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Lauren POV

- Toma. - Camila entra no quarto, me jogando uma muda de roupas, e eu a olho sem entender. - São minhas, ou você pretende ir pra casa com a camisola do hospital?

- Não me parecia uma ideia tão ruim até um minuto atrás. - Dou de ombros, tentando me levantar da cama, e fazendo uma careta ao sentir repetidas pontadas de dor na área das minhas costelas. Camila se aproxima de mim e coloca meu braço direito pelos seus ombros, e uma mão na minha cintura, me ajudando a levantar da cama.

- Não mata pedir ajuda as vezes, sabia? - Mesmo depois de me tirar da cama, Camila continua com seu corpo no mesmo lugar, andando comigo desse jeito até o banheiro do quarto.

- Eu poderia ter feito sozinha.

- Só porque você pode fazer uma coisa sozinha, não significa que você precise fazer. - Sai do banheiro e volta em seguida, com a muda de roupa em mãos. Camila para na minha frente, como se estivesse a espera de algo, e eu levanto uma sobrancelha ao perceber o que era.

- Não espera que eu fique nua na sua frente, não é?

- Qual é o problema? Você fica nua na frente de enfermeiros esquisitos o tempo todo.

- A diferença é que provavelmente nunca mais vou ve-los na minha vida.

- Isso significa que você pretende continuar me vendo? - Rebate, sorrindo de canto.

- Você é uma psicopata. - Reviro os olhos, virando de costas pra ela, pra que ela desamarrasse o nó que mantinha a camisola fechada. Ela coloca as roupas sobre a pia e se aproxima, o desamarrando lentamente. Sinto sua respiração bater contra o meu pescoço, e a ponta de seus dedos tocarem minha pele repetidas vezes enquanto ela terminava de abrir a camisola completamente. - Você está se aproveitando disso.

- É claro que estou, e você está gostando. - Se aproxima mais e eu sinto seu corpo contra as minhas costas, junto com mãos possessivas segurando minha cintura. Camila deposita um beijo solitário na curva do meu pescoço e eu me afasto.

- A sua auto-estima me choca. - Termino de tirar a camisola sozinha e a jogo em um canto qualquer, enquanto observava Camila me encarar com olhos arregalados e o lábio inferior entre os dentes. - O que foi? Um gato comeu a sua língua? - Provoco. Ela se aproxima e me ajuda a colocar a regata e o blusão quadriculado em preto e branco, tomando cuidado com o meu braço engessado. e em seguida eu me sento na tampa da privada, com certa dificuldade, pra que ficasse mais fácil pra ela subir a calça de moletom pelas minhas pernas. - Se ficar pelada era tudo o que eu precisava fazer pra você calar a boca, podia ter me dito antes.

- Assim você me magoa. - Responde, e eu apenas a ignoro, me levantando e me colocando na frente do espelho. Eu estava horrível, com diversos arranhões pelo rosto e um curativo no canto da minha testa. Os outros machucados pelo corpo eram o de menos, ninguém os veria, de qualquer forma.

- Quanto será que eu vou ter que pagar ao hospital?

- Nada.

- Como assim "nada"? - Franzo o cenho.

- Tudo o que tinha pra pagar, eu já peguei, por isso o "nada". Quer que eu desenhe?

- Não acredito que você fez isso sem me consultar. - Me viro pra ela, a vendo levantar uma sobrancelha.

- Você estava inconsciente, Lauren, esperava que eu me comunicasse como? Telepatia? E Você não tem nem documentação, não ia poder pagar nada de qualquer forma, então não seja orgulhosa. - Diz por último, saindo do banheiro e me deixando sozinha nele.

(...)

Camila POV

- Como uma pessoa que não trabalha e nem estuda pagou as minhas despesas hospitalares e tem esse carro. - Diz, ao me ver desligar o alarme do meu carro, que era uma Ferrari preta.

A Second Chance (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora