XXXIX -Dave

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O Vale da Primavera fazia juz ao nome. Era imune ao inverno, com flores por todos os lados e uma temperatura morna deliciosa. Nada de neve, nem vento cortante. Os habitantes dali ficaram surpresos por Tâmara ter mandado crianças para tratar de seu problema, mas não disseram nada na presença de três representantes. Não duvidavam deles. Haviam cerejeiras por todos os cantos da cidade. Cor-de-rosa cobria o chão e o perfume era maravilhoso. Fazia Missie espirrar graciosamente e Riley revirar os olhos.

Dave lembrava-se de que uma das histórias que Maria contava sobre seu pai acontecera ali no Vale da Primavera. Ele estava ali a serviô da princesa Tâmara. Os moradores estavam com uma infestações de dragões bebês. Os filhotes voavam por todos os lados, desajeitados, quebrando tudo o que viam pela frente. Alguns congelavam as ruas, outros queimavam barracas na feira, descobrino suas habilidades. Eles não estavam machucando ninguém. Na verdade, tinham medo das pessoas. Ninguém queria mata-los ou feri-los, e eram muitos. Os policiais que estavam ali usavam redes e outros instrumentos que já usavam para outras ocasiões, mas os bebês eram muitos, e travessos. Talvez fossem uma centena, talvez mais. Reginald chegou lá dois dias após o início da infestação. Ele e seus companheiros pensaram em atraí-los ocm comida para um lugar só, mas eles eram agitados de mais, e não ficavam parados em um só lugar por muito tempo. Tentaram conversar com eles com o legado de Tâmara, mas a língua dos dragões era antiga de mais até para o alcaçuz. Então Reginald decidiu que precisavam de mais dragões. Todos o chamaram de louco, mas ele apeas sorriu para a população. Era a época de férias das criaturas, e eles sempre ficam numa parte mais baixa do vale, perto de um lago. Reginald irritou alguns dragões mais velhos com panelas e sua espada, e levou-os para os dragões mais jovens. Os pequenos logo sentiram-se ameaçados e fugiram. Uns foram para junto de suas mães no lago, outros voaram para além do rio. Os guardas estavam mais preparados para conter dez dragões adultos do que cem filhotes.

Dave queria que o dragão na minha fosse um pequenino. Sabia que não era.

-Bom, acho que crianças são criativas, não é? –O prefeito daquela cidade os recebeu. –O que sabem sobre dragões.

-Que são bestas com diferentes habilidades e que não podemos vencê-lo sozinhos –Bia pegou um palito de pão e mordeu, espalhando farelos por sua jaqueta azul. Continuou com a boca cheia, espalhando ainda mais farelos. –E de que tipo estamos lidando?

-Bom –o homem olhou-a de cima a baixo cautelosamente. Estava um pouco intrigado com o comportamento dela, mas continuaou sem fazer nenhum movimento brusco. –é um tipo um tanto diferente. Foge do convencional, longe de tudo o que já infrentamos aqui no Vale da Primavera. É um dragão regenerativo.

Bia deu uma última mordida no palito de pão antes de congelar a expressão do rosto junto aos outros quatro amigos. Dave arregalou os olhos. A que ótimo. Pensou. Obrigada Tâmara. A sala de reuniões da prefeitura era pequena. Uma mesa oval na cor azul escura, cadeiras pretas e uma tela multimídea no fundo. As portas eram de madeira e a janela bem grande. Tinha vista para um humilde jardim e uma estátua de dragão descansando sob uma cerejeira. A parte da parede que não era ocupada pela janela tinha uma cristaleira com vinhos, sidra e taças.

-Então vocês tem experiencia com dragões? –Alícia quebrou o silêncio com sua voz nervosa.

-Oh sim –o prefeito respondeu. –Não sei muito bem o que pensam daqui. Costumava ser o local de férias deles, não sei. Mas de alguns anos para cá, o número diminuiu bem.

-Certo, então por que não podem derrotá-lo sozinhos, o que este tem de especial fora o fato de nunca terem visto um tipo como o seu –Riley disse, olhado para a irmã. Eles sabiam onde estavam querendo chegar, compartilhavam um pensamento. Dave ainda estava meio chocado.

Érestha- Castelo de Marfim  [LIVRO 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora