Lauren POV
É estranho pensar no quanto a vida é algo sensível: uma hora você está lá, seguro, saudável. E em outra hora você pode estar a beira da morte. Quando se é jovem todos dizem "não se preocupe, você tem a vida inteira pela frente", mas quem pode dizer quanto tempo é uma vida inteira? 50 anos podem virar, repentinamente, apenas 5. Uma vida inteira pode acabar de uma hora para a outra e a pergunta que não quer calar é: quem determina isso? Quem está mudando os ponteiros do relógio?
...
Sai do meu estado de transe alguns segundos depois, quando o corpo moreno caiu sobre o meu. Segurei fortemente ao seu redor e a deitei com cuidado no chão, gritando para as pessoas que se afastassem e consequentemente chamando todas as atenções.
Me levantei rapidamente e pedi, em tom de desespero, o casaco de um homem qualquer que rapidamente o tirou do corpo e me entregou. Me abaixei novamente e o pressionei com força contra o ferimento, enquanto Camila me observava. Os olhos castanhos a ponto de se fecharem, demostrando que ela não aguentaria ficar acordada por muito mais tempo.
- Fica comigo, olha pra mim. - Pedi, do jeito mais calmo que consegui. Seus olhos se abriram um pouco mais e se conectaram aos meus.
Rapidamente telefones foram pegos e diversas ligações foram feitas para a emergência, um garçom qualquer saiu com desespero atrás dos avós da latina, mas a música, insuportavelmente alta, continuava tocando, me fazendo pensar se aquela situação toda era real ou apenas um pesadelo com trilha sonora.
As expressões de choque que nos encaravam não era só por ter uma mulher ensanguentada no chão de uma casa noturna e sim porque todos ali sabiam que Camila não era uma mulher qualquer.
Escutava as vozes ao redor como se estivessem vindo de um lugar distante: "O que aconteceu? Ela foi atacada?" "É mesmo a neta dos Cabello's?". Ninguém parecia acreditar, nem eu, mas estava acontecendo.
Os próximos 5 minutos antes da ambulância chegar se passaram em branco pela minha mente. Me levantei e fiquei lá, parada, estática, enquanto dois homens carregavam Camila numa maca até a ambulância no lado de fora. Em poucos instantes o lugar já se encontrava lotado de policiais.
- Eu só a encontrei parada com as mãos no ferimento. Depois ela caiu em cima de mim. - Disse, mostrando meu vestido, que estava sujo de sangue, assim como minhas mãos. O policial que me interrogava anotava tudo o que eu falava em um bloco de notas. Parecia cansado e entediado.
- Você provavelmente vai ser chamada para um interrogatório na delegacia mas por enquanto é só isso, pode ir. - Disse, e eu acenei positivamente, vendo o policial ir até outra pessoa que ainda não havia sido interrogada.
Andei rapidamente para fora da boate e entrei no carro de Camila, fechando a porta e respirando fundo. Meu coração estava acelerado e minhas mãos tremiam. Eu estava com medo, medo de ser grave demais.
...
- Camila Cabello, em que andar ela está? - Perguntei a recepcionista do hospital para o qual a haviam levado.
- Só a família...
- Eu sou da família. - Interrompi. Ela olhou para mim com a sobrancelha arqueada. - Por favor, ela é a minha namorada. - Disse, em tom desespero maior do que eu pretendia.
- Certo, ela está no décimo terceiro andar, na UTI. - Foi tudo o que disse antes de me dar um crachá com os dizeres "visitante".
Corri até o elevador e rapidamente cheguei a onde a morena se encontrava, dando de cara com sua avó, que esperava sentada, com a cabeça entre as mãos, do lado de fora da UTI.
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A Second Chance (Camren)
Fanfiction[FINALIZADA] Lauren era uma mulher que, após abrir mão de um bom relacionamento com sua família por conta de sua sexualidade, se viu triste e sem rumo pelos anos que se seguiram, até sofrer um acidente de carro que deveria ter a matado, mas, por al...