V Logan:
Faz um dia que a Kat está naquela cama de hospital e insiste em não acordar. Dr. Amell diz que talvez ela ainda não esteja preparada para o fazer, mas eu preciso dela, eu preciso da minha amiga. Sinceramente eu nem sei como é que ela vai reagir quando souber o que aconteceu aos seus pais, ou sequer se ela se vai lembrar, eu não quero ter de lhe dar essa notícia, vai ser tão doloroso pra ela. Imagina ter de reviver o acidente e a morte dos pais.
Preciso apanhar ar e sair daqui um bocado. Estou na nossa habitual mesa no nosso habitual café mas não me sinto como pensei que ia sentir.
- Logan olá.
- Oi Chris.
- Está tudo bem? Não estás todo feliz como costumas.
- Pois não estou portanto.
- Desculpa, não queria incomodar. Tchau.
- Desculpa eu, é a Kat.
- Aconteceu alguma coisa?
- Ela está no hospital.
- O quê? Porquê? Ela está bem?
- Não muito, teve um acidente depois da festa e não quer acordar.
- Mas está muito magoada?
- Um bocado. Pelo menos no exterior. Os médicos não sabem ainda, precisam falar com ela, ate porque o carro explodiu e ela estava do outro lado da estrada e não conseguem entender como foi que ela saiu sequer.
- Preciso vê-la.
- Precisas?
Mas ele nem me responde e senta-se na cadeira ao meu lado enquanto chama pelo lindo parvo do seu amigo.
- Ian lembraste do Logan.
- Oi Logan. Claro que me lembro.
Reviro os olhos, mas o quê que ele pensa que está a fazer?
- Olá. Então eu preciso ir agora.
- Por favor Logan fica um bocado aqui com o Ian enquanto eu vou.
- Tu vais? Vê-la?
- Sim por favor.
- Está bem. Mas despacha-te.
- Então Ian quantos anos tens?
- O quê?
- Qual é a tua idade? – Falo arrastando as palavras e tento fazer um sotaque britânico que sai horrível.
- Não sou nenhum retardado.
- Eu não sei já que não percebeste à primeira.
- 23.
- Eu tenho 18. Vês não é assim tão difícil.
- O quê? E por favor não voltes a fazer aquele sotaque britânico ridículo eu estou a perguntar o quê que não é dificil.
- Conversar. E eu tenho um sotaque excelente. – E volto a fazê-lo, pensei que ele se ia embora ou insultar-me mas em vez disso riu. E credo que riso perfeito, por momentos quase esqueci o quão assustado estou de que a Kat não volte a acordar.
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A Descendente
FantasíaA vida de Kat era como a das outras adolescentes, escola, amigos, festas e rapazes. Ela tinha uma vida simples até ao dia em que perde os pais num acidente de carro, e como se isso não fosse suficiente descobre que afinal é adotada. ...