Capítulo 19

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Acordo me sentindo um pouco feliz, como se, por incrível que parecesse, minha vida estivesse finalmente entrando nos eixos. Estico meus braços e respiro fundo para tomar coragem para ir até o banheiro tomar um banho quentinho e gostoso. Depois de segundos, me levanto e faço toda minha higiene.

Hoje decido me arrumar. Quero parecer um pouco atraente quando fosse confrontar Tate e, sinceramente, estou temendo essa conversa e me arrumar me deixaria mais confiante.

Já pronta, desço as escadas para o café. Quando adentro a cozinha: Congelo. Está uma bagunça fora do comum, tinha leite derramado pelo balcão e ninguém está a mesa como Abigal gosta. Concluo que todos decidiram tomar café em seus quartos. Vou até o balcão e vejo restos de um pacote de bolacha.

Ouço passos atrás de mim e me viro para olhar quem é.

- Oi Carly. - disse Tate vindo na minha direção, com sua calça de dormir e uma blusa preta surrada.

Olho para ele nervosa e não respondo.

- Você me deve uma explicação?! - sussurra em minha orelha quando passa por trás de mim. Sua proximidade me fez ficar mais tensa - Me encontre essa tarde na casa da árvore, lá poderemos conversar a sós.

Ele pega uma caixa de leite aberta encima da mesa e voltou para seu quarto.

"Okay" tenho vontade de dizer. "Até que isso não foi tão ruim." tento me animar, mas sei que pareci uma idioma na presença dele.

Pego um pacote de bolachas no armário e decido ir para sala e assistir um pouco de Tv, pedindo a Deus para que o tempo passasse mais rápido e pudesse conversar logo com ele. Fico sentada no sofá passando por diversos canais em uma velocidade surpreendente. Nada me chama a atenção.

- Oi Carly, pronta pra sexta a noite? - Laurel se senta do meu lado sorridente

- Prontíssima - retribuo o sorriso - Já falou com Tiny?

- Falei sim, ela disse que vai com certeza. Nós duas estamos loucas para fazer algo diferente aqui. - responde - Já estou providenciando alguns potes de sorvetes para a gente.

- Okay!- digo entusiasmada - Preciso urgente de uma noite só das garotas.

- Todas nos precisamos - ela lança o olhar para a televisão quando termina de falar. - O que está assistindo?

- Até agora nada, nenhum desses programas é bom.

- Passa o controle para cá, sei um que você irá adorar.

Entrego o controle para ela e depois de uns três canais, ela acha um sobre competição de culinária. Ficamos ali sentadas conversando. E no meio disso pergunto se ela teve alguma visão com alguém, ela me respondeu que não é que faz umas 3 semanas que ela não vê nada.

Surpreendentemente, tudo está agradável: o clima, a conversa. Logo senti um conforto em meu coração em fazer essas coisas normais, que até uns dias atrás achava que nunca mais conseguiria fazer.

Ouço alguém descendo as escadas e olho para ver quem era. Descubro que era Tate e, quando para de descer, seus olhos percorreram toda a casa até encontrem os meu. Ele sorri de canto e faz um sinal com a cabeça para eu segui-lo até o quintal.

Por um instante hesito .

- Laurel, tenho que ir lá atras - falo levantando do sofá

Ela me encara confusa, mas apenas diz:

- Até mais tarde então! - lançando-me um olhar curioso, mas o ignoro. Estou apressada e nervosa.

Passo pela cozinha e saio da casa. Tate está debaixo da casa na árvore, na sombra, com as mãos no bolso da calça jeans e uma blusa verde. Seus olhos se fixaram em mim enquanto ando na sua direção

Sombras da Noite (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora