Desposar-te-ei, com todo o meu amor (pt.1)

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Meu irmão me olhava com um riso muito mal escondido enquanto eu fechava a mão em punhos tentando obter o máximo da minha paciência que não era tão grande assim.

Eu era uma bomba relógio e todos ao meu redor sabiam disso. Mas por ela eu tentava ser um cara melhor e, se isso faria com que ela visse esse homem melhor, o homem que ela precisava ao seu lado, em mim. Ótimo, eu faria.

Arranquei mais uma página do bloco colorido que Nate havia me entregue e esfreguei a testa.

Não devia ser tão difícil, certo?

Era só escrever algumas linhas bacanas, dizer para Jess o quanto eu estava feliz em me casar com ela. Então por que era tão complicado?

Jessica fazia com que escrever parecesse tão simples! A mão dela voava enquanto segurava uma caneta diante do papel, os dedos dela faziam o teclado vibrar de tão rápidas que eram enquanto o que quer que fosse que estivesse em sua mente passasse para a tela. Eu basicamente catava pedacinhos de pão no teclado, apertando uma tecla de cada vez. Tecnologia não era meu forte. Escrever também não.

Mas a cheia de pompa Sra. Sandford havia dito que aquilo era importante. Uma tradição, segundo a dama cheia de frescura. O que eu poderia fazer então?

Era muito óbvio, pela cara de quem chupou limão azedo que ela fazia questão de mostrar desde que havia me conhecido, que eu era a sua última opção para um casamento com a sua preciosa e talentosa filha.

E mesmo sendo a última opção, ela preferia prender Jessica em uma torre do que deixar ela se casar comigo.

Bem, ela estava muito enganada se acreditava que encontraria alguém que pudesse dar a Jessica tanto amor. Eu não era idiota de pensar que não haviam caras melhores que eu para estarem com ela, mas eu duvidava que algum deles poderia sentir por ela tanto quanto eu sentia. Eu pagaria pra ver se algum desses caras almofadinhas que a mãe dela queria no meu lugar fosse capaz de sentir o coração parar apenas por ver o sorriso dela, duvidava que qualquer desses caras desse o seu melhor para ser o primeiro da filha dela em tudo, mesmo que fosse o primeiro a oferecer pra ela uma mistura de chocolate e pasta de amendoim no sorvete de creme. Eu realmente queria que alguém me mostrasse alguém capaz de sentir aquele aperto desconfortável a cada vez que uma lágrima caia do olhar maravilhoso daquela mulher.

Ótimo, eu não era lá essas coisas, mas fazia o que podia para ser a melhor coisa que já acontecera a Jessica. Porque ela era a melhor coisa que já acontecera pra mim.

E era exatamente por isso que estávamos numa mansão rural de Yorkshire prontos a parar no meio do jardim aos fundos da propriedade e dizer sim um ao outro. De uma maneira simples, mas que resumiria tudo o que a gente queria.

Apesar de eu achar que o casamento das nossas almas era mais importante que um pedaço de papel assinado pelo ministro, eu abria mão de toda a minha maneira rude apenas para realizar o sonho dela.

Jessica era uma lady do século passado e eu sabia que a amava justamente por isso. Então se ela queria um casamento digno de uma dama, com todas as tradições que ela tinha direito, então era o que ela teria.

E eu estava bem de acordo com isso, até a bruxa da mãe dela aparecer dizendo que era traição que o noivo enviasse uma carta para a noiva ler enquanto se preparava.

Uma cara.

Como diabos eu iria escrever uma merda de uma carta assim em cima da hora? Eu não conseguira escrever meus votos sem a ajuda de Pete. Como eu poderia dar conta de uma carta em alguns minutos.

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