V Kat:
- Bem minha amiga o Chris é gato mas o amigo dele é cá um deus grego. Tirando o tom arrogante dele até se dava umas voltinhas.
- AHAHAHAH tu não existes mesmo. Vá tenho de ir que os meus pais estão aí a chegar.
- Conta-me tudo sobre essa conversa importante assim que chegares querida.
- Sim, não te preocupes. Beijo.
- Beijo amor.
Saio da festa e nem se passam 5 minutos que o carro dos meus pais aparece na estrada. Eu entro e a cara deles é de preocupação e começo a ficar preocupada sobre a conversa que querem ter comigo.
- Boa noite. Que caras são essa? Aconteceu alguma coisa?
- Boa noite filha. Falamos chegando a casa não te preocupes.
- Com essas caras é difícil eu não me preocupar.
Eles nem me respondem e a minha calma está a esgotar-se. Detesto ficar curiosa e eles estão a tornar a espera muito mais difícil. Estamos a descer a avenida até que chegamos ao cruzamento em que devemos virar à esquerda para chegar a casa que se encontra a cinco casas de distância. Ouço o que me parece ser um trovão e os olhares que os meus pais trocam fazem-me pensar que é mais do que isso, eu sei que é, eu sinto que é. A minha mãe olha para o banco de trás onde me encontro com pânico no olhar enquanto o meu pai tenta controlar o carro que insiste em deslizar sobre a estrada.
- Não és nossa filha Katerina. Nós amamos-te.
Foi a última coisa que ouvi antes do carro capotar. Preciso sair daqui e tirar os meus pais daqui. Como assim não sou filha deles? A minha cabeça está a doer e vejo sangue por todo o carro, impulsiono a porta do carro com as mãos e resulta, o acidente deve ter deformado a chapa. Arrasto-me para fora do carro e tenho o rosto completamente molhado de lágrimas e sangue tiro a porta da minha mãe e tendo tirá-la do lugar onde se encontra quando sinto uma presença atrás de mim. Estou furiosa e este ser não está aqui para ajudar, consigo senti-lo, quando olho para ele está todo vestido de preto e aponta na minha direcção o anel mais ridículo que já vi, um grande anel de prata com uma estrela que pareçe uma estrela de Davi, mas é horrivelmente enorme para uma bijutaria. Quando se começa a aproximar sou tomada por gritos e gestos, resultado de toda esta raiva e dor que sinto, da minha boca começam a sair palavras numa língua que nunca foi falada por mim antes, acho que é latim, o carro começa a arder e tudo à minha volta está em chamas incluindo o desconhecido que se arrasta agora pelo chão. Passaram-se provavelmente uns 10 minutos e quando acabo de o fazer estou esgotada, ele está deitado no chão e eu acabo por me juntar a ele. Estou sem forças, perdida, triste, não posso crer que tivemos um acidente, pior que o acidente foi provocado. Não posso crer que não sou filha dos meus pais, quem são os meus pais? Quem é este homem? O que acabou de acontecer? Desde quando falo latim quando estou triste? Porquê que fui aquela estúpida festa?
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A Descendente
FantasyA vida de Kat era como a das outras adolescentes, escola, amigos, festas e rapazes. Ela tinha uma vida simples até ao dia em que perde os pais num acidente de carro, e como se isso não fosse suficiente descobre que afinal é adotada. ...