Depois do Acidente

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V Kat:

A minha cabeça dói tanto que devo ter bebido mais do que me consigo lembrar. Está escuro, a minha mãe ainda não deve ter vindo ao quarto para me tentar acordar, ou então teve pena de mim por me ter deitado tarde e hoje deixa-me dormir o dia todo. Caraças que peso nos olhos não os consigo abrir e este cheiro esquisito, devo ter entornado vodka ou qualquer coisa na minha roupa, parece cheiro de remédios, que nojo.


- Kat querida tens de acordar.

- Sim Logan já vou.

- Kat estás acordada? Estás-me a ouvir? Finalmente amiga finalmente.


Por fim consigo abrir os olhos e o Logan que está à minha frente parece ainda mais ressacado que eu. Olheiras enormes e um cabelo que parece não ser penteado há dias, e acreditem o Logan trata muito bem o cabelo.


- Que drama, só dormi até mais tarde. Ninguém morreu.


Certo isto não era a piada adequada a fazer vendo a expressão de horror na cara do meu amigo. Mas espera eu não estou no meu quarto. Olho em volta e as paredes são completamente brancas há tubos e maquinas por todo o lado. Não acredito. Estou no hospital.


- Logan o quê que me aconteceu? O que estou aqui a fazer?

- Não te lembras de nada querida?

- Logan conta-me. AGORA.

- Eu conto mas tens de prometer que te acalmas.


"falamos chegando a casa não te preocupes e acalma-te" Não pode ser, isto não foi um sonho, não não não.


- Os meus pais Logan? Onde estão os meus pais?

- Kat...

- LOGAN OS MEUS PAIS?


Não consigo parar de gritar e chorar, o meu amigo está com ar terrível de pena e preocupação e eu sei que não tem culpa mas eu preciso gritar com alguém.


- Afaste-se por favor. As máquinas estão a avariar.

- Enfermeira um sedativo rápido.

- Não quero sedativo nenhum, quero saber o que aconteceu.


Não consigo controlar a minha voz, eu quero parar de gritar e quero parar de chorar mas simplesmente não consigo. Não acredito que os meus pais morreram. Não quero voltar a dormir, porque que os meus olhos se estão a fechar outra vez? Eu não quero...


V Logan dois dias antes:

Quem é que me está a ligar a uma hora destas, a Kat ficou de o fazer quando os pais conversassem com ela mas só saíram à cerca de meia hora não tiveram ainda tempo de o fazer de certeza. Quem é este número? Não conheço.


- Estou sim quem fala?

- É o Hospital do Distrito de Healdsburg.


O meu corpo gela assim que ouço a palavra hospital. O que será que aconteceu.


- Estamos a ligar porque o seu número era o último discado no telefone da paciente que deu entrada nas urgências e não tinha mais nada sobre ela para além do telemóvel, precisávamos que viesse identificar a utente se fosse possível.

- Como assim, ela está... ela está viva?

- Sim por enquanto sim, precisamos que venha o mais rápido possível.

- Vou já para ai obrigado.


Quando chego finalmente ao hospital todo o álcool que tinha ingerido tinha desaparecido, estava mais sóbrio do que nunca, só podia ser a Kat e eu não fazia ideia do seu estado nem o que pode ter acontecido. Vou directo à recepção e espero que me digam o que se passou o mais rápido possível ou vou ter um treco.


- Estou aqui por causa de uma paciente desconhecida. Ligaram-me para vir.

- Deve ter sido o Dr. Amell eu vou já chamá-lo.


Dr. Amell é cá um gato que se não tivesse tao preocupado com a minha amiga ia activar o meu charme. Este homem loiro de olhos azul-acinzentado não devia estar escondido nas urgências de um hospital.


- Sou o Dr. Amell, pode-me acompanhar.

- Sou o Logan, diga-me como está a minha amiga.

- Ela está estável. Sofreu alguns traumatismos devido ao embate do carro, mas foi um milagre ela ter conseguido sair antes da explosão. Ainda não conseguimos perceber como é que ela estava fora e afastada do veiculo.

- Acidente? Então e os pais dela?

- Lamento.

- Oh meu Deus a minha Kat não vai resistir a isto.

- Pois ela está adormecida e quando acordar é provável que sofra de amnésia.

- Não se vai lembrar de nada?

- Sobre o acidente é provável que não. Precisamos que preencha a ficha com os dados que conhece, pelo menos para lhe darmos um nome.

- Sim claro. Depois posso vê-la?

- Sim. Acho que falar com ela pode ajudar.

A DescendenteOnde histórias criam vida. Descubra agora