Colegas de quarto

Capítulo 40

A raiva o ódio e a frustração são coisas que quando combinadas tem o poder de te destruir e o pior não é isso, o pior é que a raiva não é algo que a gente pode botar a culpa no universo, pois ele não tem culpa que as pessoas ferrem com os nossos sentimentos.

Ele podia derrubar aquela porta comigo atrás dela, mas eu tinha certeza de uma coisa, em um futuro próximo eu não ia deixar que ele entrasse ali, estava tão puta, como eu podia ser tão ingênuo?

ME DIGA AMELIA COMO PODE SER TÃO BURRA? Grito comigo em pensamentos, se um dia um ladrão quisesse roubar todo o meu dinheiro e ainda me matar ele conseguiria fazer isso por que eu devia ser a pessoas mais tola do mundo.

- AMELIA POR FAVOR ME DEIXA EXPLICAR!

Eu não tinha mais nem voz para gritar junto com meu choro, já tinha gritado tudo o que podia no apartamento do Derek.

um dia antes...

Tinha saído do dormitório e estava indo passar no Derek por que ele morava ali perto, mas eu só não sabia que me arrependeria disso depois, assim que cheguei no andar dele Elioter abriu a porta para mim e ficou espantado ao me ver, mas antes de deixar que eu entrasse ele me mandou ficar quieta e vir com ele, eu não ia obedecer, mas a cara com que ele me olhou me fez pensar melhor ele parou atrás da porta do quarto do Derek e eu pude ouvir clara mente enquanto ele explodia com...com o Tyler.

            - você só pode estar tirando uma com a minha cara Tyler seu filho de uma puta... Você esta jogando com a Meli pare de fazer isso! – Derek para de grita e soca alguma coisa lá dentro.

            Olho para Elioter que me da um olhar estranho.

            - eu sei, eu sei que foi burrada ter beijado ela hoje... – isso dou.

            - a burrada não foi beijá-la a burrada foi beijá-la por que estava pensando na Melodie!

            Prendo minha respiração e sinto minha vista embaçar e a raiva crescendo como uma bola sufocante que ia do meu peito para a minha garganta onde ficava instalada, mas hoje ela não ia ficar parada ali, ela ia sair e ia sair com força total eu já estava cansada de ser usada como uma distração e queria deixar isso bem claro para Tyler e para qualquer outro filho da puta que fosse um babaca.  

            Abro a porta e a cara de susto de Tyler me deixa com mais raiva ainda.

            - seu filho da puta... – eu mal conseguia falar e as lagrimas começaram a rolar pelo meu rosto com uma certa velocidade que me faltava ar – eu te odeio... você acha o que? Que eu sou um brinquedo? Tyler você é doente você e a sua cura é a Melodie por que não vai atrás dela se você a ama... A é verdade você não pode ficar com ela por que ela te abandono porque você é um pé no saco e ela viu que não tinha futuro com alguém que é infantil de mais para ter 24 anos! – não tenho que andar muito ate ele e começo a bater nele o que não faz com que eu me sinta melhor.

            - MELI PARE! – ele segura meus pulsos.

            -pare você... você mora no mesmo apartamento que eu, poderia para de brincar comigo, de me deixar histérica louca de raiva com você e agir como uma pessoa normal?  Tantas meninas na faculdade que quer brincar com você e por que eu? Por que sou um alvo fácil? – tento soltar meus pulsos da sua pegada, mas ele não facilita – você é um babaca e eu te odeio...

            - Meli...me desculpe!

            - vai se foder com as suas desculpas eu já cansei de ouvi-las! – ele me solta surpreso com as minhas palavras e eu saio do quarto bufando.

            - Meli você não pode ir embora assim! – ele diz vindo atrás de mim e eu mostro o dedo do meio para ele.

            - por que te importa? Eu só sou um brinquedo para você! – fecho a aporta do apartamento e vou para o elevador.

            Quando chego lá embaixo limpo meu rosto e vou para o ponto de ônibus.

            Em casa pego uma lata de pêssego na geladeira uma coca-cola e um pacote de salgadinho na dispensa e vou para o meu quarto me trancando lá pelo resto do dia, para minha sorte Tyler não volta para o apartamento neste dia e eu tenho ele todo para mim.

                                                           *******

Faço meu café da manha ouvindo Talking Body e tento não pensar no dia turbulento de ontem, Tyler nem voltou para dormi no apartamento o que eu comemoro, enquanto sento na mesa pronta para tomar café tento não pensar em Tyler então penso em meus pais, já não falo com eles a mais de quatro meses e estou com saudade... só esperava que eles também.

Era estranho não depender deles, uma sensação de independência? Sim isso era incrível, mas a saudades de ir aos domingos almoçar com eles, bem isso não tinha nada de incrível, sei que se eles sentissem a minha falta teriam ligado, mas eles são meus pais, e não é errado sentir falta das pessoas que cuidaram de mim a minha vida toda e ainda me ajudaram por três anos a pagar a faculdade, eu sabia que uma hora ou outra ia ter que encará-los, mas não sabia quando e nem como.

                 

Jogo o prato na pia e antes que eu comece a lavá-lo escuto a porta se abri e corro lá para a sala, mas infelizmente ainda vejo Tyler entrando. 

Entro no meu quarto e fecho a porta

Ele podia derrubar aquela porta, mas eu tinha certeza de uma coisa, em um futuro próximo eu não ia deixar que ele entrasse ali, estava tão puta, como eu podia ser tão ingênuo?

- AMELIA POR FAVOR ME DEIXA EXPLICAR!  -ele bate na porta, mas eu na me mexo.

- vai embora Tyler!- estou cansada de mais para gritar então só me jogo na cama e pego meus fones de ouvido.

A musica Close As Strangers começa a tocar e eu espero me envolver com as vozes dos meninos da 5SOS e esquecer dos problemas, esquecer do Tyler, pelo menos enquanto eu estiver com os fones nos ouvidos posso tentar prestar atenção na musica e não pensar em Tyler, mas é claro  que de vez em quando ele aparece na minha mente como granada e fica ali por tempo suficiente para me deixar mal de novo e eu acabo perdendo boa parte da musica, a maior frustração era saber que eu estava tão apaixonada por ele que não sabia mais como não sentir nada por ele, como não deixar que ele fosse uma peça fundamental do quebra-cabeça que era minha vida.

Tyler estava tão interligando a tudo que eu vivia, pensava e fazia que eu nem tinha percebido ate este momento e agora eu estava perdida e sem saber o que fazer para que ele deixasse de ser uma peça chave do meu quebra-cabeça, mas como todo bom quebra-cabeça você não podia deixar uma peça de fora ou perder uma, se fizesse isso nunca o terminaria e como na vida se fizesse isso e não terminasse a merda do quebra- cabeça, talvez nunca achasse o sentido da vida.

Talvez seja por isso que tem tanta gente perdida na vida, tanta gente em depressão a beira do abismo, porque talvez no meio do caminho estas tenham perdido e deixado peças dos seus quebra-cabeças para trás com isso nunca entendendo o sentido da sua existência, com isso nunca sendo inteiramente feliz.

Eu não sabia dizer se ate aquele momento eu havia perdido alguma peça do meu quebra-cabeça, mas talvez eu fosse perde Tyler, mas se eu fosse "perde-lo" não significa que eu não pudesse ser feliz algum dia "perde-lo" significava que ele nunca tinha e nunca seria uma peça vital do meu quebra-cabeça.