Calm Before The Storm

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"Quando todos os dias ficam iguais, é porque deixamos de perceber as coisas boas que aparecem em nossas vidas”. (Paulo Coelho)

Narrador POV

Na semana seguinte Lauren voltou a trabalhar e parecia uma tortura, mesmo sabendo que dezembro estava chegando e logo teria a pausa pras festas de fim de ano. Mas, ainda naquela semana, o feriado de Ação de Graças se aproximava, como sempre comemorado na última quinta feira do mês de novembro.

Logo no seu primeiro dia de volta Lauren se lembrou de porque sua vida era tão frustrante antes de conhecer Camila.

Ela chegou no banco pontualmente, se sentou em sua mesa e passou o resto do dia ouvindo pessoas e mais pessoas reclamando. Que os juros estavam muito altos, que o banco estava fazendo cobranças indevidas. E também tinham as pessoas desesperadas, que ligavam para pedir empréstimos e cartões de crédito.

Lauren trabalhava no setor de atendimento ao cliente, em uma sala relativamente pequena, com outras 6 ou 7 mesas iguais a sua. E, claro, todas as pessoas daquele setor odiavam aquele trabalho tanto quanto ela. Exceto Dinah, que era a supervisora e não fazia nada muito além do que vigia-los.

- Por mais quantos anos vou ter que trabalhar aqui para conseguir um emprego fácil como o seu? - Lauren perguntou no final do expediente de seu terceiro dia de trabalho, a quarta-feira anterior ao feriado de Ação de Graças.

- Acho que você só vai conseguir isso se chupar a chefe. - Disse, apontando com a cabeça para a porta da sala onde Lucy trabalhava, que era ao lado da delas. - Ela mudou de setor só pra ficar perto de você, não sei dizer se isso é paixão ou psicopatia.

Pela janela dava para ver Lucy, usando uma camisa social preta, um blazer e calça jeans enquanto olhava fixamente para a tela do computador.

- Daqui a pouco ela vai comprar um apartamento no meu prédio. - Lauren respondeu, terminando de arrumar sua bolsa e começando a caminhar ao lado de Dinah para o elevador que as levaria até o primeiro andar do banco.

Naquele dia Lauren finalmente iria até o apartamento de Dinah para ver o restante do conteúdo do notebook que trouxeram de sua antiga casa. Assim que chegaram, ela se sentou no sofá e respirou fundo, pronta para ouvir o que a mulher ao seu lado tinha a dizer.

- Eu estava olhando ontem e percebi que surgiram mais fotos nos últimos dias. - Dinah começou, após ligar o notebook. Rapidamente colocou em uma das pastas e mostrou pra Lauren uma foto de Camila no jardim, datada da segunda-feira daquela semana.

- Como isso é possível?

- Um celular ou câmera conectado ao notebook por um endereço de email. Ela consegue acessar, organizar e fazer o upload de fotos remotamente, é bem engenhoso. O lado bom é que, talvez, já faça um tempo que ela não vá até aquela casa e por isso ainda não sabe que temos o notebook, isso nos dá tempo pra pensar no que fazer.

- O que mais? - Lauren perguntou, parecendo ansiosa. Balançava as pernas sem parar, como uma criança que quer ir ao banheiro.

- Olhe pra foto, o que você vê?

- Só Camila e o jardim em volta. Qual é o seu ponto? - Bufou, impaciente, fazendo Dinah rir.

- Olha o ângulo, a foto foi tirada de cima. - Disse, apontando para a tela do notebook. Lauren olhou mais uma vez e finalmente entendeu.

- Uma câmera de segurança?

- Exato. Tem várias fotos como essa, ela invadiu as câmeras de segurança da mansão. Aqueles cartões de memória que estavam dentro das caixas estão abarrotados com esses vídeos. E também tem vídeos mais antigos, das câmeras dos corredores do seu prédio, do meu prédio, da casa da Verônica, da casa da Lucy. É surreal. - Completou. Dinah fechou a pasta que havia aberto para mostrar a foto e abriu um aplicativo no computador, que se dividiu em várias telas mostrando cenas diferentes. Vídeos de câmeras de segurança em tempo real. - Eu não sei como ela fez isso, mas é um trabalho de gênio.

A Second Chance (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora