O prefeito providenciou alguns barris de pólvora e garrafas de álcool. Bia caiu na risada quando ele procurou por um fósforo.
-Sou um fósforo humano.
Ela disse. E tomou mais de sua sidra. Os cinco foram colocados em uma charrete e puxados até a entrada da mina. Dave estava tenso, e podia ver que Riley e Alícia também estavam. Ele temia que Pedro aparecesse ali. As palavra lidas no A Província alguns meses atrás o assombravam enquanto a charrete se aproximava da mina. "É perigoso ficar no mesmo ambiente que Dave Fellows" e todas as afirmações de que ele era tão perigoso quanto a caçula dos DiPrata. Se Tabata pudera prever que ele estaria ali, todos podiam estar em um perigo enorme.
-Não há motivos para hesitar em pensar em me atacar –ele dividiu o pensamento com Alícia, num sussurro.
Riley e Bia se encararam, revirando os olhos. Dave sentia-se mal de guardar segredos de Bia e seu melhor amigo, mas antes isso do que ter a fúria de Isabelle caindo sobre eles e Alícia. Ele não sabia do que ela era capaz, principalmente após juntar-se a Tabata. Com certeza recebia treinamento. Ele não sabia qual era seu legado, embora suspeitasse que ela era uma identificadora de auras. Temia que não fosse. "Os legados de Tabata são legados sombrios" Lawrence dissera. Ainda não tinha uma explicação para isso.
-Sinceramente –Alícia falou –se algo fosse acontecer a você, ela me avisaria. Sabe que aquela traidora sobrevive com a memória de vocês dois...
-Não existe "nós dois" –ele a cortou, chamando a atenção dos outros. –E ela não é uma traidora –ele respirou fundo e deu a conversa por encerrado. Depois falou em voz alta, para todos. –Já perceberam que não sabemos de nada? Qual o plano de Tabata, do que ela é capaz, por que estaria testando um dragão como arma?
-Matar a futura rainha e seu pai; matar e por que não existem dragões regenerativos –Bia respondeu, dando outro gole na sidra.
-Não de um modo geral –Dave sentou-se mais corretamente no banco macio da charrete. –Quer dizer, como ela planeja fazer isso tudo? Não pode simplesmente chegar no Castelo de Vidro e matá-los. E ela é capaz de muito mais do que matar, tenho certeza. Não faz sentido ficarmos sentados, esperando ela fazer alguma coisa para depois tomarmos uma atitude.
-Isso não é trabalho seu? –Missie sorriu para ele. –Descobrir isso tudo?
-Verdade –Riley falou. –Legado da princesa sem legados.
-Por favor, não digam isso –ele esfregou o rosto. –A mensagem da rainha me diz como vencer a guerra, não o que Tabata pode fazer.
-Mensagem da rainha? –Riley franziu o cenho. Virou-se para a frente e pareceu ponderar sobre o assunto.
-É –Dave respondeu. –"A giuerra não pode acabar até o aprendiz superar o mestre". E para aguerra acabar, tenho que encontrar essa tal mensagem, decifrá-la ou sei lá.
-Quem disse isso tudo? –Bia sentou-se de joelhos para vê-lo melhor. –Foi Fracis, não foi? Aquele velho louco de capa roxa. Sabe que não devia dar ouvidos...
-Não, não foi ele. Foi meu pai.
Todos caíram no silêncio. Levantaram-se sobrancelhas e trocaram olhares, como se Dave estivesse louco. Ele explicou para os quatro o que Lorena havia contado na festa do Halloween. Thaís sabia de tudo, que nem mesmo Tâmara sabia o que essas palavras significavam e chegou muito perto de contar sobre Isabelle e o luar dos sonhos que dividia com Aícia, mas se conteve. Quando terminou, Riley se calou, ponderando novamente. As meninas pareciam muito surpresas e Missie perguntou se elas podiam saber sobre isso tudo. Dave não via mal em contar. Ia precisar de ajuda de uma forma ou de outra. O silêncio de Riley o deixou curioso, mas não deu tempo de fazer nenhuma pergunta. Eles chegaram à entrada da mina de carvão.
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Érestha- Castelo de Marfim [LIVRO 2]
FantasíaLivro 2 A surpresa trará novos amigos. A missão, velhos inimigos. A família trará um dragão. As aventuras de Dave, Riley e Alícia continuam no segundo ano em Érestha. Dave continua preocupado com a família, principalmente com a notícia de um novo me...