-Ele está brincando, não é? Diz que ele está brincando.
Ninguém se deu o trabalho de responder Bia. Jonus dissera que tinham que subir o rio e continuar por uma ramificação desse rio. O Vale da Primavera tinha um píer numa área larga dessa ramificação, com os dizeres "Bem-vindo ao Vale da Primavera!" Não tinha como errar. O problema é que o rio estava bem agitado. O motor do barco tinha que ser bom. Subir depois descer as águas. Entrar na ramificação e continuar até chegar em seu destino final.
Alícia estava aliviada. Estava tão perto que quase se esqueceu de ficar preocupada com o dragão. A casa de tinta, Dneva, o rio agitado; nada disso seria tão ruim quanto o dragão. Não podia ser. Pelo menos tinha Riley, que com certeza sabia de tudo sobre a criatura. Bia, que era explosiva e incontrolável. Missie e sua determinação. Dave e sua habilidade. Dragão. Dragão! O que vou fazer com um dragão?
Eles tinham esperado por pouco mais de cinco minutos para que osoutros chegassem. Dave apareceu primeiro. Ainda sem dizer nada, passava o dedo na pedra vermelha de sua espada. Ele não parou perto dos irmãos. Foi olhar os barcos. Missie desceu de seu cavalo quando este parou próximo de Jonus. Bia chegou logo depois, com o nariz vermelho como um tomate. Precisava de seu fogo. Riley perguntou para Jonus o que fariam agora e ele explicou. Ninguém ficou muito feliz em ter que lutar contra a correnteza.
-Vamos logo –Alícia subiu em um dos barcos. Esperou que os outros fizessem o mesmo. –Não quero mais ficar nessa floresta.
-Até logo Jonus –Riley acenou. –Obrigada mais uma vez.
O cavalo ficou em silêncio e eles soltaram as cordas do barco. Bia estava na cabine, acompanhada de Missie, paradas, encarando um esqueleto dormindo no timão. A expressão de uma era de nojo, a da outra era de medo. Alícia não soube muito bem o que fazer. Dave também não. Ficaram parados, olhando-as pelo vidro quebrado. Riley entrou lá e cutucou os ossos, que endireitaram-se e posicionaram-se para dirigir. Missie gritou e quase caiu. Bia continuou com a expressão de nojo.
-Esqueletos faz-tudo –Riley sorriu. –Realmente, eles fazem de tudo. Não temos que nos preocupar com isso.
Ele achou um chapéu grande e azul de pirata e colocou-o na cabeça do esqueleto, rindo. Alícia sorriu. O esqueleto puxou algumas alavancas, apertou botões e o motor se iniciou. Alícia falou que queriam ir até o Vale da Primavera. Talvez ele não pudesse ouvir, sem seus tímpanos e seu cérebro, mas ele começou a pilotar rio a cima. A margem não passava muito rapidamente por eles. A correnteza era muito forte. Alícia apertou o cinto e entrou na outra parte da cabine. Havia quatro camas, duas à direita e duas à esquerda. Uma janelinha redonda de onde se via a parte traseira do barco e o rio. Ela largou a mochila ao lado da do irmão, na cama de baixo da esquerda. Ainda sem dizer nada, Dave deitou-se na cama de cima e se virou para a parede. Não deixou as facas. Levou-as para o lado de fora.
O movimento de subida do barco fazia a neve bombardear seu rosto, cogelando suas feições. Era leve, mas doía, entrava no seus olhos e lhe icomodava, mas ela lindo. Queria olhar, mas não podia. Já deviam ser quase meio dia. Ela estava com fome. Riley e Missie estavam carregando as provisões. Ela e os outros tinham a barraca. Ela entrou de volta na cabine. Riley parecia pensar igual a ela. Já estava procurando pelos sanduiches e a água. Ela sentou-se ao lado dele na cama que suas malas dividiam.
-Quanto tempo até chegarmos lá? –Bia falou.
Ela e Missie entraram e sentaram-se na cama do outro lado do quarto. Missie deu um sanduiche de sua bolsa para Bia e ela deu duas mordidas enormes sem pausa. Riley terminou de mastigar para dar de ombros. Ela revirou os olhos e encostou-se na parede com o travesseiro. Esticou as pernas sobre o colo de Missie e mordeu outra vez seu sanduiche. Alícia ainda estava feliz por estarem ignorando o assunto Dneva e tudo o que ela trouxe. Mas estava muito curiosa. Dave estava ferido? Ela tinha dito alguma coisa, pegou outro pertence dele? Não se atreveria a trazer o assunto à tona.
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Érestha- Castelo de Marfim [LIVRO 2]
FantasyLivro 2 A surpresa trará novos amigos. A missão, velhos inimigos. A família trará um dragão. As aventuras de Dave, Riley e Alícia continuam no segundo ano em Érestha. Dave continua preocupado com a família, principalmente com a notícia de um novo me...