Story

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Lauren POV

- Você pode chamar o médico, por favor? Eu sei que provavelmente isso é normal, mas eu estou me sentindo horrível. - Faço uma careta ao respirar e sentir mais uma pontada de dor.

- Não quer ligar pra ninguém antes? Quero dizer, eu imaginei que a primeira coisa que você fosse fazer seria querer um telefone pra avisar os seus amigos, sua família, um namorado, ou sei lá, afinal, você está aqui a 3 dias, devem ter muitas pessoas preocupadas. - Diz, confusa.

- Não, não tem. - No fundo, doía dizer aquilo em voz alta, mas nada que eu não fosse capaz de lidar. - Eu só tenho uma pessoa e é a minha amiga Dinah, e eu posso falar com ela depois.

Camila pareceu tentada a perguntar algo, mas acaba se limitando a assentir e sair do quarto, voltando alguns minutos depois com um médico baixinho e simpático ao seu lado.

- Bem vinda de volta. - Ele diz, abrindo um sorriso quase que reconfortante. - Me diga, o que está sentindo?

- Sede, enxaqueca, uma queimação nos pulmões toda vez que eu respiro, e meu corpo está dolorido. - Enumero, enquanto ele anotava tudo em uma prancheta.

- Náuseas, ânsia de vômito? - Nego. - Normalmente as dores de cabeça vem acompanhadas disso, então se começar a sentir, não se assuste. - Tira uma caneta do bolso e acende a luz que havia na ponta dela. Ele pede pra que eu tente seguir a luz com os olhos, enquanto ele passava ela de um lado para o outro, lentamente, mas aumentando um pouco a velocidade as poucos. Consigo faze-lo sem dificuldade e ele sorri, parecendo satisfeito. - Vamos direto ao ponto: Você vai ter que ficar o resto da semana aqui, em observação, depois vai poder ir pra casa se quiser, mas eu não aconselharia, principalmente, se você mora sozinha.

- Por que não?

- Você quebrou um braço e 3 costelas, Lauren, você não vai se recuperar em 7 dias no hospital, isso leva semanas, até meses. - É a vez de Camila se pronunciar, e eu suspiro.

- Exatamente, e você vai precisar de ajuda pra fazer coisas básicas: andar, se deitar, se levantar. Pelo menos no primeiro mês, então se você mora sozinha a melhor opção é ficar aqui, ou contratar uma enfermeira particular.

- Eu posso ficar com ela. - Camila diz imediatamente, mas logo se corrige. - Não "ficar" do tipo ficar literalmente, eu posso cuidar de você. - Diz, me encarando, parecendo envergonhada pela péssima escolha de palavras. Eu abro a boca pra negar, mas ela me interrompe. - Ah, por favor, são só 4 semanas e eu sou uma boa companhia, vai ser divertido.

- De qualquer forma, você não precisa decidir isso agora. - O médico interrompe, rindo da nossa interação. - Eu vou pedir a uma enfermeira pra que venha aqui te dar os remédios, as dores devem melhorar em pelo menos meia hora e a queimação no pulmão também, apesar de que ela não vai desaparecer completamente, tudo bem? - Pergunta, e eu assinto. - Você é uma menina de sorte, acredite, a chance de sobrevivência em acidente daqueles era de 1% em 100%. O médico que examinou o corpo do motorista disse que, mesmo se ele tivesse sobrevivido, ele teria ficado paraplégico, mas você quase não vai ter sequelas, em 2 ou 3 meses vai estar novinha em folha. - Sorri pra mim, pouco antes de sair do quarto.

- Eu te disse, se você não é religiosa, é melhor começar a ser. - Repete.

- Você não regula muito bem da cabeça, não é? - Digo, tentando me endireitar na cama sem fazer movimentos bruscos, e ao notar minha dificuldade Camila se aproxima mais, endireitando meu travesseiro e me ajudando a ficar com a coluna ereta. - Você só conversou comigo por 5 minutos e já está dizendo que quer ficar comigo por 4 semanas.

- Eu te vi dormir por 3 dias, nós já somos praticamente íntimas. - Se senta na beirada da cama ao meu lado.

- É sério que você ficou aqui 3 dias? Você não tem nada melhor pra fazer, não? Tipo, trabalhar? Estudar? Qualquer coisa?

A Second Chance (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora