Mine

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"Nunca senti nada que fosse tão especial quanto aquele beijo. Gostaria que fosse algo que eu pudesse pegar com uma rede ou colocar em um livro. Gostaria que fosse algo que eu pudesse guardar e, ao mesmo tempo, contar para todo mundo: é isso, é assim que você se sente quando se apaixona." - A Seleção

Lauren POV

Acordei sentindo mãos carinhosas percorrerem minhas costas e não precisava abrir os olhos para saber a quem elas pertenciam. Eu estava deitada de bruços, um costume que as vezes ainda dava sinais de existir, já que passei a vida inteira dormindo sozinha. Bem, agora não mais.

- Sei que está acordada, deixe-me ver os seus olhos. - Camila pediu, e eu os abri, dando de cara com o intenso castanho que me observava. - Eles parecem ainda mais bonitos de manhã.

- Você parece ainda mais bonita de manhã. - Respondi, vendo suas bochechas ruborizarem. - Você quase nunca fica com vergonha, quem é você e o que fez com a minha Camila?

- Sua Camila, é?

- Minha. - Disse, com convicção. Camila em nenhum momento parou o carinho que fazia em minhas costas. Ela se aproximou para me beijar, mas eu me afastei. - Ainda não escovei os dentes.

- Eu não me importo.

- Mas eu sim. - Disse, recebendo uma língua em resposta. - Todo mundo já foi embora?

- Sim. Sua família foi cedo, quando eu acordei eles já estavam vestidos para ir. Seu pai queria se despedir, mas te viu dormindo, ficou com pena de te acordar.

- Eu já sabia que eles iam embora cedo, Chris e Taylor tinham aula hoje. E as meninas?

- A Ally foi embora antes de todo mundo porque tinha turno no hospital, Normani e Dinah foram a uns 10 minutos. Tenho certeza que transaram no sofá da sala, Ally tem o sono pesado. - Comentou e eu ri, sendo acompanhada por ela. - Ontem foi um dia bom, não foi? - Se deitou sorrateiramente em baixo do edredom e no mesmo instante eu me coloquei de lado para que ficássemos frente à frente, com os rostos colados.

Camila fechou seus olhos após alguns segundos e eu fiz o mesmo, apenas aproveitando a sensação boa que era ter seu corpo ali.

- Foi perfeito, você foi perfeita...

Normalmente os relacionamentos eram assim: Conhecer alguém, conversar, criar intimidade, afeto, carinho e se apaixonar. Em seguida vem os beijos longos, intensos, até babados demais as vezes. As mãos inquietas, apalpando a todo tempo. A vontade de transar o tempo inteiro, de estar junto o tempo inteiro. Na maioria dos casos não passa disso, a paixão vai sumindo e sumindo até que, de repente, não existe mais nada, só, talvez, uma amizade. Os beijos, antes longos e molhados demais, se tornam selinhos rápidos e até carinhosos, mas perdem o verdadeiro significado e por fim se tornam um simples gesto vicioso, reproduzido por efeito de rotina. O término é tão inevitável que as duas pessoas nem o percebem chegando.

Mas, as vezes, isso não acontece. As vezes a paixão não acaba, só aumenta e aumenta, até se tornar outra coisa.

Você descobre que é amor. Os apelidos fofos, a vontade de dizer "eu te amo" o tempo inteiro, de falar da pessoa amada pra exatamente todas as pessoas do universo, de cuidar, de dar o máximo possível do nosso coração mesmo sabendo que aquilo pode destruí-lo por completo no futuro. Isso era amor e isso era exatamente o que eu sentia agora.

- Não abra seus olhos agora. - Pedi. - Nunca consigo dizer tudo o que eu gostaria quando você me olha.

- Então também fique com os olhos fechados, não quero você me encarando. - Ela disse e ambas rimos, ainda de olhos fechados.

A Second Chance (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora