cheio e respirei fundo, sabendo que eu teria que enfrentar a multidão lá fora de uma maneira ou de outra.
- Deixa que eu aviso. Continua atendendo que eu já passo lá pra te dar uma força.
Rodge fez que sim com a cabeça e saiu de volta para o bar, deixando que eu parasse por alguns minutos, tendo certeza de que a aspirina começaria a funcionar e finalmente pudesse voltar para o ambiente pesado de fumaça e cheiro de malte lá fora.
- É aquela ali. Faz um tempo que ela está aí, mas perguntou pelo seu irmão só agora.
Ergui os olhos tentando encontrar quem Rodge apontava e vi uma garota não muito alta usando um vestido azul comprido demais para a frequentadora de um bar como o meu, mas maior do que isso, o vestido era fechado demais, cheio de detalhezinhos com renda que era adequado a uma das esnobes indo para o Derby Real e não para um lugar como o que ela estava. Como se não fosse o suficiente, a garota nem mesmo usava maquiagem e se usava, nem dava pra notar. O que uma pessoa como aquela estava fazendo no meu bar? Ela devia ter entrado sem querer, só podia.
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Wings
RomanceA escritora de romances históricos Jessica Sandford recebe uma proposta irrecusável de sua editora: um livro erótico em troca de oito anos de publicação imediata. Porém, como a virgem e inocente Jessica poderia escrever um romance erótico sem nenhum...