Na noite de Halloween, Dave tinha planos para reunir todos os amigos na casinha azul e se prepararem para a festa juntos. Queria confirmar com algum professor que estava tudo bem levar os amigos até lá, então foi até a diretoria, onde ficavam também os dormitórios dos profesores. Estavam todos se arrumando ou ajudando os mais novos a organizar a festa. Ao entrar na diretoria, ele se assustou com o que viu. Esperava o de sempre: as secretárias Martha e Sílvia sorridentes, efetuando alguma tarefa, Gary sentado em sua grande e confortável cadeira preenchendo alguma papelada e o lugar todo cheirando a café. O que viu foi um homem com barba por fazer, cabelos bagunçados, bolsas nos olhos e cheiro de mofo. Parte de si pensou que aquilo podia ser decoração para a festa. A outra parte sabia que era apenas o reflexo de um homem destruído.
-Dave Fellows! –O homem falou. Levantou-se da cadeira e deixou um copo apoiado na mesa. –O que faz por aqui? A festa é em duas horas!
-Eu sei –Dave respondeu. –Queria saber se tem algum problema em levar meus amigos até a casinha azul para...
-Não –ele riu. –Não ha problema algum. Conte-me, filho de Reginald. Como está minha princesinha, filha querida?
Dave não respondeu de imediato. Deu alguns passos para trás e se apoiou na mesa. Sentia uma certa ironia na voz do diretor. Sabia que ele estava chateado com Isabelle e nunca havia se passado por sua cabeça que ele estava realemnte preocupado com ela. Em suas próprias palavras, ela estava morta para ele.
-Sabe, hoje é Halloween. Dia em que as almas vagam livres entre nosso mundo e o de Tabata –o diretor continuou. –Teremos uma festa em comemoração a essa data no quinto lugar mais perigoso de Érestha, pelo menos de acordo com aquela revista. Se você possuisse o poder da morte, não acharia essa uma ótima oportunidade para meter medo na população? Mas, não poderia vir até aqui, arriscar ferir-se no meio de sua recuperação. Por que não mandar sua forte, saudável e LEAL REPRESENTANTE?
-Eu não tenho contato com Isabelle -o menino afastou-se ainda mais. Sentia pena de Gary DiPrata, mas havia prometido para Alícia que não contaria a ninguém seu segredo. Além do mais, ele temia Isabelle tanto quanto sentia sua falta. A diferença era que eles se respeitavam e Dave não podia imaginar nenhum dos dois causando mal um ao outro.
-MENTIRA –o homem gritou, sorrindo um sorriso doentio. –Mentiroso, ela gostava de você Dave, confiava em você. Foi o único a apoia-la, a entende-la. Eu conheço minha filha, conheço muito bem. Como ela está Dave Fellows? E não minta mais para mim.
-Eu não sei como ela está. Sei que está viva, isso é tudo.
-Viva... –ele caçoou. –o que é viver nas mãos de Tabata? De qualquer maneira, sei que, de alguma forma você ainda mantém contato com ela. Conte para ela o que ela fez com a família. Conte sobre a loucura de Irene, as tentativas de suicídio de Gustavo, conte sobre mim Dave. E pessa para que ela volte.
O diretor andou em direção a uma porta à direita, mas parou na metade do caminho. Voltou e vasculhou suas coisas para entregar uma carta a Dave.
-Chegou para você hoje de manhã.
O menino chegou em seu dormitório com uma expressão neutra. O amigos ficaram à vontade mesmo sem que ele dissesse nada e espalharam suas coisas pela acolchegante sala da lareira. Começaram a discutir como ficariam distribuídos para se trocarem enquanto Dave abria a carta. Era uma mensagem de Missie, um convite. O aniversário dela era no dia 3 de novembro, que caía num sábado. Queria que Dave, Alícia e Riley fossem comemorar com ela e a família. Ele não gostava muito do pai dela, mas adoraria comparecer ao aniversário da amiga. Contaria aos outros dois depois ou durante a festa.
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Érestha- Castelo de Marfim [LIVRO 2]
FantasiLivro 2 A surpresa trará novos amigos. A missão, velhos inimigos. A família trará um dragão. As aventuras de Dave, Riley e Alícia continuam no segundo ano em Érestha. Dave continua preocupado com a família, principalmente com a notícia de um novo me...